Capítulo vinte e seis

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Passavam pela Trafalgar Square, a praça mais famosa de Londres, de mãos dadas.

— É sério, Paco! — Giulia dizia. — Quantas já te pagaram pra ir para a cama com você?

Paco revirou os olhos e não disse nada. Giulia olhou para ele, divertida, insistindo:

— Vai, Paco... Deixa de ser chato! Não custa nada você me dizer isso.

— Quer mesmo saber? — a fitou.

— Claro!

Ele sorriu e puxou ela para perto. Giulia ficou ansiosa para saber a resposta e não parava de olhá-lo.

— Vai ficar querendo! — disse sério.

Giulia bufou e se soltou dele, colocando as mãos na cintura.

— Você é muito chato, Paco Bauer! Não custa nada você me dizer isso. Não vou sair por ai espalhando...

— Eu sei disso.

— Então, vai... Fala.

— Olha... — ele suspirou, resignado. — Essa sua curiosidade é normal, mas eu não tenho o costume de ficar dizendo sobre minhas clientes para outras clientes.

— Mas...

— Mesmo que o seu caso seja um pouco mais diferente.

— Diferente como? — estreitou os olhos, desconfiada.

Sinto que falei uma besteira..., Paco pensou.

— Bem... Hum... — ele deu uma gaguejada. — Você não me contratou para... Você sabe... — revirou os olhos.

— Sexo!

— Isso.

Um sorriso começou a se formar no rosto de Giulia e ela começou a rir. Paco olhou para ela, sem entender aquela risada toda.

— O que tem tanta graça, Giulia?

— Sabe o que é? Você tendo a profissão que tem e fica todo vermelho quando vai falar sobre sexo... — ela explicou, rindo.

— Não é bem assim... — tentou se defender.

— É assim, sim! E não é a primeira vez que você fica assim.

Paco revirou os olhos e pegou na mão dela, voltando a caminhar.

— E você é toda liberal, né?

— Oras, eu tento. Mas não sou tanto quanto a minha mãe...

— Ainda bem!

Os dois riram, sentindo-se bem por compartilharem uma tarde maravilhosa.

Eles se sentaram na beirada da fonte e Giulia o chamou:

— Paco...

— Hum...

— É... — ficou quieta e mordiscou o lábio. Toda aquela curiosidade ainda a deixaria em maus lençóis!

— O que foi? — indagou, a fitando.

— É, assim... Só por curiosidade...

— Já estou me acostumando com isso. — ele comentou, rindo.

Giulia deu um breve sorriso e respirou fundo.

— Pergunta logo, Giulia!

 — Ok... — respirou fundo mais uma vez e indagou: — Você já se sentiu atraído por alguma cliente sua?

Paco ficou sério. Ele abaixou a cabeça, não sabendo se devia contar a ela a verdade.

Suspirando, ele a fitou com atenção e disse:

— Já...

— Hum... Muito atraído?

— A ponto de me apaixonar por ela...

Giulia ficou sem reação. Não esperava ouvir aquilo dele. Ela engoliu em seco e balançou a cabeça.

— Isso faz muito tempo?

— Não...

— Hum... E você... — deu uma leve tossida, incomodada com a resposta dele. — Você ainda a ama?

— Muito! — a fitou com intensidade. — Descobri que aquela garota é a minha vida. Sem ela não sou nada...

Giulia se sentiu um pouco inquieta com aquela confissão dele, o que era patético! Não queria saber? Agora não tinha porque ficar reclamando de conhecer a verdade. Da próxima vez que mantenha a curiosidade só para si, Giulia Vidal!, ela pensou e abaixou a cabeça, pega por uma súbita onda de tristeza.

Paco não deixou de olhar para ela um segundo sequer, sabendo que Giulia não pegou a dica. Não se ligara que estava falando sobre ela...

Com esse fato, Paco desviou o olhar dela, e suspirou. Ficaram ainda um tempo em silencio, cada um remoendo seus pensamentos.

Oh, meu Deus! Eu não acredito nisso! — alguém próximo a eles exclamou.

Ao olhar para a pessoa, Paco arregalou os olhos, surpreso. Era só o que faltava...

Paco Bauer, que mundinho pequeno!

 

*Amores, como prometido, postei dos os dias. Talvez, só talvez, eu posto algo amanhã, mas não garanto. Caso não postar, semana que vem tem mais! Não deixem de comentar, indicar e dar as estrelas. Bom fim de semana para todos! Beijo, beijo.

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