CAPÍTULO 29

989 47 6
                                    

ALESSANDRA...

Ele não tinha esse direito, não tinha!

Pode falar o que quiser de mim, eu realmente não ligo, quem sabe da minha vida sou eu mesma, não preciso provar nada a ninguém mas respeito muito a memória do meu pai, não aceito que falem dele, e ele nem está aqui pra se defender. E isso é o que mais me dói: "Ele não está aqui!".

E por culpa minha.

Se eu não estivesse desobedecido aquele velho ele não teria morrido.
Se eu não estivesse insistido pra ele me levar pra casa ele não teria morrido.
Se eu estivesse chegado a tempo eu poderia salvar ele, mas não.
Eu não cheguei, eu não obedeci, eu fui persistente e por culpa minha ele se foi, tudo culpa minha!

Acelerei mais o carro enquanto as lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto, porque eu tinha que ser assim? Porque aquela desgraçada da Dayana traiu meu pai? Por dinheiro e luxo? Ela já não era feliz o bastante?!

Aquela vagabunda tinha o amor do meu pai, ele fazia tudo o que ela queria, dava presentes, carinho, sempre foi fiel, chegava do trabalho cansado e mesmo assim dava toda atenção pra mim, Lorena e Edgar, cuidava da gente quase dormindo em pé só pra aquela quenga dos infernos sair pra encontrar aquele velho nojento enquanto ele achava que ela tinha ido fazer a unha da vizinha, fazer compras.

Puta desgraçada, nunca vou perdoar ela pela morte do meu pai, por ter feito da minha vida um inferno, por ter acabado com o psicológico da minha irmã. Posso até estar sendo ruim, mas eu quero que ela morra!

Uma buzina alta soou em meus ouvidos e eu rapidamente joguei o carro pro lado, o cara saiu me xingando, merda. Limpei as lágrimas e voltei a focar no trânsito, se bem que morrer não seria algo ruim agora.

Jack: Olha se não é a morena mais gostosa de Londres!

Disse sorrindo cínico, ele já estava chapadão. A pergunta seria: Quando não está?

Jack, um viciado assumido que eu conheço a um tempo, ele frequenta a boate algumas vezes mas já faz um tempo que não vai. É um moreno tatuado, alto, é malhado mas nada exageradamente, ele é bonito, brasileiro...a maioria dos meus amigos são brasileiros, vale lembrar.

Jack: Entra aí -deu espaço, entrei e ele fechou a porta- Não repara na bagunça
Alessandra: Já reparei, tá uma merda
Jack: É -deu de ombros- o que te trás aqui? -deu um trago no cigarro de maconha que tinha em mãos- lembrou que eu existo?
Alessandra: Deixa de drama, idiota -ele riu-
Jack: Está com problemas e quer relaxar, adivinhei? -suspirei- certo

Ele saiu e voltou com duas garrafas de vodka e algumas cervejas, colocou tudo numa caixa de isopor junto com outras vodkas de sabores, uma azul e outra de frutas vermelhas. Pegou duas caixas de whisky e me entregou

Alessandra: O que tá fazendo?!
Jack: Me segue -fechou a caixa-

Nós saímos do seu apartamento e ele apertou algum botão do elevador, em poucos tempo estávamos no terraço do prédio, mas bem no topo mesmo

Alessandra: Você é louco? A gente pode vir aqui?
Jack: E quem se importa, Lelê? -riu- você disse que queria relaxar, seu pedido é uma ordem

Warrior | L.SWhere stories live. Discover now