Capítulo vinte e seis

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Assim que seu “pequeno” grito ecoou pelo lugar, todos a fitaram com curiosidade e Giulia levou a mão à boca, ainda surpresa com o que sua prima lhe falara.

 Dianna deu um risinho sem graça e olhou para Giulia, dizendo baixo:

— Vê se fala baixo, garota!

Giulia tirou a mão da boca e olhou em volta antes de falar com Dianna.

— O que você quer que eu faça?! Olha o que me falou...

— Faça qualquer coisa, Giulia. Menos um escândalo!

Giulia respirou fundo e olhou para Paco, indagando baixinho mais para si mesmo:

— Será?

— “Será” o que?

— Ai, Dianna! — revirou os olhos. — Que ele me... me... — gaguejou, incapaz de completar a frase. — Você sabe... — fez um gesto vago com as mãos.

— Eu que vou saber? Quem tem que saber disso é você... — deu de ombros.

Giulia mordiscou o lábio e olhou novamente para Paco. Era impressão sua, ou ele a fitava com intensidade.

Giulia sentiu um arrepio passar pelo seu corpo e voltou a olhar para Dianna, dizendo:

— Eu tenho que descobrir isso...

Bom dia! — A professora de dança, uma senhora com seus sessenta anos, delgada, elegante e com seus cabelos escuros presos em um coque, entrou no estúdio e todos olharam para ela. — Vamos lá... — bateu palmas, animada. — Formando seus pares!

Giulia olhou para Paco e ele veio em sua direção.

—    A dança tem que vir de dentro... — a professora dizia, enquanto ligava o sistema de som e “Sway”, do Michael Buble preenchia o ambiente. — Ela tem que fluir de vocês... Do fundo do coração e da alma.

Marion e Sammuel começaram a dançar, e Dianna ficou se mexendo sozinha em um canto do estúdio.

Giulia e Paco se olharam quase como inimigos de guerra, sem se aproximar.

— Sabe dançar, Paco? — ela indagou.

— Já te disse que sim.

 — Pois eu duvido!  — arqueou a sobrancelha.

Ele franziu a testa e disse:

— Você vai ver só... — puxou ela para perto, colando seus corpos.

Giulia prendeu a respiração, sentindo seu coração bater mais rápido. Foi pelo susto... foi pelo susto!, ela pensava. Foi pelo susto?

Paco começou a se movimentar, fazendo com que ela o seguisse, ainda meio sem ritmo, rígida.

— Isso é o máximo que você consegue fazer, Giulia? — disse no ouvido dela.

Ela o encarou e sorriu maliciosa.

— Com certeza que não! — começou a se soltar mais, acompanhando o movimento dele.

Os dois dançavam pelo estúdio, como se só existissem os dois naquele lugar. Eles começaram a rir, enquanto rodopiavam pelo estúdio. Aquela tensão que pairava entre eles até momentos antes, não existia mais.

Quando a música acabou, Paco deu um selinho em Giulia.

— Não gosto de brigar com você... — ele disse bem baixinho.

— Nem eu com você... — ela disse e devolveu o beijo.

Quase uma hora depois, eles saíram do estúdio de dança e resolveram dar uma volta pela cidade.

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