Senti minhas bochechas corando e levantei rapidamente. Ao passar por ela, senti um tapa sendo desferido em minha bunda e olhei para ela com meu rosto parecendo que estava a ponto de pegar fogo, mas a mesma apenas sorriu de mim e foi me empurrando com as mãos em meus ombros. Thor já estava do lado de fora nos esperando, pelo que Amélia me disse e eu me senti muito culpado pelo pobre Thor... eu sei que ele não gosta de esperar e se eu soubesse como conjurar um portal, eu tinha ido sozinho para casa e sem precisar torrar o tempo dessas pessoas maravilhosas que são os meus amigos.

- Até que enfim... já estava achando que vocês estavam fodendo lá dentro e nem me chamaram para a festinha. – Ele diz logo após fazer uma expressão falsa de tristeza.

- Eu bem que tentei, porém ele é muito certinho e não quer. Infelizmente! – Amélia diz como se eu não estivesse aqui escutando. Ela não tem o mínimo senso de quando deveria calar essa boca dela...

- Se eu fosse vocês eu não diria nada assim na frente da minha mãe, porque ela é muito liberal, porém nem tanto. – Amélia e Thor se olham de forma cumplice e eu sabia que os dois iriam dizer algo que nem eu e nem minha mãe gostaríamos de escutar, mas é meu dever avisa-los de que... – O mínimo que ela vai fazer se vocês disserem algo que ela não ache apropriado, é enfiar bastante sabão na boca de vocês para limpar a boca suja de vocês! – Sorri alto ao ver Amélia ficar um pouquinho mais calma e quieta.

Ah, como eu amo o poder que minha bela mãe tem!

Seguimos viagem e os dois a toda hora dizendo algo para fazer hora com minha cara, mas não liguei muito, fui apenas os guiando o caminho inteiro e quando eles começaram a entrar nas primeiras ruas do local bem mais pobre do que eles são acostumados, vi as expressões de seus rostos se transformarem em expressões confusas. Acho que os mesmos achavam que eu morava em um castelo igual a eles dois! E olha que essa rua que os mesmos ficaram chocados foram as que eram as mais ricas de todo o local.

Essas pessoas que moram aqui são as que se acham demais as ricas. De acordo com que o carro passava, as pessoas paravam tudo o que faziam apenas para olharem a gente passando... sei muito bem do choque que as pessoas estavam passando agora, por isso eu não fico bobo com as expressões delas. Quando eu cheguei naquela escola, foi a mesma coisa! Nunca tinha entrado em um lugar tão chique e requintado como aquele, que o piso da escola comprava a minha casa inteira e ainda sobrava dinheiro para mobiliar a mesma inteirinha.

- Agora você tem que ir bem lá mais a frente, está vendo? – Aponto para um local onde não é mais asfaltado e o mesmo me confirma que sim, com a cabeça. – Quando chegar lá na terra, você tem de ir mais um quilometro para frente e virar numa estradinha de terra que tem e seguir reto que você irá encontrar uma vila pequena de casas e ali é onde fica a minha. – Termino de dizer a ele, e o carro faz um barulho no motor que eu até me animei, chegando até minha casa em um piscar de olhos, não-literalmente.

Na minha vila, o rosto deles foi tomado por um espanto muito grande e eu não evitei de sorrir dos dois. Não entendi o misto de emoções em seus rosto muito bem para descrevê-las, porém foi uma coisa bastante engraçada para mim, que sempre fui acostumado a ver isso daqui, uma pobreza quase que extrema, mas para eles é diferente, pois os mesmos não estão acostumados a coisas mais simples e estão sempre cercados de coisas muito luxuosas, muito grandes, muito bonitas.

Quando o carro parou em frente a minha casa e eu desci, escutei um vizinho dizendo para a minha mãe de que agora eu era um prostituto de luxo. Não escondi meu nojo ao olhar para seu rosto, pois o mesmo sempre foi um homem muito amargo e desde que eu comecei a crescer, o mesmo tinha vontade de ter algo comigo, mas eu nunca quis e minha mãe também nunca deixou que o mesmo chegasse perto de mim. Ele tinha 40 anos e a diferença de idade para mim é gritante, o que não quer dizer que ele ligue para isso! Minha mãe fez um pequeno tornado – esse foi pequeno mesmo, não foi que nem o meu – jogando o mesmo até a casa dele, no que ele caiu igual a uma fruta podre.

Enigma (Romance Gay)Where stories live. Discover now