Ao chegarmos, eu coloquei o carro na garagem e subi em direção ao meu quarto junto de Thomás. No caminho eu percebi que tinha uma movimentação na cozinha, então ao invés de subirmos diretamente, fomos em direção a cozinha ver o que estava acontecendo. Meu pai estava sentado em um lado da mesa, enquanto Thor e Amélia estavam no outro lado comendo um resto do pote de sorvete. Assim que perceberam nossa presença, olharam com sorrisinhos de canto nos olhando...

- Eu fiquei sabendo de algo muito interessante hoje, sabe? – Meu pai começou falando e passando seu dedo na mesa, fazendo alguns símbolos.

- O que você ficou sabendo, pai? – Pergunto revirando os meus olhos e sentando na cadeira, sendo seguido por meu namorado, que sentou na cadeira ao meu lado, mais calmo do que eu, com todos aqueles olhares para cima de nós.

- Vocês dois foram se encontrar com aquele menino, Leomord, que esteve aqui em casa um dia desses. – Ele fala com um sorrisinho de lado e eu dou uma leve bufada irritada. – Não bufe para mim, eu sou o seu pai.

- Desculpa, pai! – Digo com deboche, enquanto os outros três a mesa, começam a sorrir de nós dois, mas param com o olhar duro que meu pai lança aos mesmos... é, ele realmente é uma pessoa que dá muito medo.

- Vocês voltaram cedo, pelo visto o encontro não foi muito bem, como planejavam. – Amélia diz e eu assinto, fazendo com que mais uma rodada de risadas fosse ecoada pela mesa. – Vocês não têm nada para fazer não?

- Não! – Todos a mesa responderam juntos e eu me pergunto, em pensamento, o que eu fiz em minhas vidas passadas para que devesse aguentar tudo isso junto.

Quando eles se acalmaram mais e percebi que não iam mais fazer nenhuma piada idiota com o fato de eu também ter sido um idiota, começo a contar o que aconteceu a eles. No início eles ficaram fazendo umas piadinhas sobre o fato de começarmos a ter outro integrante no nosso relacionamento, mas a partir do momento em que contávamos a eles sobre o refeitório, vi a feição de Amélia e de Thor mudando completamente de alegres para irritados em uma feição de segundos. Meu pai ficou olhando para os dois, também não entendendo o motivo daqueles olhares!

- Aqueles dois são as pessoas mais lixos do mundo. – Amélia coloca uma mecha de cabelo para trás. – Leo não conta nada para nós, mas eu percebo e sempre vejo que eles começam a tirar onda com ele, das roupas dele, do jeito que ele anda, da condição financeira dele e, inclusive, começam a empurra-lo quando ele passa no corredor.

- Além do mais, Leo não deixa que nós resolvamos isso para ele...

- Mas ele consegue resolver sozinho sim, porque teve uma vez que ele fez com que eles não se mexessem e falou várias coisas para eles. – Amélia diz e começou a sorrir, talvez lembrando do que estava falando. – Inclusive com o pai deles, que levantou a mão para bater nele, aí ele fez um vórtice de ar e o jogou na parede.

- Você está falando sério? – Meu pai pergunta para os dois e eles assentem. Fazendo com que meu pai ficasse sério e pensativo, o que não acho que venha coisa boa! – Mas por qual motivo ele queria bater no menino?

- Não tem e não tinha um motivo aparente, porque os dois foram no quarto para tentar o humilhar outra vez, mas ele não deixou e fez o que Amélia disse. Mas pelo o que entendi é que o pai dos três nunca assumiu o Leomord e quando o mesmo começou a estudar naquele mesmo colégio, ficou muito chateado... os outros dois filhos dele contaram a mulher e ela ficou chateada com ele, então no dito dia, ele havia ido para convencer o Leo para sair da escola, o que não deu tempo de fazerem.

- E como você sabe disso tudo, Thor?

- Eu tenho uma amiga, que é amiga de uma amiga da prima e melhor amiga da Vanessa, que, no caso, é irmã do Leo. – Olho em direção ao meu pai e ele está com uma feição não muito boa.

Enigma (Romance Gay)Where stories live. Discover now