Capítulo 31

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Blondie

As cenas passaram-se rápidas demais.

Primeiro o dia do enterro da Hadley.

Segundo o dia que raptaram a Kim.

Terceiro o dia que mamãe perdeu seu bebê aos cinco meses de gravidez.

Quarto quando a rainha Musa, minha segunda mãe, sumiu para procurar a Kimberly e nunca voltou.

Quinto a morte de Dalli.

Mal pude conter o tamanho da minha raiva, nesse momento só queria matá-los com minhas próprias mãos. Mas o Shun fez um esforço para me ajudar a ficar calma.

Abro os olhos com grande dificuldade, alguém fecha as cortinas de veludo vermelhas para manter o quarto ainda escuro.

— Como você está? — Minha mãe se senta ao meu lado na cama.

— Bem, eu acho. — Faço um esforço para me manter sentada.

Ela me entrega uma xícara com um líquido quente amarelo.

— É um chá, vai fazer você se sentir melhor. — Ela sorri gentilmente.

Tomo um gole do chá, seu leve gosto de laranja trouxe-me um certo conforto e paz para minha mente tão confusa.

— Onde está o rei? — Pergunto após tomar outro gole.

— Com a Kimberly alguém precisa ficar perto. Caso ela acorde. — Seus olhos estavam pesados.

— Por quanto tempo eu dormi? — Entrego a xícara.

— Praticamente três dias. - Ela suspira. — O que importa é que você está bem, meu amor. Ainda é madrugada, descanse um pouco, mais tarde eu volto. — Ela se levanta.

— Mãe... — Começo a fitar a porta.

— Quando acordar de novo, prometo contar tudo o que aconteceu, meu amor. Por agora vá dormir. — Ela beija minha testa e sai me deixando só com minha nova dor.

Não consegui dormir por mas que tenha brigado com a cama. Ela me venceu pelo cansaço, então me levantai e tomei um longo e relaxante banho de banheira. Coloquei o primeiro vestido que vi pela frente, um curto cor de pêssego bem soltinho, mantive os cabelos soltos para secarem rápido e voltei para a cama.

Após três batidas alguém entra em meu quarto e lá estava ele, o rei. Seu semblante de preocupado está totalmente exposto.

— Como você está? — Fecha a porta atrás de si.

— Já estive melhor. — Forço um sorriso. — Me perdoa por tudo o que falei outra vez. — Digo cabisbaixa.

— Não tem necessidade de pedir perdão por nada, mas nunca quis substituir ninguém, querida. — Ele me abraça.

— Eu sei, pai. Fui uma tola em jogar a culpa para o senhor. — Retribuo seu abraço, que me traz calma e conforto, um abraço onde qualquer um se sentiria seguro.

— Ela já acordou? — O solto.

— Não, querida. — Ele beija minha testa.

O Outro MundoWhere stories live. Discover now