Babaca!

Mais uma vez ele tentando esfregar em minha cara que é melhor do que eu, apenas por seu sobrenome ser de peso na sociedade, mas mal sabe ele que pouco me importa se sou Lisa Adams Lonnie, para mim isso é só mais um sobrenome como outro qualquer.

Giro nos calcanhares e me encaminho até a escada subindo degrau por degrau sem ao menos me importar o quão apressado ele está. Quando Hector aprender a me tratar melhor aí sim eu irei fazer o mesmo por ele, mas por enquanto isso está fora de cogitação.

(...)

Lanço um olhar interrogativo para Hector assim que entramos em uma das joalherias mais caras da cidade, não vejo necessidade de comprar uma coisa tão cara assim apenas para alimentar um casamento movido a contrato.

- Hector, não precisava ser em um lugar tão caro assim. - me aproximo dele soltando discretamente minhas palavras.

- Não uso bijuterias ou coisas do tipo - abre seu melhor sorriso para depois prender minha mão na dele me deixando envergonhada.

É estranho ter a mão dele apertando a minha até porque nós nos conhecemos ontem e nem sequer tocamos um no outro, não que isso vá acontecer, mas me sinto sufocada quando o calor de sua pele me atinge. Ele é a mesma coisa que um estranho.

Uma atendente veio nos receber e logo nos mostra vários pares de alianças que realmente são lindas, mas que sinceramente nenhuma causa em mim uma vontade de consumo. Não vejo sentido em usar uma aliança tão bonita assim, sendo que minha união com Hector é completamente escassa de sentimentos e significados.

- Já decidiram qual levar?

- O que me diz dessa querida? - Hector sorri me mostrando um par de alianças com o símbolo do infinito cravejado em brilhantes no arco de dentro.

- O que você escolher será perfeito para mim.

- Desculpe a intromissão, mas a senhora não parece tão animada assim com a escolha das alianças . - Assim que a moça fala sinto o olhar pesado de Hector sobre mim.

- Eu...

- Ela está com dor de cabeça... - Aperta minha mão que descansava em cima da mesa fazendo a moça loira sorrir com a delicadeza que agora ele demonstrou ao me tocar. - Vamos ficar com essas aqui mesmo.

- Perfeito! Uma ótima escolha.

Quando Hector paga as alianças ele me puxa discretamente para fora da joalheria, quando chegamos a beira do seu carro sou empurrada contra a lataria ficando sem saída a não ser encará-lo ou olhar para o lado.

- O que foi aquilo lá dentro?

- Nada. - dou de ombros. - Eu só deixei livre para você fazer a escolha.

- Lisa, nós somos casados e temos que fazer jus a esse rótulo.

- O que você quer dizer com isso?

- Quero dizer que temos que passar mais verdade. - Agarra minha cintura, me puxando com força até ele, fazendo com que eu batesse em seu peitoral. Tento protestar mas as palavras fogem assim que seu rosto para a centímetros do meu. Na tentativa de afastá-lo eu espalmo minhas mãos em seu peito, mas isso parece não intimidá-lo e agora seu nariz já encosta no meu, fazendo uma onda de nervosismo atravessar meu corpo.

- Se afasta por favor. - sussurro virando o rosto para o lado.

- Por que? Do que você tem medo Lisa? - segura meu queixo me forçando a olhá-lo.

- Não tenho medo de nada, apenas não gosto que alguém me toque sem minha permissão.

- Mas eu posso, até porque sou seu marido.

Em uma rápida ação Hector toma minha boca em um beijo duro que chega a me machucar, assim como seu aperto exagerado em minha cintura que me faz começar a chorar. Me debato, tentando me soltar, mas isso só faz com que ele acelere o beijo e força sua língua a invadir minha boca.

- Fica longe de mim! - Empurro ele e saio correndo sem me importar se tem pessoas olhando.

Hector é uma canalha. Como ele teve coragem de me beijar à força? Ele me desrespeitou e além disso nem ligou se estava me machucando ou não. Eu odeio ele! Se não fosse minha mãe estar em coma eu já teria tentado anular esse casamento a muito tempo... Maldito seja o dia em que me tornei esposa dele!

Ainda chorando e tremendo eu paro um táxi e dou o endereço do hospital onde minha mãe está internada. Eu sei que ela não vai poder me dar conselhos e muito menos acariciar meus cabelos, mas eu só preciso vê-la, pegar na mão dela e sentir aquela familiaridade que só ela tem. Eu preciso ao menos olhar para ela para assim eu ter a certeza de que estou fazendo a coisa certa.


Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1 Where stories live. Discover now