Capítulo 31 - Me pertenece

2.2K 135 48
                                    


Hey babes! Eu sei, eu sei, sinto muito mesmo pela demora, só não é um bom momento, mais eu me esforço.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Pov Lorenzo

Naperville, Illinois

03 de março, 2018.

Até que ponto o laço sanguíneo faz diferença? 

Já parou um segundo de sua vida, para imaginar que em algum lugar você pode ter laço de sangue perdido? Um irmão, um pai, uma mãe, um tio ou primo, que seja?

Eu não. Não até o momento em que a garota amedrontada, sentada no banco de trás do carro de minha noiva enquanto segura seu filho apareceu em minha vida. Para mim, todos estavam mortos e a única pessoa com meu sangue correndo por suas veias, era minha filha. 

Eu encarava os traços de seu rosto, alternando com meu olhar na estrada. Suas bochechas cheias, os lábios carnudos. Suas sobrancelhas grossas e franzidas enquanto encarava a criança em seus braços. Seus olhos, castanhos claros assim como os cabelos que desciam desgrenhados por seus ombros.

Estaria mentindo se dissesse que me lembrava com clareza da aparência de meu progenitor, eu não o via a tantos anos que sequer sabia se ainda estava vivo, esperava sinceramente que não, mais eu me lembrava de seu olhar, que por tantas vezes me aterrorizou, perseguindo-me em sonhos até meu atual presente. E aquele olhar nada tinha a ver com aqueles castanhos que procuraram por ajudar, cheios de medo.

Meus dedos se apertaram fortemente contra o volante ao virar a terceira esquina seguida, observando o retrovisor central do carro. Os olhos de minha noiva se voltaram para mim, estranhando o caminho que eu escolhia.

- A casa de meus pais não é por aqui, cariño. - Eu suspirei com sua voz baixa, voltando meu olhar para o retrovisor. - O que está acontecendo? - Perguntou confusa, aparentando um pouco de preocupação.

- Tem um carro nos seguindo. - Murmurei simplesmente observando arregalar os olhos, mais de nada adiantaria esconder esse fato.

Dirigi por mais alguns minutos, observando o ambiente a nossa volta até que estacionei o carro ao lado de um parque, observando quando o Camaro 67 vermelho parou a bons dez metros atrás.

As duas mulheres olharam para trás ao mesmo tempo, e eu ouvi o arquejar de Taylor.

- É o Chad! - Com a respiração rápida, ela se voltou para frente e apertou meu braço, olhando-me de olhos arregalados. - Por favor, eu não quero ir com ele, por favor! - Minhas mãos se apertaram em punho com a expressão aterrorizada em seu rosto. A mesma expressão que eu sustentava quando me machucavam. 

Para que ela ficasse assim somente com a ideia de voltar a estar em sua presença, ele provavelmente... eu sequer conseguia pensar nesta possibilidade sem me enfurecer.

- Você não precisa. - Garanti a ela com a maior certeza que possuía em mim, voltando a olhar para frente. Meus olhos pousaram no objeto cromado no compartimento na porta do motorista e minhas mãos deslizaram até ele.

- Onde pensa que vai com isso? - A voz apressada de minha noiva preencheu o ambiente e eu olhei em seu rosto quando sua mão segurou forte meu antebraço, impedindo que eu saísse do carro. Ela estava assustada, era claro.

- É só por precaução. - Garanti, colocando a arma prateada no cós de minha calça, nas costas.  Seus olhos acompanharam meu movimento, sua mão ainda me segurando firmemente.

Coloquei minha palma cobrindo sua mão pequena, acariciando enquanto a oferecia um sorriso de lado, calmo. Me inclinei em sua direção e selei nossos lábios rapidamente, desfazendo nosso contato delicadamente quando ela afrouxou o aperto e abrindo a porta do carro. Ela ainda me chamou uma última vez, mais eu pedi que me esperassem dentro do carro.

Propuesta Indecente - CamrenWhere stories live. Discover now