Capítulo 20

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Após prestigiarmos o festival de cinema de Gramado, ficamos para curtir um pouco dos shows apresentados. A cidade encontrava–se cheia de turistas. Pessoas de todo o Brasil e de diversas partes do mundo, estavam presentes em Gramado.

Mesmo estando me divertindo muito, o cansaço me venceu. Enrico nos levou em casa e depois foi embora com a Gianna. Preparei algo para lanchar antes de dormir e comi na companhia da minha mãe e do Thiago.

—O Matteo está chutando muito. Talvez esteja me agradecendo pelo lanche. —Falei, limpando os cantos da boca.

—Ou está colocando–se na posição adequada, para o nascimento. —Mamãe exprimiu, pondo a mão em minha barriga, para sentir o bebê chutar.

—Ele vai ser bonito como o pai. —Thiago disse, em tom provocativo.

—Tu quer dizer que a mãe dele, não é bonita? —Indaguei, fingindo está com raiva.

—Claro que não. Eu só falei que o pai é bonito, e o Matteo vai nascer igual. —Ele explicou, sorrindo.

Minha mãe apenas observava a cena, sem nada dizer. Beijou minha cabeça e foi para o quarto dela. Quando terminei de comer, Thiago fez a gentileza de lavar a louça. Enquanto isso, eu permanecia sentada, puxando conversa. Em seguida, quando ele concluiu a tarefa doméstica, nos despedimos e cada um entrou em um quarto diferente.

*****
20 dias depois...

A estação Gramado, havia chegado ao fim. Minha gestação estava completa. Nove meses e dez dias, era o tempo exato. Acordei sentindo algo molhado entre minhas pernas. Quando olhei, vi que a bolsa havia estourado. Ao levantar, senti um pouco de dor. Caminhei até o quarto da minha mãe, e a acordei com cuidado para não assustá–la. Expliquei que a bolsa tinha estourado e as dores haviam começado.
Grande foi a correria, quando Thiago acordou. Minha mãe estava mais tranquila. Afinal, ela já esteve grávida duas vezes, e sabe como agir numa hora dessas. Thiago, por ser homem e não entender do assunto, ficou nervoso e até um pouco assustado. Eram Aproximadamente, 6h15min da manhã, quando mamãe chamou um táxi, porque Enrico precisava ir trabalhar e não poderia nos levar.

Thiago pegou duas bolsas com as coisas do Matteo, e outra com as minhas roupas e objetos pessoais. Eu estava caminhando de um lado para o outro, com as mãos nas costas, quando o táxi buzinou lá fora.

—Vamos para o carro, Eliza. Thiago já está vindo com as bolsas. —Mamãe avisou.

Entramos no automóvel e aguardamos que o taxista guardasse as coisas na mala do carro, quando Thiago as tirou de dentro de casa.
Quando chegamos ao hospital, ele gritou com a recepcionista e foi um pouco ignorante com uma enfermeira. Fiquei morta de vergonha. Eu até entendo que ele estivesse nervoso, mas não precisava dar vexame. Mamãe tentou acalmá–lo, explicando que essas coisas são assim mesmo. Que médicos e enfermeiros, sabem a hora certa de uma grávida dar a luz. Afinal de contas, ela era enfermeira no Rio de Janeiro, e sabia como tudo acontecia quando gestantes chegavam no hospital, para terem seus bebês.

Eu havia sido levada, para uma sala que não era ainda, a do parto. Pediram que eu vestisse uma daquelas camisolas, que deixam todo o traseiro à mostra, e eu obedeci. Em seguida, tive que fazer agachamento, por recomendação médica. Depois, mediram a dilatação, e concluíram que não estava na hora. Após o exercício, decidi caminhar dentro do quarto. As dores aumentavam e diminuíam, frequentemente.

Uma hora depois, fizeram novamente o toque, e viram que estava na hora. Fui levada à sala de parto. Minha pressão arterial estava boa. Mamãe e Thiago, pediram para ficar e assistir o parto, e o médico perguntou se eu estava de acordo. Eu sei que não deveria ter excluído a minha mãe de um momento tão importante, mas tive vergonha. Pode parecer uma coisa boba, mas ela me viu sem roupa, quando eu era uma criança. No caso do Thiago, foi diferente. Ele já tinha me visto nua mais de uma vez. Embora estivesse parecendo um frango aberto, não era nada muito diferente do que ele tinha presenciado antes. Tive medo de mamãe ficar chateada, mas ela me entendeu.

*****
Eu estava derretendo de suor. Thiago permaneceu do meu lado o tempo inteiro. Tentei ser suficientemente forte, para trazer meu filho ao mundo. Depois de muita dor e de tanta força para empurrá–lo, Matteo nasceu, pesando um pouco mais de três quilos, e completamente saudável e lindo.

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