Filhos da puta, eles já tinham planejado tudo. Não sei se bato neles ou se os abraço.
— Jack os ouviu e o que aconteceu? — Perguntei.
— Bom, ele não falou nada de início, eu achava que ele ainda estava lá com a menina, porque eles estavam falando de novo, só que baixo. — Ele continua. — Eu não sabia o motivo. Então quando Ashton se foi e todos chegaram, viram ele no sofá com aquela menina lá e ele recebeu o maior sermão. E na hora que ele ia levar um tapa, ele simplesmente grita o que Ashton disse, claro que mudando o contexto.
Eu fiquei estático. Inconsciente, eu acabei com a paz de Luke em casa, eu o fiz mal sem nem ao menos o conhecer. O fiz mal tentando fazer o bem a Ashton e Calum. Não sabia o que falar.
— Luke, se não quiser falar mais, eu entendo.
— Ele, meu pai, me puxou pelo braço, me perguntou se era verdade. — Sua voz estava mais baixa. — Eu só tinha onze anos Mike, não tinha que passar por isso. Ele gritava perguntado se era verdade e eu não sabia o que responder, ele tentou de várias formas me fazer falar, até que eu gritei que sim. Não mudaria nada, o inferno seria o mesmo. Porém mudou. — Ele olhava no fundo dos meus olhos. — Mudou para pior. Eu olhei para minha mãe, e ela nem mesmo olhou na minha cara, ela antes tentava fazer algo, dessa vez, eu vi Jack sorrindo porque o foco não era mais ele e Ben que simplesmente foi para cozinha comer. Ela se virou e foi para área de serviço, Mike.
Meu coração pesou tanto que achava que haviam o substituído por chumbo puro. Olhava para a praça, agora escura, os postes alguns acesos e outros com a luz queimada. Quantas pessoas passavam pelo mesmo por aí? Quantas vezes ele teve que sofrer por ser ele mesmo?
— Ele... Ele só te agrediu, certo? Ele não...
— Não, Mike! Deus, não! Eu nunca deixaria. — Sua voz era exasperada. — Também nunca fiquei muito perto para saber se tentaria, eu não quero nada vindo daquele homem.
Eu o entendo. Ele deveria se sentir mais do que o fizeram sentir, ele merecia muito mais.
— No fim, — Ele continua. — Ela pediu perdão por não fazer nada, mas ela também não podia mais tentar, ela não aguentava mais. Eu entendi o que ela queria dizer.
Olhava para meus pulsos e me senti tão estúpido, tão ridículo por tentar algo que não chega nem mesmo perto de algo assim. A dor interna é lancinante, causa agonia, mas não chega perto da dor física e mental que ele passou ao decorrer dos anos.
— A culpa não é sua.
— Sei que não. — Ainda estava triste, mas não o culpo. — Mas isso me abalou bastante, sabe. Eu morreria por ela. Mas ela não morreria por mim. — Sua voz saiu embargada. — Mas foi por pouco tempo, acho. Ela viu que os outros dois eram piores considerado ao que eu fazia. E eu não fazia nada, aceitava calado. No fim, era só nós dois. E bom, depois de um tempo, ela disse que Jack inventou tudo para se safar e eu como um bom irmão aceitei isso. Jack negava até a morte isso dizendo que ele não aceitaria nunca a minha ajuda, mas a minha mãe convenceu Andrew que era verdade. Ele só descobriu uns anos depois que eu era mesmo gay, mas aí eu já tinha uns 18 anos.
Eu acariciava seu cabelo enquanto ele tentava controlar a respiração. Se Jack soubesse o ódio que eu tenho dele nesse exato momento, ele realmente ficaria muito feliz se não tivesse voltado atrás na sua decisão e tivesse me demitido, para o bem dele, ele devia me demitir agora mesmo.
— Você devia lutar contra isso, devia sair de lá. — Digo. — Sei que há motivos de estar lá, mas se for algo importante, leve com você, não dá para lidar com isso, pensar que você ainda passa por isso aos vinte anos.
Ele me apertou em um abraço desajeitado e eu retribuí. Não sei se posso juntar seus pedaços, não sei se posso ser o que ele necessita nesse momento, mas sei que eu quero ser aquele que pode lhe dar apoio, alguém com quem ele possa contar. Reparar ao menos um dos danos causados a sua existência.
— Eu simplesmente não posso. Quero, mas não posso. — Luke parecia em mais conflito do que eu. Éramos uma dupla de loucos que lutavam contra si próprios para tentar curar, antes de colar seus próprios pedaços, o pedaço do outro. — Ao menos não agora.
Ficamos por um tempo assim, nossos corpos juntos, abraçados. O calor do meu corpo coberto pelo moletom sendo trocado com o calor de seu corpo coberto por também um moletom. Dizendo ele, estava frio e não queria ficar doente
Nossas respirações eram contínuas e equilibradas. Nossos corações batiam ao mesmo tempo. Estávamos sincronizados, tudo a nossa volta era um borrão. Um borrão escuro que eu não ligava mais.
— Fui eu. — Disse em meio ao silêncio. — Eu quem em meio a um ataque de raiva pelo o que fizeram a Calum e Ashton, bateu neles. Eu bati em todos. Fiquei com machucados por um mês, mas faria de novo e de novo. Eu fui quem inconscientemente te fez passar por tudo isso.
Ele ficou paralisado. Respiração cessou. Nos afastamos. Fazia frio agora, sentia falta de seu calor.
— Você sempre teve problema com raiva? — Fiz que sim. Ele parece pensar. Então algo fez seu semblante mudar. — Ashton me disse naquele dia que nos vimos pela primeira vez, que eu devia sair, porque eu já estava mofando em casa. Que eu deva conhecer alguém.
— Calum disse algo parecido para mim.
— Você não acha que...
— Eu tenho certeza. — Respondo.
— Filhos da puta! — Ele xinga e eu começo a rir.
— Cashton armou esse tempo todo, até mesmo para nos beijarmos. — Até mesmo eu estou me espantando com a minha calma. — Eles são bons nisso.
Luke me olhou por um tempo. Ficamos assim até ele rir e rir. Ele começou a rir alto e esganiçado. Achei que ele ia passar mal.
— Eu vou matar o Ashton. — Foi o que disse. — Mas, você não parece bravo.
— Não estou. Você está?
Ele nega com a cabeça.
— Acho que vou agradecer a ele e Calum depois. — Acho que ele está mais calmo.
— Sério?
Ele assentiu.
— Agora, eu vou te beijar, e depois, vamos para uma lanchonete porque eu tô com fome.
Eu comecei a rir e o puxei pela cintura e logo nossos lábios estão conectados. Acho que também vou agradecer a Cashton mais tarde.
****
* Alunos de psicologia geralmente fazem trabalhos assim para terem contato com as pessoas e acostumar com o atendimento, já que teste de aptidão não é necessário um aprofundamento de emoções ou coisas assim, sendo que eles ainda não estão preparados para esse atendimento. Eu participava até o início do mês passado em um trabalho assim, como voluntária. Descobri que eu também poderia ser atriz rs.
Então...
Como vai todo mundo aí? Valeu a pena ler tudo isso? O que acharam desse capítulo que foi bem, bem emotivo? Espero que sim.
Como é visível, acho que as coisas estão ficando mais claras e bom, estou ficando feliz com o resultado.
CASHTON ARMOU TUDO ISSO E ELES SÃO ÍCONES SIM. AMO MEUS OUTROS PAIS.
Enfim amo vocês, espero que não desistam de mim, porque logo logo a surpresa sai. Eu estou preparando ela para um momento específico e vai ser o capítulo mais importante daqui. Amo vocês.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
