Não que seja errado defender sua mãe em uma situação assim, é o certo mesmo, porém, Andrew quase sempre era implacável em suas surras e seus castigos.
Uma vez, eu saí mas Ash para brincar na rua, e bom, o pai de Ashton e meu pai eram muito amigos, eles estavam bêbados, e eles sempre foram muito violentos, muito idiotas e lixos como ser humano, naquele dia, supostamente eu estava de castigo, mas a verdade era que eu defendi minha mãe e o bati, acabei recebendo um olho roxo e uma semana trancado no quarto. Eu tinha que esperar ele sair para poder me retirar do quarto e poder beber água. Era péssimo.
O que mais era odioso nisso tudo, era que meus outros dois irmãos, ao decorrer do tempo, eles não tentavam lutar contra nosso pai, eles não faziam nada quando ele batia em nossa mãe, eles na verdade olhavam e agiam como se fosse normal. Aquilo sempre me deixava irritado. E quando eu fazia algo, eles eram os primeiros a darem ideias para os castigos.
No dia que eu saí mesmo sabendo que não devia e nosso pai apareceu, Ben me segurou, me impediu de entrar, só porque ele queria que nosso pai visse e me batesse. Nunca entendi esse maldito ódio deles por mim. Eu nunca havia feito nada a eles.
Tudo ficou pior quando eles começaram a perceber que Ashton era diferente. Diferente, quero falar que era evidente que ele tinha interesse em garotos. Foram dias e mais dias de questionamentos sobre ele poder estar me levando para o mesmo caminho, se ele tentava me tocar, se eu gostava, que eu provavelmente devia gostar por andar tanto com ele.
Jack sempre começava com essa conversa Idiota. Eu sempre respondia a mesma coisa: que Ash era meu amigo, nos víamos e ainda nos vemos como irmãos, que ele nunca tentaria nada contra mim ou nem se ele fosse mesmo gay não era da conta de ninguém e se eu fosse também não dizia respeito a eles.
Meus dez anos foram péssimos.
Andrew não conhecia limites em relação a bebida e minha mãe parecia aos poucos murchar. Desaparecer.
Tinha momentos que ela ficava aérea, sem reação. Havia momentos que ela simplesmente chorava não aguentando mais.
Era o marido e os dois filhos lhe pressionando, lhe diminuindo, dizendo que ela não servia para nada, do mesmo jeito que diziam também para mim.
Havia noites que ela dormia no meu quarto abraçada comigo e passava noite toda chorando.
Ela dizia que eu era a única coisa boa que ainda havia restado naquela casa e que era somente por isso que ainda estava lá.
Noites como essas, eu me sentia um peso, sentia que se realmente tivesse acontecido como Andrew dizia querer ter acontecido, que se minha mãe tivesse me matado antes de nascer, naquele momento ela teria ido embora, estaria vivendo bem.
Então os antidepressivos entraram em jogo na vida de minha mãe. Eu a via os beber quase o tempo todo, mas parecia que nunca fazia efeito. Pois tirando ela ficar mais sonolenta, ela continuava da mesma forma.
Naquela época, o vazio em mim era tão grande, tão grande que eu nem pensava que havia algo melhor do que a vida que eu tinha. Ashton sempre me dizia que eu devia pensar melhor que eu devia lutar contra toda a pressão que eu tinha em casa, mas eu não conseguia. Ele falava sempre que eu devia conhecer seus amigos, que Michael era incrível e que provavelmente eu amaria conhecê-lo, que ele sempre lhe dava apoio, que seria bom para mim conhecê-lo.
Poucos meses depois, conheci Calum. Era um menino legal e bochechudo, vivia sempre reclamando que Ashton apertava suas bochechas demais. Sempre soube que se amavam.
Ele também me falava de Michael, que era seu amigo e irmão e que ele era incrível e que tirando os ataques de raiva, ele era legal.
A verdade é que eu sei da existência de Michael Clifford a mais tempo do que Michael Clifford sabe da minha. Desde meus onze anos de idade ouvia esse nome e sempre que meus amigos criavam alguma situação para conhecê-lo, algo acontecia. Era quase como se não fosse mesmo para funcionar.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
