- Vocês estão em serviço, eu não pago vocês para namorarem aqui. - Jack bate a porta e passa em direção a cozinha. Vejo que os nervos dos Hemmings andam mais que à flor da pele hoje.
- Você nem mesmo fica aqui. - Luke rebate. - E depois não tem ninguém, e não estamos cometendo um crime.
Minha mão fazia carinho em sua cintura. Em partes Luke estava certo, porém, ainda era o nosso ambiente de trabalho.
- Eu sou o chefe eu não tenho que ficar aqui.
- Você vive não ficando nunca em situação nenhuma da sua vida. - Luke resmungou.
Eu estava rezando para não haver uma briga ali mesmo, porém, a sorte não estava a nosso favor.
- Eu não sou obrigado a nada, se você tem sangue de barata pra aguentar tudo, que aguente você. - Ele dizia com raiva na voz. Provavelmente essa seria mais uma entre as outras que ainda viriam.
Não sabia nem o que fazer, porque eu não sei de nada e porque simplesmente não posso chegar e falar algo porque provavelmente criaria mais caos.
- Ao menos eu ainda tento, e você que fugiu e finge que nada acontece e o Ben que viajou para os quintos dos infernos e age que nenhum de nós existimos um dia? - A posição corporal de Luke toda era defensiva. Ele parecia que estava a segundos de atacar o irmão. Segurei sua mão e apertei.
- Ninguém aqui está falando do Ben!
- Porque se fosse era só pra xingar mesmo. Ele é pior do que você.
A senhora tirou a atenção do livro que lia e eu ainda estava tentando digerir tudo o que eu ouvia.
- Você acha que pode carregar o mundo nas costas. - Jack berrava. Eu tô sem reação. - Pegar qualquer encosto do mundo, órfão e em luto e cuidar como se fosse sua obrigação, mas eu não sou obrigado a aceitar nada disso.
Eu realmente estou tentando não levar para o lado pessoal, pensar que não sou eu, mas essa última frase foi meio difícil de não pensar assim. Jack estava pedindo para levar um soco no meio da cara.
Antes de eles falarem mais alguma coisa, eu vi meu punho fechado indo de encontro ao rosto do meu... cunhado? Não sei. Mas enfim, só percebi o que aconteceu quando eu senti meu corpo reverberar depois do soco e eu sentir um ardor na mão por conta da força. Eu só via vermelho.
- Você não pode chegar e gritar com as pessoas e tratar elas como lixo. - Eu falava alto. - Ninguém é obrigado a ser um merda e ser tão escroto que nem consideração pelo próprio irmão tem, você devia calar a porra dessa sua boca e fica na sua!
Luke me puxa, mas eu o empurrei. Provavelmente, eu teria que voltar com as consultas. Meus duzentos e vinte e três dias, oito horas e cinquenta minutos sem estourar de raiva foram para o buraco com uma cena daquelas.
- Você não sabe de nada Mike, ele nem abre a porra da boca, você está batendo em alguém por ele sem nem saber se ele está certo. - Ele levava a mão a boca que sangrava. É, eu era bom em agredir pessoas. - Deixa de ser idiota.
- Vai se foder, você só fala merda e...
- Mike, vamos. - Luke me puxou com mais força. Eu quase que o derrubava, mas ele se agarrou ao meu corpo e esperou minha respiração se acalmar. - Não precisava me defender.
- Se você me disser que Jack esteve certo em tudo o que disse e eu acabei de socar ele e foder nosso emprego por nada, eu juro, eu arranco a sua cabeça.
Ele balançou a cabeça e logo beijou o topo da minha cabeça. Mas que desgraça eu ter que ser mais baixo.
- Quando Calum falou que você tinha problema com raiva não era mentira. - Ele ainda me mantinha firme no abraço. Talvez com medo de eu dessa vez realmente o derrubar com tudo no chão. - Eu fiquei sem palavras quando eu vi você sair da posição de me apoiar e logo atacar o Jack como se tudo que você quisesse era matar ele.
Fomos andando para fora do café, com um Jack bravo e machucado, uma cliente chocada, eu ainda com raiva que podia até doar pra caridade que não teria sentimento de falta e um Luke ainda em estado de choque/raiva/talvez orgulho/indignação/admiração.
- Eu tomo remédio, mas eu parei mais com todas as medições, não me faziam bem. - Pude ver que minha voz ainda estava trêmula. Era a adrenalina que não saira completamente de mim. - Mas estava controlado, eu não sei bem o que aconteceu, eu só fiquei tão irritado, levei para o pessoal e eu já estava irritado com ele, então, juntou tudo e aconteceu.
- Você quase me bateu também.
- Eu não queria. Sinto muito.
Ele beijou o meu pescoço e depois um sorriso adornou seu rosto. Certo, eu não entendi nada.
- Eu sei que não foi por mal, você estava bravo com Jack, não comigo. - Ele parecia feliz com aquilo de certa forma. Talvez ele quisesse muito fazer aquilo com o irmão. - Obrigada de certa forma. A sua intenção foi nobre, porém...
- Eu preciso voltar ao tratamento e voltar a me consultar. - Disse o que sabia que era sua fala.
Ele assentiu.
- Luke, você devia tentar buscar ajuda também. - Aconselho. - Quero dizer, você faz psicologia, sabe como é importante não ter que passar por tudo sozinho e se tudo for tão pesado assim, você devia tentar.
Agora andávamos de mãos dadas na rua. Ainda me sentia meio sem jeito, com medo de olhares tortos e coisas assim, mas era visível que eu precisava de apoio moral e Luke também.
- Não sei se nesse momento seria bom.
- Eu vou incorporar você nesse momento e dizer que é bom sim. - Me irritava saber que ele lidava com coisas demais e me irritava mais saber que ele era igual e até pior que eu em questão de teimosia e medo. - Você não pode deixar que tudo isso te afete e é evidente que está acontecendo isso, então você tem que tentar.
Apertou minha mão com mais força. Ele estava buscando conforto, acho que sim. Sei como essa mente deve estar bagunçada.
- Você ainda tentaria se tivesse a chance de nada disso continuar?
Engoli em seco. Não sei até que ponto essa conversa vai e muito menos sei o que isso pode significar.
- Eu entrei sabendo dos riscos, então sim, eu tentaria ainda. - Sabia que era um risco, mas por enquanto valia.
Ele sorriu sem jeito e logo depois depositou um beijo na minha bochecha.
- Sinto muito por ter visto aquilo no café. - Seu tom mudou, ele estava mudando o assunto. De novo. - Não era eu.
- Tudo bem.
- Você ficou mais curioso, não é?
- Não vou mentir. Fiquei. - Fui franco. - Mas eu sei respeitar o espaço necessário.
Ele assentiu.
- Acho que aceito dormir na sua casa hoje.
Sorri levemente.
- Então vamos pra casa.
****
Então, quanta coisa acontecendo, acho que estamos caminhando para a vida do Luke então.
Como vão?
Eu tô muito feliz e agradecida por todo mundo que vota e lê a minha história. Amo vocês, pois me deram motivos de ter mais confiança com minha escrita então eu só tenho a agradecer.
O Mike socando o cunhado e tendo uma crise de raiva. Confesso que eu queria ter batido no Jack também. Porém, sabemos que problemas de raiva são sérios e mesmo que a intenção foi nobre isso significa que o neném Mike tem que voltar ao tratamento porque isso é bem sério.
Acho que foi um dos capítulos que a ideia veio da forma mais aleatória, mas ainda bem que saiu porque eu tava com bloqueio, mas felizmente, a Tove Lo novamente salvou e me deu inspiração. Amém Ebbie.
Mas enfim, amo vocês. Aliás vocês querem que tenha smut? Nao sei né pq assim se vocês quiserem e eu acabar não fazendo, eu tenho duas oneshots que podem me salvar
É isso até mais <3
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
