Capítulo 17

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Uma semana havia se passado, após o dia da minha formatura. Thiago continuava em Gramado, hospedado na pousada Recanto da Serra. A mãe dele, dona Glória, veio ficar com ele, aqui no sul. Foi assim que a conheci, quando para minha surpresa, ela tocou a campainha da minha casa.

—Olá! Você que é a Eliza? Irmã da Gianna? —Ela perguntou, quando abri a porta.

—Sim. E a senhora? Quem é?

—Me chamo Glória. Sou a mãe do Thiago, e avó do seu bebê. —Exprimiu, com alegria. —Posso entrar? —Indagou, logo em seguida.

—Claro. Desculpe a minha falta de educação. Pode entrar e sentar.

Glória sentou no sofá, observou alguns porta–retratos na estante, e elogiou.

—Lindas meninas!

—Essa sou eu. A loirinha no balanço, é Gianna.

—Sua mãe está em casa?

—Ela saiu. —Sentei no sofá à sua frente.

—Eliza, sei que não deveria me meter neste assunto, mas sou mãe. Assim como você será, e algum dia poderá me entender. Meu filho te ama. Ele errou quando omitiu que estava noivo, mas depois desfez o noivado. Thiago percebeu o que estava sentindo por você e não quis casar com outra.

—Glória, seu filho não quer saber de mim. Eu o perdoei e ele pediu para deixá–lo em paz.

—Perdoou mesmo Eliza? Talvez você pense que perdoou, porque está sentindo pena dele. A doença do meu filho, não tem cura. Não sabemos até quando ele vai viver, nem as coisas horríveis que ela pode causar. —Ela secou uma lágrima no canto do olho.

—Ele me explicou, o que pode acontecer.

Ela olhou em direção à minha enorme barriga, e sorriu.

—Já descobriu o sexo do bebê?

—Ainda não, mas a próxima ultrasonografia, já foi marcada. Quer me acompanhar?

—Eu adoraria. Me avise quando chegar o dia. Vou deixar meu número de telefone. Ou quem sabe, você possa me procurar na pousada.

Sorri sem dizer nada. Ofereci um café, e ela disse que gostaria de experimentar o nosso famoso chimarrão. Fomos para a cozinha, onde eu preparei a bebida, e em seguida a acompanhei na hora de beber.

—Muito bom. Ainda não havia tomado.

—Quer comer alguma coisa? —Questionei, abrindo a geladeira.

—Não, obrigada.

Na hora em que sentei, pude sentir o bebê chutar.

—Ai!

—Sentiu alguma dor, Eliza?

—Não. Foi apenas a criança que chutou. Venha! Ele vai chutar novamente.

Glória chegou mais perto, colocou uma das mãos em minha barriga e esperou. Até que, minutos depois, ela falou com alegria.

—Ele chutou outra vez. Eu pude sentir. Lembrei de quando estava grávida do Thiago.

E mais uma vez, estávamos falando dele. Ela pediu para fazer parte da vida do neto, assim como Thiago pedira para conviver com o filho. Passamos uma tarde agradável e no início da noite, Glória voltou para a pousada.

****
Então ela esteve aqui? —Mamãe perguntou, na hora do jantar.

—Sim. Conversamos muito. Ela até quis provar chimarrão.

—Que bom que se deram bem. Afinal, assim como eu, ela também é avó dessa criança.

Pensei por um instante nas palavras da minha mãe, e logo assenti.

*****
Dias depois...

—Anda Eliza! Tu vai acabar se atrasando. —Gianna falou, na espera de ir comigo à clínica.

—A Glória prometeu me acompanhar. Ela já deve está chegando. —Respondi, de dentro do quarto.

Nos oito minutos seguintes, a campainha tocou. Gianna abriu a porta e deu de cara com Thiago.
Quando cheguei na sala, tomei um susto.

—Thiago? O que faz aqui? Eu esperava a sua mãe.

—Minha mãe está com uma forte enxaqueca, e pediu que eu viesse no lugar dela. Algum problema pra vocês?

Com o movimento da cabeça, Gianna respondeu que não.

—Se for apenas porque tua mãe pediu, não precisa. —Retruquei, após pegar minha bolsa.

—Eu quero fazer isso. Esse filho também é meu.

—Pois então, vamos de uma vez.

*****
Estávamos na clínica, a mais de trinta minutos. Gianna estava com pressa, sem motivos.

—Próxima. —A enfermeira chamou.

Minha irmã permaneceu do lado de fora. Thiago fez questão de entrar na sala comigo. Deitada e com a roupa levantada, esperei que aquele gel geladinho, fosse passado em minha barriga. Thiago, sentado ao lado da cama, observava tudo.

Posteriormente, a enfermeira encostou a sonda na enorme barriga, observou atentamente as imagens no monitor e falou.

—Seu bebê está ótimo. Querem saber o sexo?

Assenti e vi que Thiago fez o mesmo.

—É um menino. Parabéns!

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