A primeira música já foi. A primeira de três.

Fui aplaudido. Meus olhos varreram todos os lugares. Joy estava totalmente emotiva e Mali a abraçava, enquanto Joan sorria e acenava. Cal e Ash que agora estavam ao lado da minha psiquiatra me olhavam com um sorriso tão grande que me fez sorrir também.

Olho para as outras pessoas. Elas pareciam surpresas, isso era ótimo.

Meu olhar absorvia toda aquela reação que eu não me lembrava ser tão boa quando mais ao longe, perto da porta de saída, sentado na última cadeira, com o mais lindo sorriso adornando seus lábios, eu o vi.

Os olhos brilhando como o céu e sorri mais.

Ele veio.

Respirei fundo e continuei com a apresentação. Ainda faltavam mais duas músicas.

Quando disse o nome da segunda música, “The only reason”,  me pus no meu lugar meses atrás, quando ainda o tinha por perto, quando eu e ele dissemos todas aquelas coisas, quando disse que o amava e ele chorou. Não foi porque ele não sentia o mesmo ou eu o havia machucado, mas sim porque ele não sabia medir nada disso.

Pensei em todas as vezes que pensei em seu sofrimento antes de dormir, como quando até mesmo estávamos sem nos ver, o que ainda estamos, ainda não desistia dele, da pessoa que ele é, de mostrá-lo que não só estou bem, como ele também podia estar, que ele era a pessoa mais incrível que eu conheci.

Que nunca é tarde para voltarmos a vida. Obviamente, não é necessário que voltemos, quando a terminei, havia três dias que tudo havia acabado.

Ainda me arrependo de não ter dito coisas a mais, que o fizesse ver que eu acima de tudo não apoiava algo que o magoava.

Mas sei que ele sabe disso.

Como sabe ser a razão, a única razão dessa música existir.

No fim da música, nem consegui olhar para lugar nenhum, só para meu violão e para minhas mãos.

Anunciei a terceira e já não sabia mais o que falar.

Airplanes marcava meu orgulho de mim mesmo, minha mudança, mesmo que eu ainda chegasse a estar mal. Que viver me fazia bem.

The only reason me lembra de que mesmo depois de tudo que vivemos, que mesmo depois de todas aquelas coisas, ainda não desistia e nunca desistiria do ser humano que ele é, de apoia-lo, de estar ao seu lado.

Wrapped around your finger, a terceira me levava diretamente a minhas melhores lembranças, não só com ele, mas principalmente com ele, do qual me teve completamente, inteiramente e eu não mudaria nada, não mudaria a intensidade de nenhum dos meus sentimentos, mesmo que antes eu não os conhecesse. Que sim, ele era um anjo disfarçado e que me trouxe o melhor, me fez ver como o pior pode nos deixar, mas que ainda sim, ele tem e me teria completamente.

No fim de todas as três músicas, minhas três escolhas — não sei se as melhores ou na ordem mais bem organizada —, levantei meu olhar para os presentes e bom, fui aplaudido novamente.

Me senti feliz e com a sensação de dever cumprido. Senti que podia finalmente começar um novo capítulo da minha vida, do qual eu poderia cantar para todos como fazia antes do acidente, onde eu poderia ficar e fazer parte da minha própria vida.

Um capítulo da minha vida em que eu me sentia livre para viver.

Antes de descer do palco, vi seus olhos azuis brilhando. Eles pareciam talvez marejados, ou poderia ser coisa da minha cabeça, nunca saberei.

Acenei para ele e sorri. Tinha certeza que Luke não viria a meu encontro, e ele estava em seu direito. Ele já fez muito vindo me ver e isso já significa muito para mim.

Assim que desci do palco, Ash e Calum, como duas crianças, pularam em cima de mim e quando dei por mim, já estavam me levantando do chão.

Recebi elogios dos professores que observavam tudo e de alguns alunos.

Meus olhos ficaram focados na porta até o momento que vi cachos loiros passando para o lado de fora.

Espero que ele fique bem e que tenha se encontrado. Acima de tudo eu quero que ele esteja bem. Luke merece tudo de bom e ainda mais.

Peguei minhas coisas e já tinha que sair. Estava atrasado para o trabalho. Antes de ir, Jones me parou e me olhou nos olhos.

— Parabéns garoto. — Sua voz não carregava nenhum tipo de rancor. Ele parecia orgulhoso. — Você foi incrível.

Sorri verdadeiramente.

— Obrigado. — Respondi e o homem me deu um abraço. Logo depois eu me retirei.

Andava apressado, mas não sem ver uma silhueta alta apoiada em uma árvore espalhada pelo Campus. Seus olhos fechados e um leve sorriso no rosto.

É, Luke estava bem.

Seus olhos se abriram e se encontram com os meus. Sorrimos um para o outro. Eu podia ver que ele vinha a meu encontro, porém Cashton o chama e ele vai até lá.

Acho que talvez, as coisas vão voltando ao normal, mas com o tempo.

****

Então, como vão?
O capítulo não saiu a coisa mais linda do mundo, mas eu acho que consegui passar tudo o que eu e Michael sentíamos no momento de escrever (já que eu me ponho no lugar dele na hora da escrita).

Enfim, eu prometo desde sei lá o capítulo dez que teria uma surpresa, então, ela é o próximo capítulo e só tenho a dizer: é o maior Capítulo que eu escrevi e ele vai marcar definitivamente o rumo pro fim da história. Amo vocês e não desistam de mim.

Até o capítulo surpresa que é o próximo <3

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Donde viven las historias. Descúbrelo ahora