Serendipity - Vmin - KTh + PJm

Capítulo 2

            Taehyung acabou rindo do comentário, mesmo que isso doesse.

— Suga é um cara ótimo. Só tem um humor bastante instável – afirmou ele.

— É, ele parece não ter gostado do Jungkook – o rosado voltou a falar.

— Pode ser. Nunca dá pra saber o que realmente se passa na cabeça dele – explicou.

— Aliás, porque ele te chama de V? – questionou Jimin.

— É uma abreviação para vitória. Quando éramos mais novos, Jin cuidava da gente – ele falou apontando o irmão mais velho que ria junto de Hoseok. – E sempre usava essa palavra para pontuar todas as nossas conquistas. Eu me incomodava, pois não achava que sobreviver era realmente uma vitória. Então Namjoon começou a me chamar assim – ele agora apontou o irmão do meio. – para me irritar mesmo. E conseguia, então pegou. Hoje todos me chamam assim, e não me incomodo mais, entendi o que Jin queria dizer naquela época, então realmente aceito o apelido.

— Ah! Legal, queria ter histórias interessantes assim, mas minha vida é um tédio mesmo – resmungou o menor.

— Duvido que seja assim tão chata, que não tem nada pra contar. Como acabou com o cabelo rosa? – questionou o moreno.

Sem notar estava começando mesmo a conversar com o rapaz ao seu lado. Ele tinha uma voz aguda, mas suave, o sorriso era doce, e sorria com os olhos também e ele emanava alegria. Isso era meio que reconfortante.

— É pura rebeldia estúpida – afirmou ele coçando a cabeça e desviando o olhar.

Tae sorriu para ele mesmo que esse não o olhasse no momento.

— Pode me contar? – o maior questionou, mas era mais um pedido.

— Ahh... Claro. Acho que posso, eu... Meu pai tem uma empresa de tecnologia, e na cabeça dele eu tenho que ser o novo presidente da empresa, mas não é isso que eu quero... Não gosto do que tenho que fazer lá, não tenho dom, não me encaixo. Sei lá como explicar isso. Eu tentei falar com meu pai tantas vezes que perdi as contas, mas ele insiste que eu tenho que aprender e fazer isso. Não quero isso pra minha vida, não é como se eu fosse a única opção, meu irmão mais novo certamente se encaixa melhor nisso. Eu só quero fazer algo de que eu goste da minha vida, ou que sentido faz... – Taehyung olhava o rapaz de cenho franzido, ia falar, mas esse continuou. – Mas indo ao que interessa, há alguns dias, meu pai disse que eu tinha que ir a empresa, e mostrar aos funcionários que eu era um cara sério, e certo para aquilo. Foi quando eu tive a ideia estúpida. Chamei Jungkook, que tem mais tempo que o Hoseok, e ele me acompanhou na loucura. Pintei de rosa, foi a cor que achei que mais incomodaria. Jungkook fez as mechas no mesmo dia. Com você foi o mesmo não é?

Tae acompanhava história tão concentrado que a pergunta o pegou de surpresa.

— Como?

— As mechas verdes no seu cabelo e o cabelo verde do seu amigo – explicou o menor.

— Isso... Foi isso. – respondeu ele. – Eu fui com Suga, mas ele pintou só por que deu vontade mesmo. Mas o que seu pai disse quando viu?

Jimin fez uma careta, mas depois sorriu.

— Surtiu o efeito desejado, eu acho. Achei que ele ia me bater, sério, pela primeira vez na vida eu realmente acreditei que ele ia me bater, depois de velho eu ia tomar uma surra. Mas ele não o fez, acho que porque minha mãe estava junto conosco. Se estivéssemos sozinhos ele teria feito. Em efeito, faz mais de um mês que ele não me dirige a palavra, nem mesmo fala sobre a empresa nem nada, simplesmente ignora minha existência. E no final não sei se me sinto bem ou mal com isso.