Entregue

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  O olhar de Rivaille demonstrava sua briga interna, mas diante de onde já chegara, era melhor findar com toda a agonia.

- Como assim? Não é? – Questionava Jaeger confuso.

- Não. Sinto muito mais do que esse “qualquer coisa” que você disse. – Confirmou o baixinho.

- Eu também. – Revelou o moreno.

- Mas não podemos.

- Quem disse que não? – Indagou Eren, quase em desespero.

Como ele pode mudar tão rápido?” Pensava.

- Temos uma relação profissional, se descobrirem algo a mais entre nós, eu perco você e... - Quando Rivaille deu por si, já tinha dito, porém tratou de reiterar. – Bom, eu perco o direito de te vigiar de perto.

- Com a possibilidade do fim, não acho que alguém vá pensar em nós dois. – Argumentou o jovem.

- Talvez não, mas e se pensarem? Eu não quero que... Façam nada contigo. – Respondeu Ackerman. – Além disso, esse fim não é uma sentença, afinal a humanidade ainda tem a nós e juramos fazer de tudo para protegê-la.

- E-eu... Não entendo.

- Não precisa. – Rivaille puxou o braço que Eren ainda segurava, soltando-se, entretanto o mais alto logo o tomou de volta, imprensando o outro contra a macieira. – O que está fazendo, Eren?

- Não há ninguém aqui além de nós.

  Mal terminou a frase e num milésimo de segundos sua boca encontrou a do mais baixo.

  Eram lábios doces, pequenos e macios. Para Ackerman a boca do outro era como sempre imaginou, suave e urgente ao mesmo tempo. Sentia-se estranho por ser tomado daquela forma, sendo que inicialmente não era sua vontade; não por realmente não querer, mas porque não queria que as coisas fugissem do controle. Todavia quando percebeu que não havia saída, se deixou levar, negando quando o outro quis colocar a língua em sua boca, fazendo o movimento inverso, vendo como Eren permitia que ele dominasse aquele beijo. Depois de aproveitar o bastante, Rivaille se deu conta de que estava indo longe demais ao sentir as mãos de Eren a passearem por seu corpo e perceber como estava reagindo àquilo, então separou o beijo repentinamente, deixando o jovem com vontade de tê-lo mais.

- Como se atreve a fazer isso? Tem sorte de eu não querer que se machuque hoje. – Disse o Cabo, e sem dar espaço para respostas foi saindo, enquanto Eren permanecia parado com um sorriso congelado no rosto.

  Logo o mais alto acompanhou o outro e seguiram em silêncio de volta para o alojamento.

  Ainda que Rivaille planejasse uma folga para si e Eren, e também tivesse dito isso a Irwin, este o convocou para uma reunião rápida.

- O que? – Indagou revoltado durante a reunião que contava apenas com eles dois. – Mas ele não vai estar pronto em dois dias!

- Sinto muito, mas não podemos esperar mais. Sei que é pouco tempo, mas você sabe que não é algo repentino. A expedição já estava por ser colocada em prática há tempos. Trata-se de algo necessário para nós.

  Rivaille respirou e retomou sua postura corriqueira, sendo analítico e procurando manter a compostura, visto que não queria expor seus sentimentos com relação ao seu protegido.

- O que você quer é testá-lo. Se quiser assim, então veremos como ele se sai. Apenas não tente mentir pra mim, Irwin. Eu sei exatamente o que pretende. – Declarou Rivaille saindo da sala.

  O Comandante havia organizado uma nova expedição para dali a dois dias, sendo que esta só era esperada para dali a algumas semanas.

  Rivaille entrou no quarto de seu subordinado sem bater na porta.

Até seu amor • EreriWhere stories live. Discover now