— Ashton já tinha te falado isso? — Foi o que ele disse depois de um bom tempo. Ele esteve em um semi estado de choque.
— Mais ou menos. — Suspirei. — No dia que eu fui lá, bom, nós falamos sobre algumas coisas, e bem, acabamos falando disso.
Ele me olhou pensativo.
— Mas o que te assustou mais? — Sua pergunta vinha com um tom de curiosidade além do necessário.
— O menino, o que não era Ashton. — Disse. — Ele não falava nada a ninguém, ele olhava para si mesmo tentando entender porque aquilo acontecia. Ele não tinha ninguém, Ash sempre teve o apoio de Calum e eu. O menino não.
Luke abaixou o olhar. Eu sabia que estava chegando em alguma ferida aberta dele. Sabia que não devia insistir, sabia, mas não sei mais do que eu era capaz de fazer.
— Eu estava em casa. — Foi o que ele disse. Ele se sentiu confortável de falar do sonho dele. — Estava sozinho, estava escuro. Ouvia gritos, ouvia vozes distantes. Era quase como se pessoas brigassem. Eu me aproximei, eu não devia ter saído do meu quarto. Eu andava mas nunca achava a saída do corredor. Quando achei, eu o vi. Meu maior pesadelo, a cena que mais me traumatizou na vida toda, estava lá. Na minha frente. — Eu me segurei para não ir até ele. Dava para ver a sua vulnerabilidade. — Mas não era a pessoa que eu acostumava ver.
— Era quem? — Por dentro, eu já sabia quem era.
— Você. — Ele abaixou o olhar. — Eu... Eu não sei nem o que eu estou fazendo aqui, eu devia estar em casa cuidando da... — Ele parou por um tempo. — Eu devia estar em casa.
Antes de ele se levantar, eu fui até ele e o puxei para perto. Eu fiz o que eu não tive a chance de fazer quando ele era criança. A chance que o pai de Ashton e o pai dele tiraram, a chance de termos crescido juntos, de ter estado ao seu lado como estive do de Ash. O garoto loiro não devia ficar sozinho.
— Eu só me assustei. — Foi o que ele disse.
— Está tudo bem. — Disse. — Só era um pesadelo, já passou.
— Acho que não temos que fingir que você não sonhou com uma memória minha e do Ashton e que você se sentiu culpado por não poder fazer nada por mim, não é?
Eu não sabia o que dizer.
— Acho que não devíamos ter que fingir nada.
— Então o que Jack te disse?
— Porque ele não quis te ajudar e fugiu de casa?
— Porque você tem tanta culpa por conta de algum acontecimento antecedente do acidente?
— Porque seu irmão insiste em falar que eu vou fazer como ele e fugir quando você abrir essa boca ?
Ficamos nos olhando por um tempo. Muitas perguntas diretas que não teriam nenhuma resposta. Suspirei frustrado.
— Estamos em um impasse. — Ele disse.
— Não estamos não. — Respondi. — Acho que antes de todas essas respostas, precisamos saber outra coisa.
Ele se endireitou no sofá.
— O que seria?
— Porque tudo a nossa volta tem tanto drama? — Pergunto. — Quero dizer, olha para Cashton, nós não hesitamos em falar nada a eles, mas porque temos essa coisa quando é entre nós?
Ele me olhou analisando minhas palavras. Eu me sinto a pessoa mais lerda da face da terra.
— Talvez porque você tem medo de confiar em quem você não conhece tão bem. E eu não gosto de falar de mim.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
