— O que eu fiz que deu tão certo para ter conseguido tanto carinho assim? — Sua mão estava pousada em meu rosto.

— Você não desiste fácil.

Sorrimos ao mesmo tempo. Era verdade que ele era tinha uma alma forte e não desistia fácil. Isso ele devia admitir a si mesmo.

— Eu olho para trás e vejo tudo tentando ver se podia ser diferente. — Sua voz voltou ao mesmo tom embargado. — O problema é que eu não sei quais poderiam ser as outras circunstâncias se tudo começou depois que eu comecei a crescer. O problema teria sido eu?

— Não mesmo, Luke. — Disse com certo desespero. Ele não foi um problema, de forma alguma. — Olha, as coisas podem ter ficado ruins porque já vinham de tempos antes que já haviam sido ruins. Só há um momento que as coisas não podem mais ser aguentadas.

Ele me olhou bem no fundo dos meus olhos. Eu só via o vazio em seus olhos. Não podia perder essa parte dele.

— Acha que se Ashton não tivesse chegado, as coisa podiam ter sido melhores? Tudo se calaria?

Realmente eu me segurava para não me deixar levar pelas minhas emoções, a forma que ele parecia quebrado e triste e destruído me deixava tão destruído que me senti impotente.

— Não Luke, não. — Respondi. — Pensa bem, agora não é mais você e o Andrew, imagina se você não estivesse lá? Eu não sei o que acontece, mas não seria nada bom, ia ser horrível. E... Pode parecer egoísmo também, mas eu não teria tido a chance de poder te dizer isso, de poder ter te conhecido.

Ele me olhava com o olhar levemente confuso, então o brilho ia voltando de seus olhos. Seu rosto ia tomando um tom mais rosado e eu mordi sua bochecha. O que causou um protesto dele e eu ri.

— Nunca pense que não faria falta, Luke. — Mordi novamente sua bochecha. — Você pode não se sentir em casa naquele lugar, mas não precisa se sentir, as vezes, as pessoas que mais amamos e que mais mantemos conosco dentro de nós, nos fazem se sentir em casa.

— Sua mãe? — Sua voz saiu baixa.

— Também. — Eu puxei onde ficava uma imensidão de braceletes no meu pulso e mostrei todas as marcas que haviam lá. — Calum, Ashton, Joy, Você.

Ele me olhou por uns segundos e então eu contei a história de cada uma delas e cada um de seus motivos. E porque cada uma delas me lembram que eu tenho algo a me agarrar.

— Eu tentei de várias formas me ir Luke. Formas que não me orgulho, essas marcas me lembram que nada em mim é perfeito, mas significa que eu lutei, que há pessoas que eu posso chamar de lar, de família, que acima de tudo, eu ainda as tenho. — Eu odiava ficar emotivo, mas esse assunto era muito para minha pose. — Eu preciso de tratamento constantemente por conta do meu problema de raiva, porque eu já era ansioso, por ser impulsivo e porque essas coisas, — Apontei para o braço novamente. — Vão e voltam, o sentimento de ser um peso nunca se vai, mas eu luto para ser melhor para quem está a minha volta, a mim.  E então não preciso esquecer de nada, mas posso viver com isso.

Luke tinha os olhos marejados. Eu sei que também estava. Ele se agarrou a meu corpo me envolvendo em um abraço.

— Sinto muito.

— Não sinta. — Disse. — Quero que veja que mesmo as coisas sendo demais, você pode. Eu posso. Nós dois podemos.

— Eu não sei o que dizer. — Ele estava entre rir e chorar. Eu entendia como ele estava.

— Não precisa dizer nada. — Beijei sua testa. Ele tomou meus lábios e ficamos assim por um tempo até que Precisamos de ar. — Não deixe isso o fazer se perder. Há muito aí que merece mais do que você acha.

Ele sorriu.

— Há duas semanas e meia, você viva correndo e com medo da própria sombra.

— Uma coisa que você vai aprender logo, quando se trata de pessoas importantes, as coisa mudam completamente.

Ele pareceu pensativo.

— Você deixa de cuidar de você para cuidar de quem se importa, certo? — Eu não sabia o que falar. — Vamos fazer um acordo, você me ajuda e se ajuda, e eu me ajudo, aceito me tratar e te ajudo. Tudo bem, Mikezinho?

Balancei a cabeça. Ele não vai me deixar de chamar desse apelido ridículo nunca.

— Concordo.

****

*A história foi boa parte baseada em uma das minhas interpretações para a letra de the girl who cried wolf Então eu tinha que citar algo na história. Óbvio que eu tive que fazer algumas modificações da Minha interpretação para caber para muke, mas espero que tenha sido meio visível ao decorrer da história. Se não, não tem problema também, eu me baseei em três músicas mesmo. Aliás, a história NÃO acabou como parece para minha fala, ainda falta algumas coisas, eu tô tentando amarrar tudo.

Então, estão todos bem depois desse momento totalmente emotivo que tirou lágrimas da autora quando escreveu?
Eu me sinto orgulhosa do personagem do Michael porque é bem visível o crescimento dele ao decorrer da história, e Ashton, você não aparece em falas nesse capítulo, mas aqui fica meu abraço pra você ícone.

É isso eu amo vocês e espero que não estejam achando sem sentido tudo isso.

Amo vocês.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now