How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•

•19•

— Fala exatamente isso aí pra ele. — Ashton coçava os olhos. — Você sabe que ele pensa exatamente a mesma coisa. Porque um fica tentando defender o outro dos problemas da vida de vocês, ao invés de dizer logo de vez o que acontece e deixa o outro decidir se quer ou não entrar na vida um do outro?

— Verdade, vocês fazem tanto drama com uma coisa tão fácil. — Cal deitava na cama enquanto fazia cócegas nos pés de Ash.

— Não é fácil assim. — Rebati. — Eu nem sei o que está acontecendo.

Ash se sentou e ficou olhando bem nos meus olhos.

— Olha pra mim e responda com toda a sinceridade do mundo: — Ele segurava minhas mãos. — O que você sente pelo Luke?

Franzi o cenho confuso.

— Eu não sei.

— Não, você sabe sim.  —  aquele contato visual me deixava constrangido. — Pensa, melhor. Não fica preso nessa de todos os seus problemas ou os dele que você se preocupa de antecipação, porque você não sabe todos. Pensa só no que você sente.

Eu tentava parar de olhar pra ele, mas Calum me fazia olhar de volta. Eu odiei isso.

— Eu não sei.

— Você sabe sim, não vem me dizer que não. Você sabe e só não quer assumir pra você mesmo.

— Eu não sei! — Já estava ficando levemente desesperado. Eu odiava ter que olhar nos olhos de alguém e falar algo tão sério e importante.

— Eu não estou te machucando ou te forçando a fazer nada, não precisa gritar.

— Ash... — Calum parecia incomodado. — Ele está ficando vermelho e eu não sei se é por estar frustrado ou se ele está pensando em quantas maneiras pode quebrar a sua cara.

Eu nem sei o que eu estou pensando. Eu só pensava que não tinha nada pra pensar, só imaginava que nada disso podia estar acontecendo. Ashton podia estar no seu canto, Calum junto dele e eu podia estar na minha cama, sozinho e dormindo.

Dormindo e tentando sumir. Era muito mais fácil se nada disso acontecesse, se eu não tivesse tão encantado com uma coisa que me fez perder o juízo.

Eu não podia perder mais ninguém na minha vida, então não podia correr o risco em perder Luke também. Estar comigo, falar com ele o que ele esperava significa fazer exatamente isso: o começo do fim, a primeira fase de perde-lo de vez.

Mas por outro lado, ele tinha as mesmas coisas, os mesmos medos. Ele me disse, ele me avisou naquela noite. As coisas estavam mudando e isso o assustava tanto quanto me assustava. Ele foi forte. Ele é forte, ele disse o que covardes como eu não dizem.

A verdade é que eu sou covarde e tenho tanto medo de que ele entre na minha vida que tenho medo de perder ele se não deixá-lo entrar.

Isso conflita na minha cabeça, me sinto louco, eu sou louco, nunca foi novidade isso.

Ninguém nunca questionou esse fato. Luke sim.

Luke viu além do que eu queria que as pessoas vissem. Ele insistiu, ele realmente trabalhou para conseguir a proximidade que tem hoje. Ele em nenhum momento me superestimou. Ele me fez ver que tinha coisas erradas comigo, o que eu sempre via, mas que não era de fato um defeito pecaminoso, eu não era o único a viver assim, eu podia ter uma vida além da dor.

Eu me sinto injusto, me sinto fraco, infantil. Não o deixei se aproximar de mim porque ele podia me ajudar, mas sim por ele me entender, por de alguma forma, não ter que pôr paredes para me fazer forte na frente de alguém. Ele sempre quebrou todas elas.