"Seja o Michael antigo e tente fechar o caso antes de todas as cartas estiverem expostas", minha mente gritava, mas ignorei.

- Andrew seria seu pai, certo?

- Yep, seria sim. - Ele tinha um tom de desinteresse e raiva na voz. - Mas não vale a pena falar sobre nada disso, bom, não agora.

- Ele te estressa?

Ele piscou, devagar e com o semblante pensativo. Acho que o fato de eu ignorar na cara mais lavada o que ele disse sobre não falar sobre o deixou incômodo.

- Digamos que um pouco mais do que pais deviam estressar. - Foi cuidadoso em sua escolha de palavras.

- Certo. - Não sabia até onde eu podia perguntar a ele e até quando ele não seria rude.

- Olha Mike, sério mesmo, vamos não falar disso? Por favor?

- Quer dormir em casa essa noite? - Perguntei como se não quisesse nada, mas a verdade é que eu quero sim. Eu quero de alguma forma aliviar o peso que ele carrega.

Sabia que devia respeitar o espaço dele e se isso significa que eu não saiba de nada até que ele ache que possa me contar, tudo bem. Eu tento.

Luke sorriu com a pergunta. Foi ainda um sorriso seco, mas foi bom que a situação começasse a dissipar aquela tensão.

O problema é que em algum momento, não haveria mais formas de correr do que estamos fingindo. Nem pra mim e nem para ele.

- Eu adoraria, mas tenho que ficar em casa essa noite. - Ele mordeu o lábio inferior. - Talvez outro dia. Amanhã?

Eu assenti.

- Infelizmente, você vai perder o jantar que o Calum vai fazer pra mim de desculpas por ele e Ashton serem tão sem pudores em relação a vida íntima deles. - Fiz que não era nada demais. Ele sorriu.

- Mikezinho você é uma gracinha. - Ele mordeu minha bochecha e eu o fuzilei com o olhar. A gente ainda está trabalhando. - Parece um gatinho manhoso. Nem consegue falar que topou os dois fodendo sem ficar sem graça.

E pensar que eu era pior que os dois.

Como as coisas mudam.

- Eu já disse, eles me tratam como se eu fosse sei lá, filho deles, aí é mais estranho que o normal ver eles fodendo e falar também. Eles são meus amigos. - Eu nem sabia mais o que eu tava falando.

- Fofo.

- Me deixa, Luke.

Ele sorriu mais e mordeu minha outra bochecha. Vou ter que ter uma conversa séria com esse palhaço gigante.

- Sério Luke, se você me morder de novo, você me paga.

Ele abriu mais o sorriso. Ele gostava desses jogos.

- Então vem me punir.

Deus, onde foi que eu me enfiei?

Quando eu me virei para seu lado, o puxei para mais perto e o olhei no fundo dos olhos.

- Amanhã. - Respondi sem haver Pergunta. Disse de maneira firme e passando que eu pensava no que fazer com ele. Ele entendeu.

Nós dois começamos a rir. O puxei pela cintura e logo seus braços estavam envoltos no meu pescoço. Odiava o fato de ser um pouco menor que ele porque odiava levantar a cabeça para beija-lo, mas não posso fazer nada se o menino tem parentesco com girafas.

- Ainda estamos no trabalho. - Ele disse.

- Você não pensou nisso quando me mordeu.

Ele balançou a cabeça e logo nossos lábios se tocaram. Para nossa sorte, hoje não tinha praticamente ninguém além da senhora que sempre vai lá e passa mais da metade do dia lendo livro atrás de livros e ocasionalmente, conversando com Calum.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Donde viven las historias. Descúbrelo ahora