Ele passou a mão pelos cabelos e negou com a cabeça.
Stefan: É só um bebê!
Alessandra: Ele vai ser bem cuidado, Luan é de família bem sucedida, a criança vai viver em harmonia como uma família de comercial de margarina
Stefan: E sem uma mãe!
Alessandra: Se for pra ter a mim como mãe, é melhor não ter. E além do mais, Luan vai assumir os negócios do pai dele, vai chover mulheres em seus pés, ele não vai precisar de mim -ri frouxo-
Stefan: O bebê não tem culpa dos erros de vocês, muito menos das merdas que você fez na vida! Você sabe o que é viver sem uma mãe, sabe como é sentir que mesmo viva a sua mãe não se importa com você, vai deixar mesmo que isso aconteça com seu filho ou filha?
Alessandra: Eu não cresci só sem a minha mãe, eu cresci sem o meu pai também. E olha só -apontei pra mim mesma- estou viva, superei!
Stefan: É um absurdo isso que você está fazendo
Alessandra: Que seja! Eu só não quero trazer desgosto pra esse bebê! Eu tenho certeza que o Luan vai ser um bom pai, vai cuidar dele ou dela, vai dar todo amor necessário e no fim das contas a criança nem vai dar falta de mim! Não é porque o Luan me odeia que ele vai maltratar nosso filho(a)! Eu sei o que eu fiz pra ele e sei exatamente que tudo isso é consequência dos meus atos, e eu não quero sentir o mesmo desprezo que o Luan sente por mim, no meu filho(a)!Ele ficou em silêncio me olhando.
Alessandra: Você nunca sentiu o que eu tô sentindo agora, Stefan -meus olhos marejaram- você nunca sentiu o desprezo vindo de alguém que você ama, porque ao contrário de mim você é uma pessoa boa, eu não! E eu não quero por a vida desse bebê em risco, porquê todos os que eu amo se vão! Seja por morte, por desgosto, todos se vão! E eu prefiro assim, morrer sozinha, viver sozinha, assim eu não machuco ninguém e ninguém me machuca. Eu já te machuquei, já te decepcionei uma vez e eu sei que o que eu tô fazendo agora está te decepcionando de novo, ultimamente eu ando decepcionando a mim mesma -falei com a voz embargada- eu decepcionei o meu pai, o Luan, o Edgar, a Lorena, a Cida, meus amigos, você! Eu não quero mais isso, eu não aguento mais isso! Eu já decidi que o melhor vai ser seguir assim. Me desculpa por tudo, mas eu realmente não me importo mais com nada!
Eu saí dali com o choro entalado na garganta, e ao chegar no quarto eu deixei ele sair. Chorei feito criança.
Eu aceitei o fato de que eu sou uma decepção, que minha existência é um erro. Eu não quero mais ver as pessoas que eu amo me olhando com desprezo, e eu não sei se aguentaria se o meu próprio filho ou filha me olhasse assim também.
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Warrior | L.S
General Fiction"Nem sempre eu fui assim, fria, calculista, sem sentimentos, sem felicidade. Na verdade eu já fui uma menina feliz, amorosa, mas deixei de ser quando tiraram tudo que eu tinha: A minha família, a minha inocência. Dizem que o pouco faz muita gente fe...