- Estou vendo que alguém aqui não sabe lidar com a raiva. - Sua voz era calma enquanto cantarolava a frase, e eu queria enfiar essa calma dele toda naquele buraco que ele tinha. - Respira, Mike. Eu falei com o Jack e hoje você é só meu. Bom, até a tarde.

Até desisto de reclama-lo de me chamar de Mike, porque sei que ele não vai parar. Mas não gosto nem um pouco dessa coisa de ele falar com o Jack para me liberar.

- E desde quando eu sou algum objeto pra ter dono?

- Não é. Mas é que se não for desse jeito, você não fica no mesmo espaço que eu por muito tempo.

- Que bom que já tem conhecimento disso. - Sorrio sem humor e sem mostrar os dentes.

- Você devia se deixar levar, sabe. - Como ele conseguia parecer tão calmo? Algumas vezes eu cogitava que ele usava alguma erva pra que isso acontecesse. - Mandar o foda-se e tentar ser mais feliz. Como eu. - Seu sorriso era tão grande que eu quase me assustei. - Devia tentar.

Eu realmente preciso de muita força para ter que lidar com Luke e seu ótimo humor. Sem chance de eu aceitar essa loucura dele.

- Não foi legal falar com você, mas ainda sim, a gente se vê por aí. - Disse e ia seguindo meu caminho.

- Da para parar de ser chato? - Não acredito que ele está mesmo me seguindo. - Olha, eu realmente estou querendo ajudar. Sabe, sei que você não é muito sociável, tem tendências a raiva e se acomoda a qualquer situação que esteja a muito tempo - Ele ainda falava. Ele não cansa mesmo. - mas acho que devia me deixar entrar na sua vida. Acho que posso ser bem legal e depois, você não tem nada de mais interessante para fazer do que ficar naquele café, sua casa e as aulas.

- Ainda é não.

- Tenta considerar. - Ele não desiste nunca? - Depois, eu tenho um mês para provar que um garoto no segundo ano de psicologia pode, muito bem, estar mais certo que a mãe do Calum. Eu não vou abrir mão disso.

Ah, mas se aquele loiro soubesse como aquela frase me deixou mais irritado, ele provavelmente rezava pra todos os deuses que podia imaginar pra ter a chance de voltar no tempo e retirar o que disse.

- Não vou de jeito nenhum servir como uma cobaia para você. - Eu já estou ficando cada vez mais irritado.

Acho que o idiota percebeu a merda que ele disse, pois seu rosto ficou totalmente pálido e seus olhos dilataram rapidamente assim que ouviu o que eu disse.

- O que?! Não! - Ele praticamente berrou no meu ouvido. - Merda! Não foi isso que eu quis te dizer. - Sua voz parecia frustada. - Eu quero dizer que realmente acho que você pode e tem total capacidade de se recuperar sem toda aquela loucura e proteção, como se você fosse de vidro.

Continuei andando tentando ignorar a voz dele, mas Luke não me ignorava. Já estava irritado demais pra ouvir mais besteiras. Agora estávamos no meio da praça, eu correndo dele, ele correndo atrás de mim, como duas crianças estúpidas. Já estava passando do nível do ridículo. Até que eu parei em frente a um banco e me sentei.

- Para que correr atrás de mim idiota! - Gritei ofegando. - Eu aceito. - Minha voz saiu cansada. - Mas com algumas condições.

Ele não escondeu a risadinha que saiu de sua boca e os gritinhos de uma menina histérica. Revirei os olhos, aí ele pigarreou e tentou parecer mais sério.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora