CAPÍTULO 186

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ALESSANDRA...

Eu arrumei minha mala tremendo de ódio, as lágrimas rolavam com força e eu me corroia lembrando da nossa noite, dos beijos, do "eu te amo", tudo. Eu me corroia lembrando de tudo o que passamos pra ficar juntos e me corroia mais ainda pensando que ele jogou tudo pro alto como se não fosse nada!

Foda-se Luan, foda-se todo mundo.

Eu vou seguir a minha vida bem longe dessa droga de cidade, eu vou viver bem longe de tudo isso, agora quem vai jogar tudo pro alto sou eu!

Vesti uma calça, uma blusa larga e calcei um tênis, não fiz questão de arrumar meu cabelo ou elaborar uma maquiagem, meu rosto estava vermelho e inchado pelo choro recente, mas eu não me importava, só queria sumir. Pedi um taxi pelo celular e caminhei em passos rápidos pro escritório do Amarildo, e assim que ele abriu a porta eu desferi um soco em seu rosto com toda a minha força. Ele cambaleou e me olhou furioso.

Amarildo: Você ficou maluca?! -gritou-
Alessandra: Isso não é nem um terço do que eu quero fazer com você, seu velho imundo!

Saí mais rápido do que entrei e peguei minha mala e desci com o José nos braços, Natália me olhou sorrindo.

Natália: Já vai?
Alessandra: Vou, pra nunca mais ver essa sua cara de puta!
Natália: Que honra! Agora o Luan é todo meu!
Alessandra: Adora meus restos né Natália? -ri irônica- Morram!

Segui pra fora da casa e parei ao ver Luan de braços cruzados, olhando pro nada no jardim.

Luan: Precisa de algum dinheiro?
Alessandra: Não, eu me viro. 

Finalmente ele me olhou, os olhos vermelhos o denunciavam, mas ele achava que eu não havia percebido. José iniciou um choro forte, como se sentisse que eu ia embora, o abracei e permiti que as lágrimas rolassem novamente, eu dizia pra mim mesma que isso seria bom pra ele.

Alessandra: Calma meu amor, calma!

Ele continuava chorando, agitado. O entreguei pro Luan e parece que foi pior.

Alessandra: Cuida bem dele. -Luan assentiu- Ele não tem culpa de nada disso.

O táxi chegou e estacionou em frente a casa.

Luan: Vai ser melhor assim. Seja feliz! -sorriu e eu vi uma lágrima descer e ele limpar rapidamente-

Assenti e pisquei os olhos algumas vezes, segurando o choro. Beijei os cabelos do meu menininho e entrei no táxi, o mesmo deu partida e a pior cena foi ver Luan chorando agarrado ao Zé. Se ele está triste por isso, porque me deixou ir?

Warrior | L.SWhere stories live. Discover now