— Tudo bem, eu quero e preciso fazer isso. — Disse baixo. — Uma hora eu tenho que fazer e eu quero que seja agora.
Um sorriso apareceu no rosto dele e eu juro que quase ri junto. Era uma coisa magnética, não sei como explicar, os dias se passavam e depois que nos tornamos mesmo amigos, ele se fez mais presente, fala mais do gênio do irmão, fala de coisas sobre ele, seus gostos. Realmente, ele estava cumprindo o que ele me havia dito.
Depois de uns minutos, eu voltei para o quintal, meu caderno em uma mão e o violão na outra. Calum me seguiu com o olhar e quando dei por mim, ele e Ashton estavam na porta nos olhando.
Me sentei do lado de Luke que olhava atentamente a cada movimento meu. Era meio incômodo, mas não era nada que eu não pudesse suportar. As coisas estão mudando, eu sinto isso. Respirei fundo. Eu me devia isso, era a única coisa boa que eu não sabotei, a única coisa que me fazia bem e me lembrava de coisas boas, mesmo atrelado a toda a dor.
— Tem quase dois anos que eu não canto, então provavelmente a minha voz não vai estar muito boa...
Ele assentiu e continuou sorrindo.
— Não tem problema, Mike. — Ele resplandecia felicidade sem nem mesmo tentar. — O que você fizer pra mim será maravilhoso.
Fiquei meio travado em relação ao que eu ouvi. Mas era o Luke, ele sempre fala essas coisas.
Eu concordei só pra buscar certo apoio moral e comecei a tocar. Eu não ia tocar uma música que eu escrevi agora, não, eu ia tocar algo que me fosse mais confortável, que me lembrasse paz.
Cantei uma música que minha mãe sempre me cantava quando criança. Cantei a mesma música que eu reproduzia a Ashton quando ele chegava destruído emocionalmente, a mesma música que eu cantei a Calum quando ele apareceu na minha janela aos catorze anos chorando com medo de falar aos seus pais que ele gostava de meninos. A mesma música que vinha a minha mente na hora que minha mãe pediu naquele carro.
Meus olhos encontraram os de Luke e eu posso jurar, eles estavam marejados, estavam fixos em mim, em como eu cantava calmamente. Sentia falta da sensação, da maneira que minha voz colocava para fora tudo o que eu sentia, mesmo sendo uma música de ninar.
Continuei, até que meus olhos foram para o sol que se punha, cantava olhando para ele, olhando para mais um dia se indo, mais uma vez o sol se pondo, mais um dia que eu sobrevivi, que respirava. Mas diferente dos outros, eu cantei. Cantei uma vez, sorri até senti minhas bochechas arderem e molharem. Muitas coisas passavam na minha mente.
No fim da canção, Ashton e Calum se abraçaram, estavam sentados no chão ao lado de Luke, que me olhava com os olhos vermelhos. Todos estavam. Todos choramos. Que coisa melosa.
Recebi um abraço forte. Luke me abraçou forte, tão forte que achei que não ia respirar. Retribuí o abraço da mesma intensidade. Me dei o luxo de afogar meus dedos em seus cachos.
— Você fez com que as vozes parassem. Queria ter tido a sorte de ter te conhecido antes para te ouvir cantar mais. — Dizia calmo e a voz ainda embargada. — Obrigado. Você realmente me fez me sentir melhor.
Eu o abracei de volta.
Calum pulou em cima de mim depois que Luke me soltou, disse que foi lindo, que se lembrava de quando cantava para ele dormir. Ashton dizia a mesma coisa.
Fiquei um bom tempo abraçado a Ashton que dizia o quanto sentia falta da minha voz.
Foi um dia emotivo, mas feliz.
Luke segurava minha mão sempre que eu dizia que estava cansado, com sono, ou simplesmente entediado.
É, talvez essa amizade realmente seja duradoura.
DU LIEST GERADE
How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
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