capítulo 04

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Analu 🎭

Lobão: Tu nasceu onde? - Olhei pra trás, vendo ele do outro lado da rua.

Analu: Não sei de quase nada da minha infância.- Falei fechando a porta e pensando qual o motivo dele tá nessa esquina.

Mas logo entendi, ao ver dinheiro sendo trocado por drogas, pelo mesmo

Lobão: Tu tá na minha meta, eu tô ligado que eu já te conheço. Se for mulher de alemão, tu já fica preparada, ainda tem chances de fugir.

Analu: Eu não tenho nem namorado brasileiro, quem dirá de outro país.

Ele me olhou, com uma cara com ar de riso. Não entendi, mas continuei parada na porta da casa.

Nem sei porque parei pra conversar, sendo que meu pai irá chegar em minutos.

Lobão: Continua gastando, sabe o que acontece com mulher de inimigo né?

Analu: Não, mano.- Neguei com a cabeça.- Essa é a primeira vez que eu piso em um morro, de verdade. Não entendo muito bem essa linguagem.

Ele me olhou de canto e entregou um saquinho branco pra um cara, que entregou 15 reais a ele.

Eu, pouco curiosa, me aproximei mais, fazendo ele já me olhar feio.

Lobão: Saí, mete o pé...- Falou grosso, me olhando.

Analu: Vim me despedir...- Sorri falsa, ajeitando minha mochila nas costas.

Lobão: Não encosta, afasta Ana Luíza.- Falou sério.

Euhein. Pode nem fazer amizades.

Também, dei as costas pra ele, jogando meu cabelo na cara.

Bianca logo saiu de casa, vindo pro meu lado.

Ela me acompanhou até o final do morro, aonde eu tive a visão do meu pai, conversando com os traficantes, como se tivesse a maior intimidade.

Encarei ele, com os olhos semicerrados até ele me olhar, abrindo um sorriso cínico.

Analu: Vocês já se conhecem? - Olhei pro homem e pro meu pai.

- Claro, pô...- O homem falou, mas foi interrompido.

Luiz: Estava perguntando sobre você, filha...- Sorriu, olhando pra trás de mim...- Olá, Bianca...- Falou em tom de dúvidas, me fazendo arquear a sobrancelha.

Bianca: Boa tarde, senhor Luiz...- Apertou a mão dele, enquanto ambos se encaravam.

Analu: De onde vocês se conhecem?

Eu estava muito confusa hoje, com tudo que tem acontecido!

Luiz: De agora, filha. O que seria?

Analu: Em momento algum eu apresentei ou disse nomes, tens bola de cristal? - Dei um passo pro lado, me afastando.

Luiz: Vamos sair daqui, não é um bom lugar...- Falou dando as costas.

Olhei pra Bianca, que me abraçou rápido, beijando meu rosto e se despedindo.

Caminhei até o carro, parando do lado do motorista.

Analu: Só irei pra algum lugar com o senhor se me falar o porquê está mentindo.- Ele me olhou estranho.

Luiz: Mentindo sobre o que, tá maluca? Bateu neurose do nada, tomar no...- Parou de falar, enquanto eu abri a boca.

Sério, meu pai que dizia odiar essas falas, principalmente palavrões, falando gírias? Do nada?

Analu: Irei pra casa, quando o senhor decidir me falar o que tá acontecendo, pode ligar...- Neguei com a cabeça.

Luiz: Vamos almoçar, Luíza...- Falou batendo os dedos impaciente.

Analu: Você passou quase três meses longe, apenas fazendo ligações. Não posso sair com o senhor, se não sei mais nada sobre você.- Dei as costas, tirando a chave do bolso.

Ele ficou parado no carro e eu entrei no meu, peguei meu celular e mandei mensagem pra Bianca.

Mensagem 📩

Analu: De onde você conhece meu pai?
Sem mentiras, por favor!

Mensagem 📩

Meu pai ainda estava parado, sai com o meu carro e fui em direção a minha casa, vendo ele sumindo aos poucos da minha vista...

Caminhos cruzados.Where stories live. Discover now