N°18

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Já não escrevia há muito

Não me queria dar ao trabalho de compor

Mas como assim compor? Rimas fracas?

Só falo de tristeza e amor


Quem lê o que escrevo

Possivelmente pensa que dor é a minha vida

Ou que talvez fale de um passado pesado

E que provavelmente já encontrei uma saída


Engraçado dizer isto

O que escrevo não retrata o que transmito

Sofrimento e agonia? sim sinto

 Mas não de amor ou de estar aflito


Quer dizer, sinto aflição 

Fiz escolhas que não devia

Decidi mudar de rumo 

E não pensar no dia-a -dia


Não é que esteja sozinho

Apenas sinto um vazio entranhado

Talvez no início fosse propício

Mas agora estou viciado


Viciado em ser imprudente

Viciado em não ter senso do que é certo ou errado

Escrevo quadras sem métrica e sem pontuação

Talvez porque doutra forma seria demasiado complicado


Mas a pergunta é 

Qual é a mensagem que quero transmitir?

Na verdade é algo simples de entender

Por vezes o melhor é desistir


Para quê suportar a dor?

É mais fácil deixar rolar

Soltar das amarras do comum

Cair e deixar-se lá estar


Não falo em conformar-se

Mas sim não tentar

Se sempre que te levantas e recomeças

Há sempre algo que te volta a derrubar.

Poemas SoltosWhere stories live. Discover now