Capítulo 30 - Regalos

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Eu segurei seu maxilar por um momento ao sentir ele diminuir o ritmo da brincadeira entre nossas línguas, alternando com chupões e mordidas em meus lábios. Ficamos assim por uns minutos, sentindo nossos gostos e nossos corpos se encostando, meus dedos sentindo a raiz do cabelo dele em um carinho lento enquanto com a outra mão passava as unhas por suas costas com calma, no ritmo de nossos beijos.

Sabe aquela sensação de sentir o coração quentinho de tanto amor? Eu a sentia agora, e não queria mais nada.

- Isso é pra você. - Ele sussurrou sobre meus lábios antes de se afastar e capturar um buquê de rosas vermelhas simplesmente perfeito. Eu sorri, me sentando na cama quando ele afastou o peso de seu corpo do meu e tomei as flores em minhas mãos, levando próximo ao rosto e inspirando profundamente. Cheirava tão bem. - Aqui... - Lorenzo pegou uma de minhas mãos delicadamente, afastando do arranjo e depositando uma caixa retangular de veludo. Meus olhos se encontraram com os seus por um momento, um sorriso bobo nascendo em meus lábios com o momento que partilhávamos.

- Lorenzo... - Seu nome saiu em um sussurro involuntário por meus lábios e meu noivo sorriu, me incentivando a abrir seu presente. Eu deixei o buquê com as rosas ao meu lado no colchão, com cuidado para não amassar nenhuma pétala, antes de abrir o fecho delicado calmamente.

- Eu queria que fosse algo com um significado especial para nós dois, então não comprei em uma dessas lojas grandes. Eu tenho um amigo que é joalheiro e pedi para que ele fizesse essa especialmente pra você. - Meu olhar contemplava cada pequeno milímetro da peça delicada enquanto ouvia suas palavras, reparando em pequenos detalhes que poderiam passar despercebidos aos olhos de outras pessoas, mais não dos meus. - Cada um desses pingentes representa um passo importante no desenvolver da nossa relação. - Era uma tornozeleira de ouro branco, com três pequenos pingentes um ao lado do outro. Um copo de café. Um livro e uma bailarina. - Eu pensei muito, mais infelizmente não encontrei nada que representasse corretamente a primeira vez que nos vimos, já que foi um esbarrão rápido e nem sequer nos falamos muito, então... - Seus dedos percorreram o objeto delicado, parando sobre o pequeno copo de um café de Starbucks. - Eu não sei se você se lembra, mais quando nos vimos pela segunda vez naquela lanchonete, você estava com um copo desse nas mãos. - Eu sorri, balançando a cabeça em negação, me sentindo incapaz de pronunciar uma única palavra tamanha a onda de sentimentos que me invadiu. Eu realmente não me lembrava. - O livro... ele foi a desculpa que eu encontrei pra falar com você aquele dia, então eu considerei importante que estivesse aqui. - Seus dedos percorreram suavemente o pingente, que quem reparasse de perto, poderia distinguir em letras abreviadas o título "Cirurgias em Pequenos Animais". Um sorriso lentamente nascendo nos lábios avermelhados ao perceber que eu havia captado aquela mensagem. Era o livro que eu havia deixado cair e ele veio me devolver. - E esse pequena bailarina representa nossa noite no Balajo, onde nos permitimos pela primeira vez.

Eu não conseguia palavras o suficiente para descrever meu estado de espírito neste momento.

Lorenzo sempre deixou muito claro o quanto era observador e carinhoso, mais saber que ele se preocupou com cada mínimo detalhe, lembrando e refazendo nosso começo torto com tanto cuidado, era demais para que eu não me derramasse em lágrimas. Eu respirei fundo, jogando a cabeça para trás e olhando para o teto do meu quarto em um tentativa inútil de controlar o choro que irrompeu por meus lábios um segundo antes de eu me jogar em seu colo e o abraçar com toda minha força.

Seus braços fortes apertaram minha cintura no mesmo segundo, me acalentando em seu colo enquanto eu enfiava meu rosto em seu pescoço, sentindo a umidade se intensificar naquela região conforme minhas lágrimas escorriam por minhas bochechas.

Nós permanecemos naquela posição por alguns minutos. Suas mãos percorrendo minhas costas, braços e cabelos para tentar me acalmar. Eu suspirei, fungando e tentando me acalmar para conseguir encontrar palavras que fossem o suficiente em agradecê-lo por tudo o que ele estava me fazendo sentir.

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