#1 • Prólogo: Entre merdas históricas e frutas natalinas

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#AmeixasAntifa

"JIMIN, ACORDA!" - Num pulo, o garoto chamado pelo nome deu um pulo da cama. - "Eu não tenho obrigação nenhuma de te chamar nessa merda!" - Seokjin, seu irmão mais velho, insistiu nos gritos.

Por costume, com os olhos ainda rejeitando a luz do sol que invadia seu quarto pela janela, Jimin criou coragem em ligar a tela do celular.

Seis e dez.

Jin tinha o costume de gritar com o caçula, pois sempre sobrava para ele a responsabilidade do loiro ir para a escola. Em dias de semana sua mãe não estava em casa nem pela manhã, nem pela tarde. Por isso, seus gritos já não eram nenhuma surpresa.

E bem, sobre o pai de Jimin e Seokjin, como poderiam explicar essa pérola de homem?

"Jimin se eu for ai eu prometo te dar uma surra, moleque!" - Gritou mais alto dessa vez, após alguns segundos de puro silencio na casa, pelo costume Jimin supôs ter gritado da cozinha.

"Ei, Seokjin!" - gritou com o sotaque arrastado, na mesma entonação, se levantando animado da cama, antes de fazer a pausa. - "Tem um boi mugindo na cozinha, quem deixou ele entrar?" - caçoou do irmão, bagunçando o cabelo loiro na frente do espelho, como sempre.

"Ah, é? Um boi? Pois saiba que você vai comer o pentelho dele no café da manhã!" - deu outro grito meio ecoado, Jimin não pode controlar a risada. Ele realmente já tinha sido corno.

Jimin riu, lembrando de como Taehyung, seu melhor amigo, não parava de agradecer todos os Deuses possíveis por finalmente ter uma chance com o mais velho. Só que, desde então, nunca aconteceu nada entre eles.

Era meio estranho imaginar a cena dos dois namorando para Jimin, completamente justificável se você não conseguir tirar da cabeça a cena de seu irmão mais velho e seu melhor amigo se beijando de língua e fazendo sexo. É nojento, a não ser se você tem algum tipo de fetiche nisso. Mas, querendo ou não, ele sabia que Seokjin era bonito.

Jimin também era bonito para alguns, mas meio feio para outros. A verdade é que as pessoas não gostam muito de asiáticos, afinal, ser descendente de coreano e nascido num país latino, não era pedir pra ser o padrão de beleza por aqui.

Mas Jimin era inegavelmente engraçado. Além do cabelo loiro tingido (que na maior parte do tempo estava bagunçado), algumas tatuagens escondidas e espalhadas, também era bom com flertes e trocadilhos.

No mais, também era carioca.

Há uns anos atrás, na época que era criança e ainda morava no Rio, havia se metido numa briga por isso.

"Porra, Ji, toca essa bola, japonês mongol filho da puta!" - Gritou do outro lado do campinho de areia.

"Vai tomar no teu cu, Ruan filho da puta!" - Não aguentou. - "Primeiro que é coreano, segundo que Mongol é o teu pai com o cu revirado, irmão!"

"O que cê' falou do meu pai ai, tio!?" - Avançou descaradamente. Coitado do Jimin, era tão pequeno que não conseguia nem com que suas testas se encostarem.

"Mongol. É. Teu. Pai. Com. O. Cu. Revirado. Irmão." - repetiu pausadamente, com a cabeça levantada, olhando Ruan no fundo dos olhos. - "Vai fazer o quê!?" - Fingia estar confiante, apesar de já ter se cagado nas calças.

Ruan empurrou Jimin, logo em seguida sendo segurado por outros dois garotos que estavam ali e tentavam acalmar ele. Jimin também foi segurado.

Mas não por ter avançado em Ruan de volta, e sim, porque tentou sair correndo.

Jimin não era um cara barbudo nem nada do tipo mas, tinha pelos ralos no peito, outros de baixo das axilas, nos braços e pernas, e um pouquinho na barriga. No fundo ele sentia que ficava mais bonito daquele jeito e que muitos concordavam. E então, o que ele poderia fazer? Depilar e acabar com a parte de pessoas que gostavam dos pelos?

Ameixas, ame-as ou deixe-as {jikook}Where stories live. Discover now