— Se arrepende?

Ele falou que o irmão era gay de propósito para o próprio irmão apanhar até ficar muito machucado porque não queria admitir que estava errado. E riu da dor do irmão. Ele até hoje o trata como lixo.

— Nem um pouco.

— Você e o Luke são muito amigos, certo?

Começamos a entrar no terreno perigoso.

— Nós... Nós estamos namorando.

Ela me olhava pensando. Acho que as coisas mudam de figura agora. Ela vai começar a me perguntar sobre Luke e meus sentimentos para poder entender o porquê de socar meu cunhado. Eu acabei de chamar Jack de cunhado.  Okay, isso está ficando demais.

— Vocês estão juntos a quanto tempo?

— Um mês.

— O que sente por ele?

Como eu disse. Gente previsível.

— Eu gosto dele, muito. Ele me apoiou muito e eu apoio muito ele. Quero cuidar dele, protegê-lo.

— Proteger do quê?

— De mim mesmo até, se isso o fizer mal.

Ela me olhava ainda com aquela incessante curiosidade. A consulta de duas horas vai durar quatro.

— Você já tentou medir a profundidade desse sentimento? Não acho que socar o cunhado seja algo tão pequeno somente por ele discutir com o irmão.

Ela não o conhece, ela não sabe como ele pode ser odioso, como ele magoa o irmão caçula por nada. Ela não sabe.

— Não foi uma simples discussão, ele ofendeu o irmão. Eu não podia deixar isso acontecer.

— Por quê?

— Porque não podia! — Falo um pouco mais alto. — Porque o foco está no meu relacionamento e não no fato de eu não entrar em carros, ou pelo fato de eu não superar a morte de meus pais?

Ela olha para mim sem nenhum esboço de emoção.

— Acho que esse assunto por enquanto é o mais imediato. — Ela não parecia nem um pouco afetada com o que eu disse. — Os seus traumas ainda vão existir enquanto você disser que eles vão existir, enquanto você não parar de assemelhar carros a morte de seus pais, enquanto não aceitar o fato de sua partida, mas esse caso, é recente. Você bateu em alguém por outra, certo, é seu namorado, mas eu lhe pergunto o que sente por ele e você nem me faz uma resposta decente. Você diz de forma calculada.  O que é que você não quer admitir a si mesmo?

Eu olhava para ela sem saber o que falar. Joy não falava comigo assim. Ela me aconselhava, mas não apontava um ponto na minha cara, não dizia que eu falava algo planejado, ela sabia, mas não falava, ela me conhecia, não precisava falar muito. Joan vai ser um pé no saco. Já prevejo.

— Eu não tenho o que esconder. E você não devia me apontar nada, não é assim que psicólogos deviam trabalhar.

— Eu estou dizendo o que eu vejo. — Como ela na subiu nem uma oitava para falar ? — É evidente que você o ama, porque não admite isso?

— Isso nem devia estar em cogitação.

— Isso o incomoda, isso o faz pensar sobre, e isso pode ser um possível gatilho para algum de seus ataques. — Eu oficialmente odeio a calma dessa mulher. Eu vou falar com Luke que prefiro Joy. — Do que você tem medo Michael?

Minha respiração estava ficando pesada. Se ela não se calar, eu saio e a deixo falando sozinha.

— Você tem medo de não ser recíproco? De ele se assustar com o que ele mesmo causou em você? Mike, você não pode se culpar por nada disso.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Donde viven las historias. Descúbrelo ahora