CAPÍTULO 166

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ALESSANDRA...

Eu já estava na cama, preparada pra chegada do meu menino, os médicos arrumavam tudo para o parto, eu estava nervosa.

Alessandra: Cadê o Luan? -perguntei a Hilary-
Hilary: Ele não vai poder ficar.
Alessandra: O quê?! Porquê?!
Hilary: Sua gravidez é de risco e só descobrimos agora, talvez você ou o bebê não possam sair vivos daqui. Ele teve que escolher entre os dois, mas não teve coragem.

Meus olhos marejaram.

Hilary: Só podemos escolher um.
Alessandra: Salva o bebê! -disse sem pensar duas vezes- Não importa o que aconteça, salva ele!

Joana chegou e olhou feio pra Hilary, que saiu de perto. Jô era a namorada do meu pai, e ela que iria fazer o parto também.

Alessandra: Não deixa ele morrer Joana, salva o meu pequeno! -pedi chorando-
Jô: Ei ei ei! Calma! -ela suspirou e me abraçou quando eu comecei a chorar desesperada- eu vou fazer o possível pra que os dois saiam vivos! O parto será normal!
Alessandra: Não, não se importa comigo, salva o meu filho! Eu quero ele vivo!
Jô: Alessandra nós...
Alessandra: Por favor! Não deixa ele morrer!

Ela me olhou apreensiva.

Alessandra: Eu sei que eu posso morrer, não mente pra mim. E se eu for, eu vou morrer feliz sabendo que ao menos uma coisa de bom eu consegui fazer nessa vida: salvar a do meu filho. Não faz o Luan escolher, não deixa isso nas mãos dele, só faz o que eu tô te pedindo!

Ela assentiu devagar.

Alessandra: Diz pro Luan que eu amo ele, e que ele é a pessoa mais importante da minha vida! Diz que ele é o meu único amor e que a minha intenção nunca foi fazer mal a ele! -solucei- diz pra ele cuidar bem do nosso pequeno, e que independente de onde eu esteja, eu vou me lembrar dele! Também fala pros meus irmãos que eu amo muito eles, e diz pro meu pai que...que eu também amo ele e que eu peço perdão por não ser a filha que ele sonhou!
Jô: Você não vai morrer Alessandra, para!
Alessandra: Se eu morrer é porquê meu filho está vivo, é ele que importa!

Uma forte contração veio.

Jô: Vamos iniciar o parto, vocês vão sair daqui vivos! -disse confiante-

Ela voltou a posição de obstetra e iniciou o parto, me pediu pra usar toda a minha força e assim eu fiz. Gritei, chorei, berrei, usei uma força desconhecida por mim. Foram minutos naquela cama, até que eu escutei um chorinho de longe.

Minhas forças haviam se esgotado, meu corpo pediu descanso. Minhas vistas foram ficando escuras, apaguei ouvindo os gritos dos médicos e o choro distante do bebê.

Warrior | L.SWhere stories live. Discover now