Só me lembro de achar Ash e sua mãe no hospital me fazendo companhia e ambos chorosos. Novamente a culpa me bateu. Eu só causava incômodo, não era possível. Depois disso, fiz de tudo para cuidar da criança, ela não merece a vida que levaria.
Pedi ajuda a Ben, ele era o mais velho, ele devia ter ao menos uma ideia do que eu podia fazer. Porém, ele simplesmente disse que não havia nada que pudesse fazer. A mesma coisa foi com Jack, porém, ele estava começando a abrir um negócio, então me deu um emprego, claro, eu começaria assim que a criança pudesse andar, porque não podia deixar ela sozinha, não naquela casa.
Nossa avó algumas vezes me ajudou muito, mas ela não podia se mudar, o que sobrava para mim, evitar que o bêbado viesse até o quarto e tentasse alguma coisa contra a criança para ela parar de chorar. Ashton falava que provavelmente com isso eu não queria ter uma família de forma alguma. O que não está errado, mas se eu tivesse, nunca, nunca mesmo, faria uma criança passar pelo o que eu passei. Nunca deixaria de ama-la e de mostrar que era amada.
Quando completei catorze anos, meu pai decidiu que devia parar de beber.
Já passava da hora, mas não iria falar, ele ainda me batia e muitas da vezes era porque eu não deixava que ele encostasse em Lilly.
Ele pode estar no papel como pai dela, mas ele não era capaz de cuidar nem mesmo do ar que ele respirava. Ao decorrer dos anos, minha vida era devotada aos estudos — que comecei a me focar quase que cem por cento—, a Lilly que logo de início me chamava de pai, o que deixava Andrew mais irritado, e trabalhar no café de Jack.
Ashton e Calum sempre que podiam me visitavam e até dormiam em casa, porque sabiam que se tivessem em casa meu pai ao menos fingia ser um ser humano até sociável, o que pra Lilly era maravilhoso, já que ela teria a presença de pessoas normais na medida do possível. E sempre que era possível, o nome Michael era citado. Eu quase queria conhecer ele só porque não aguentava mais ouvir esse nome.
Quando cheguei aos dezoito anos, eu já tinha entrado em uma universidade e já trabalhava em dois empregos para manter a casa e os gastos de ter uma criança e um doente em casa, já que Andrew começou a tomar remédios muito caros por conta da cirrose.
A primeira coisa que eu eu fiz no meu aniversário foi dizer ao meu pai que eu não aguentava ele e que eu só cuidava dele porque infelizmente ele era meu pai e não podia deixar ele morrer da mesma forma que ele fez com a mamãe, mas que não pensasse que eu me importava com ele, porque eu não me importava. E aí disse que era gay. O homem teve um início de infarto na nossa frente e Calum quase ligou pra ambulância enquanto Ash e Lilly riam. Sempre achei que Ash seria um ótimo pai, mas Calum sempre disse que não. Não posso fazer nada.
Pouco tempo depois, Calum e Ash me ligaram chorando, dizendo que o tal Michael havia sofrido um acidente de carro e que eles não sabiam se ele sobrevivia. Eu fui correndo para o tal hospital e fiquei dando apoio aos meus amigos. O mais louco foi que eu nem assim vi como era ele. Calum e Ash disseram que eu era amigo dele só para eu poder entrar, mas nem assim eu o vi.
Quase dois anos depois, aos vinte anos, eu vivia exausto e me sentia cada dia mais sozinho. Meu pai havia voltado a beber e eu falei com ele que se ele quisesse morrer ele podia continuar que estava no caminho certo.
Naquele dia, decidi sair e ir para algum lugar que Calum e Ashton queriam que eu fosse. Uma maldita festa. Josh, nosso amigo, estava comentando dela mas eu realmente achei que Ash e Calum não iriam.
Bom, achei errado.
Chegando la, a primeira coisa que eu vejo é um menino de moletom totalmente desconfortável na própria pele branca e alva. Olhos verdes e levemente entediado. Calum nos apresentou.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
