- Tia Joy não estamos no consultório, não precisa bancar a minha psicóloga.

     - Sim, mas ainda fico preocupada com você. - Seus olhos me fitavam com o mesmo olhar maternal que olhava para o seu filho. - Sabe que eu te tenho como filho, então é óbvio que eu quero o seu bem. Não só como sua psicóloga, mas como uma mãe que quer o bem do filho.

     - Você nunca disse isso pra mim. - Calum fazia beicinho. - E eu sou seu filho de sangue.

     - Calum, não é hora e nem momento de dar chilique. - Ashton o repreendeu. - Vamos, acho que sua mãe precisa de privacidade para falar com o Michael.

     Antes de eu dizer algo, os dois saíram de meu quarto e foram para sala falar com Luke. Dizendo ele, não ia a lugar algum até saber o que a mãe de Calum tem a falar para mim. Grande bobagem essa a dele. Mas enfim, eu não tenho escolha.

     Acabou que eu fiquei mais de uma hora convencendo Tia Joy que eu só entrei em pânico e nada mais. Ela obviamente não acreditou. Pediu que eu tomasse mais cuidado e que não andasse mais sozinho por aí por enquanto. Eu relutei e me nego a fazer isso. Ela também disse que eu teria que ir a mais sessões e que teria de procurar atividades que necessitam de manter a mente trabalhando ou criando estratégias. Um exercício mental para que não perca o foco no meio da rua e não conte com a sorte como foi essa vez.

     Ela ficou um bom tempo dizendo para que eu ficasse em casa e que de maneira alguma saísse sozinho, que era perigoso e eu não tinha condições de andar só. Aquilo fazia meu sangue ferver.

     - Espero que por enquanto, você fique em casa descansando e que quando for sair, peça para que Ashton ou Calum te acompanhe. - Ela dizia depois de uma breve discussão comigo. - Teremos que aumentar a dosagem de sua medicação novamente, você deve ter algum estresse por conta dessa situação, acho que não está em condições de sair por enquanto.

     - Eu estou bem.

     Ela simplesmente me ignorou e disse que era para fazer o que ela falava e sem reclamações. A essa altura, ela gritava comigo como se eu fosse uma criança indefesa e que não soubesse de nada. Assim que falou isso, ia se retirando do meu quarto.

     - Eu não vou andar por aí com uma escolta como um criminoso. - Falava enquanto descia as escadas com a mãe de Calum. - Nem mesmo deficientes andam assim, porque eu tenho? E depois, eu já disse que eu estou bem, não preciso tomar mais remédio do que eu já tomo. Isso é loucura.

     - Eu acho que por enquanto é melhor não andar só e aumentar sua dosagem. - Ela falava fria. - Eu sei o que estou fazendo Michael.

     - Eu achava que a ideia de tentar seguir com a minha vida e tentar voltar a viver como um ser humano normal é se conhecer e apreciar a solidão não como um vazio, mas como algo de mim. - Argumentava. - Não que eu tenha que ter um guia como um cego que anda com o cão guia.

     - Michael, você ainda está em processo de mudanças, não vou correr o risco.

     - Licença, - Luke toma a palavra mesmo com Calum o beliscando. Ninguém contradiz Joy Hood. - Eu acho que sua proximidade com ele afeta sua capacidade de julgamento sobre o que ele tem que fazer.

     Os outros olharam sem saber o que dizer.

     - Eu sei muito bem o que eu estou dizendo. A psicologa aqui sou eu.

     - Claro, eu nem pensei em duvidar disso. Mas é que a principal ideia de reabilitar um paciente é fazê-lo aprender de certa forma, sozinho, a se readaptar à sociedade. - Sua voz saiu controlada. Não acredito que ele realmente estava me dando razão. - Sua decisão foi baseada em um medo de perder ele como ele perdeu os pais. Medo de uma mãe, não atitude de uma psicóloga, Sra Hood.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Where stories live. Discover now