— Na minha defesa, eu estava muito bêbado e aquele policial estava bem sóbrio. Isso foi assédio sim.
Acabou que eles ficaram até mais tarde falando de infância e de como eu era um louco, ou como Calum acabou quebrando meu braço achando que eu era um ladrão, quando eu subi a janela do quarto dele porque não queria que meus pais soubessem que eu não estava em casa.
Foi uma noite leve, mesmo que as palavras do meu sonho não saíssem da minha cabeça.
Eu sei que magoei muito Calum e Ash também, mas eles sempre arranjavam um jeito de me ajudar, mesmo que fosse como Calum, que antes de tudo me agredia como uma criança birrenta. Eu era grato a eles e nunca teria como agradecer. Também não sei como fazer isso, então isso me deixa mais frustrado.
Mais tarde um pouco, meu celular tocou e era tia Joy. Ela devia estar a ponto de vir aqui em casa e me jogar da escada por a ignorar a semana toda. Mas eu não fiz por mal, eu trabalhava agora. Tinha os clientes, tinha as aulas, tinha Luke insistindo em querer sair comigo e tinha a conversa dele com Jack que não saiu da minha cabeça.
Eu sei que não é da minha conta, mas acho que a realidade daqueles irmãos não são das melhores.
Depois de ligar mais três vezes, eu decidi atender a mulher.
— Sim?
— Mikey? — Eu sentia falta de falar com ela, mas sentia que coisa boa não viria dessa ligação.
— Oi tia. — Minha voz saiu baixa.
— Você sabe o quanto que eu me preocupei com seu sumiço? você podia ter morrido e eu não saberia de nada. — Começou o drama de mãe dela. — Não quero saber, amanhã você vai vir no consultório e vamos começar a ter uma conversa sobre o que tem que fazer e o que é apropriado. Não aceito isso. Você me ignorou exatamente como o Calum fazia quando se mudou para sua casa.
— Quem sabe quarenta ligações diárias não sejam exagero? — Não ia me arriscar falar mais que isso. — Eu estava ocupado com o trabalho.
— Não quero saber, você podia ter falado alguma coisa. Anda tomando a medicação? Você já viu na receita que a dose está maior, não é?
— Vi sim. E eu me recuso a tomar aquela quantidade. Aquilo vai me deixar dopado e meu problema de raiva é controlado, não preciso de um remédio desse.
Eu podia ouvir o seu suspiro pesado. Não sei bem o que pensar, mas não quero tomar aquele remédio.
— Você tem que tomar a medicação, e, tem que tomar cuidado com as coisas. — Sua voz era dengosa, quase como se lidasse com uma pessoa de cinco anos. — Depois do seu ataque de pânico e seu sumiço essa semana, vamos ter que cuidar de seus horários para sair e também vamos ter que lidar com mais sessões para cuidar de seus traumas. Aquele loiro metido a besta deve ter alojado mais traumas em você. Temos que ver isso e...
Eu respirava pesado. A interrompi porque minha cabeça já estava doendo de tanta coisa que ela falava e porque mesmo sendo um fodido, eu sei que não é necessário metade dessas coisas todas. Até porque o meu problema se baseia em apenas três coisas e nenhuma delas infligiam a sair de casa ou a Luke Hemmings. Eu nem mesmo conheço Luke Hemmings, como ele podia ter me deixado com mais traumas que eu já tenho?
— Olha tia, eu tenho que dormir e eu estou cansado, eu tenho que trabalhar e...
— Você vai pra sua sessão amanhã. — Não foi uma pergunta. E ela desligou na minha cara.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanfictionMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...
