Ele se encolheu um pouco. Eu não acredito que a Miss Sunshine tenha uma autoestima tão baixa assim. Eu, tudo bem, ainda sou considerado excêntrico de certa forma, mas Luke? Como era possível uma coisa dessas? O menino era quase como o sol, puxa todos para sua atmosfera.
Por isso éramos tão opostos. Eu tenho a tendência de repelir todos que se aproximam, já Luke, mesmo quem não o suporta são atraídos pelo seu magnetismo natural. Veja eu, sou o maior exemplo.
— É que foi tudo tão de repente, você mudou muito, eu fiquei com medo.
Meu olhar era direcionado para o seu. Meus olhos focados em seus olhos azuis oceânicos.
— Se você falar isso de novo, eu juro que eu te bato.
Ele começou a rir com aquela risada esganiçada terrível dele.
— Provavelmente eu ia gostar.
— Isso porque estamos em um ambiente aberto e público.
Ele sorriu mais e eu balancei a cabeça.
— Você as vezes se prende demais. — Se levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar. — Okay, que eu faço isso também, mas acho que as vezes, precisamos extrapolar.
— Como você fez um minuto atrás, quase arrancando minha cabeça?
Ele mordeu minha bochecha e eu de raiva mordi seu ombro. Ele reclamou de dor enquanto eu sorria vitorioso.
— Vai ficar marcado. — Ele protesta. Eu dou de ombros. — Okay, eu mereço.
— Ainda bem que sabe. — Mordi de novo o seu ombro mas dessa vez ele riu. — Isso não paga metade das suas mordidas na minha cara.
Fomos andando, eu tomei a sua mão, só para ele saber que eu não tenho o que esconder sobre o que acontece, era mais algo meu sobre discrição.
Ele me guiava para fora do campus e eu só deixava. Não tinha aula por agora e ele nem tinha aula hoje, só foi porque ele disse que não podia dormir em casa. Andamos até chegar no parque. Sim, o mesmo parque. Acho que vou chamá-lo de nosso parque porque sempre que andamos paramos lá.
— Eu odeio o meu pai. — Foi a primeira coisa que ele disse. Tentei não parecer surpreso, porque ele disse do nada depois de um longo silêncio. — Mas também de certa forma, eu o amo. Dá para entender?
— Consigo sim.
Ele assentiu.
— Certo, eu não gosto de falar dele, não gosto de pensar em todo o inferno que eu passo em casa, por isso eu odeio quando você toca no assunto. — Ele me acompanhou assim que eu me sentei em um banco. — Não devia ser tão grosso, mas é que sei lá, eu não posso estourar lá, sabe, não somos só nós dois. Se fosse, eu provavelmente já tinha batido nele. E me arrependido, porque eu não sou de brigar.
Ele sorriu sem graça. É, acho que estamos tentando caminhar para um bom caminho.
— Eu entendo que deve ser horrível, tipo, estar em um lugar que faz tão mal morando com alguém que devia te dar apoio. Deve ser um peso enorme nas costas. — Nossas mãos não haviam se soltado. Sabia que assim que ele apertou minha mão contra a dele era porque ele precisava daquilo, de apoio. — Você sabe que não tem que passar por isso sozinho. Digo, não que eu vá lá e bata no seu pai, porque eu não faria isso, mas se estiver demais para você lidar, fale comigo. Eu posso não ser um psicólogo especialista em problemas domésticos, mas eu tenho dois ouvidos, uma boca e braços para te abraçar, amparar, ouvir e dizer algo que te conforte quando precisar.
Ele assentiu e eu pude perceber que o aperto na minha mão ficou maior. Ele sabia que podia contar comigo.
— É só que... Você tem tanta coisa para lidar e superar, eu não posso...
— Não, não começa. Se estamos nessa, estamos juntos. — Beijei sua mão e o puxei para um abraço. Ele precisava disso. — Você me deu apoio e mesmo nunca aceitando, eu agradeço. Agora, me deixe dar apoio e cuidar de você.
Luke me apertou mais no seu abraço e eu beijei seu pescoço. Não sei tudo o que acontece lá naquela casa e sei que mesmo ele não falando, ele está tentando. Estamos fazendo o que Calum se preocupava em que nós fugissemos de fazer. Vê-lo tão fragilizado e tão desprotegido me fez ter mais vontade de cuidar dele.
Meu pai pode não ter sido o cara mais aberto em questão de mente e opinião, mas sempre tive seu amor. O que é visível que Luke não pôde ter. O pai dele pode não o ter dado nada disso, mas eu posso. Talvez precisemos de um tempo até nos acostumarmos com nossas realidades, mas eu quero sim estar do seu lado.
— Promete que mesmo me apoiando e me ajudando, você não vai abandonar seu tratamento e o que você tem que fazer? — Ele me olhou nos olhos, buscando uma resposta totalmente sincera. — Me prometa que não vai deixar de se ajudar só para me ajudar, porque isso não seria altruísmo, seria suicídio para o que estamos fazendo.
E eu lhe daria uma resposta sincera.
— Prometo. — Disse. — Qualquer coisa, tem um loiro de dois metros que vai me policiar que eu sei.
Ele sorriu. Estamos progredindo.
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Quantas emoções nesse capítulo.
Acho que estamos abrindo o coração aqui.
O OTP é lindo e eu tô emotiva.
Espero que estejam bem e se alimentando direitinho, logo logo vamos ter umas surpresas entre um dos capítulos e aí vamos escancarar a verdade do Luke. Então sobre smut, eu to que nem o Calum, esperando o momento certo, mas pra escrever.
Então é isso, muke é maravilhoso, gosto de saber a opinião de vocês sobre o capítulo e sobre o relacionamento muke pq é muito importante pra mim.
Amo vocês, até o próximo capítulo <3
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
