— Porque você bateu nesse garoto?

— Ele e os amigos dele estavam judiando e querendo agredir o Calum e o Ashton.

Um vinco se formou em sua testa.

— Explique.

Mordi o lábio pensando. Eram meus amigos e nem mesmo suas famílias sabiam do ocorrido, não sabia se devia contar.

— O menino judiou deles porque ouviu Calum dizer algo a Ashton. — Eu juro que eu tentei não falar nada.

Meu pai não acreditou. Como sempre.

— Michael ninguém agride ninguém por ouvir uma palavra.

Estava começando a entrar em desespero. Eu não posso falar sobre meus amigos, mas por outro lado, meu pai me deixaria de castigo se eu não contar e provavelmente ele iria na escola para saber o motivo. Aí sim eu estaria ferrado. Na escola, eu saí como instável que bateu em uma criança inocente, sendo que um Ashton chocado e um Calum assustado com o que esse menino inocente e os amigos dele fizeram eram os verdadeiros inocentes.

— Mas pai, ele...

— A verdade.

Suspirei alto. Sabia que para não ficar de castigo e não ter que ficar sem poder visitar Calum e Ashton —ao menos de maneira conhecida por meus pais—, eu teria que falar.

— Tudo bem. Ele ouviu o Calum confessar que nunca havia beijado ninguém e ele ficou mal por isso porque poxa, já temos onze anos e ele nunca beijou ninguém, aí o Ash disse a ele que não devia ficar assim, mas ele não queria acreditar e então ele disse que arranjaria alguém para ele beijar e....

— Sintetize a história, Michael.

— Ashton beijou o Calum porque ele disse que não tinha interesse em meninas e Ashton também não tem e eles confiavam um no outro para que isso acontecesse e não deixasse de ser especial para o Cal, mas aí o Antony viu, e então ele e os quatro amigos dele do ensino médio tentaram bater neles e aí eu bati nele pra ele aprender a parar de se meter onde ele não é chamado.

Daryl me olhava como se eu tivesse narrado um acidente em uma rodovia ou um assassinato e não um melhor amigo ajudando o seus amigos a contra os opressores.

— Você bateu em todos?

Eu assenti.

— Como é que você não está machucado?

Dei de ombros. Apertei minhas mãos em punhos. As juntas ainda doíam, haviam esfoliações nos dedos e provavelmente eu mordi tanto dentro da boca que logo ela estaria inchando, minhas costelas ainda doíam, mas era coberto pelas roupas, mas ainda sim, valia a pena ter passado por isso.

— Eu estava com tanta raiva que eu só pensava em bater neles. Eles nem tiveram como se defender.

Não era novidade para ninguém que eu tentava controlar a minha raiva, até Ash e Cal sabiam, mas naquele momento, eu não fiz por mal. Foi por ama-los que eu os defendi para ninguém poder machuca-los.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now