Capítulo 66 - Uma floresta amaldiçoada

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Por segundos fiquei pedrificada. Idris tinha sido baleado por Diego e não havia uma razão aparente, porém podia dizer que Diego o matara. Sem acreditar ajoelhei-me ao pé de Idris.

- Porquê?-questionei-o quase em lágrimas

Hassan estava sério e Diego olhava-o incrédulo.

- Desculpa, não me controlei.-respondeu e virou as costas caminhando para longe

Mirei Idris deitado no chão. Estava a começar a ficar frio e muito branco. Hassan apenas abraçou-me, contudo pude perceber que ele parecia aliviado. Tenho a certeza que ele sabe o porquê de Diego matar Idris.

- Sabe o porquê?-ele encolheu os ombros- Se sabe diga!

- Ele teve ciúmes!-respondeu zangado- Deu-lhe razão para os ciúmes?

Calei-me durante algum tempo e ele colocou as mãos na cabeça, começando a dar voltas pela praia.

- Ele está ligado a mim! Se quer o mesmo que eu temos as mesmas emoções! Percebeu? Ele ficou com raiva como eu!

- E eu tenho culpa porquê?-fiquei chateada por ele culpar-me

- Porquê? Ainda pergunta o porquê? Acha que eu estava feliz ao vê-la com Idris? Eu nunca tive de partilhar nada! Como pode achar que eu estava contente? Ainda bem que Diego o matou! Acabou com o maldito problema!

- Se pensa assim... não posso mais continuar com isto!-corri para longe da praia

Entrei na floresta e encostei-me a uma árvore grande. Sentei-me no chão e posicionei a minha cabeça no tronco. Comecei a pensar em todo o meu percurso naquele mundo. Terei feito as escolhas certas? Esta aventura está a esclarecer muitos aspectos de mim mesma que eu não conhecia. Ia sentir a falta de Idris, isso ia. Hassan teve razão, em parte, por ter ficado com ciúmes. Nunca deveria ter me envolvido com ninguém desta época, porém eu gosto de Hassan e não o quero magoar. Repenso em todas as pessoas fantásticas que conheci. Kaim e Una estão felizes juntos, Aladim deve ter ficado pelo porto do Irã, de certeza que está a passear neste momento pelas pequenas ruas da praça. E Diego deve estar apenas a ser o Diego. Levanto-me e percebo que já está escuro. Esqueci-me de ir à outra ilha! Corri até à praia e vi pequenos barcos a dirigirem para o horizonte.

Tenho de entrar num deles! Mergulhei e tentei procurar um barco vazio

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Tenho de entrar num deles! Mergulhei e tentei procurar um barco vazio. Eu vi movimento em todos, até que um pouco afastado deles, reparei numa pequena barca. Nadei até ela e não detetei movimento. Estava a subir para ela, quando me dei conta que estava alguém deitado a dormir. Era o pirata de Hierra! Ele levantou a cabeça, ainda com a face coberta com um tecido e olhou-me.

- Outra vez aqui? O que quer desta vez?-perguntou metendo a mão na cabeça

- Nada. Apenas pretendo chegar à outra ilha e pensei que este barco estivesse vazio.

- Como vê, não está. Agora, se me dá licença devo continuar a minha sesta.-ele fechou os olhos e virou-se para o lado esquerdo ignorando-me

- Pois bem, não o incomodarei mais.-afirmei levantando-me e tentando manter o equilíbrio

Com magia criei outra barca e saí da pequena embarcação do pirata mal disposto. Tentei seguir os guerreiros até à ilha. Ninguém parecia notar a minha presença, tudo porque eu tinha feito um feitiço de invisibilidade. Kire comandava todos os soldados que se encontravam nas barcas. Naveguei por mais de uma hora até que ouvi alguém gritar:

- Terra!

Todos barcos estavam na areia e havia uma grande floresta à nossa frente. Ocultei-me ainda com o feitiço que lançara e corri pela grande floresta. As árvores pareciam mover-se de tal forma que por segundos pensei que alguma me tivesse agarrado um pé.

Vendo aquele cenário corri, porém sentia-me vigiada e perseguida pela floresta

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Vendo aquele cenário corri, porém sentia-me vigiada e perseguida pela floresta. Será possível que a lenda estivesse enganada? O monstro pode ser a própria floresta? O pico do cruzado! Este é o caminho! Continuei a correr, com muita dificuldade, com todas as minhas forças para conseguir passar a floresta. Que tipo de monstro será? O kraken não é de certeza! Una disse que o seu pai protegeu esta ilha, eu deveria ter perguntando como ultrapassar todos os obstáculos! Que estúpida fui em avançar sozinha! De repente, senti uma presença atrás de mim. Virei-me devagar e percebi uma sombra muito escura a aproximar-se. Corri mais depressa, a floresta parecia nunca mais acabar. Não conseguindo respirar, fui obrigada a parar. Tinha medo de olhar para trás. Estava na hora de enfrentar a realidade e descobrir o que me perseguia realmente. Mal podia acreditar no que estava a ver. Uma junção entre humano e cavalo, como as antigas lendas os chamavam... centauros. Iria ferir-me ou apenas avisar-me do perigo? De uma espécie de bolsa retirou uma flauta. Quando a levou à boca e a começou a tocar eu senti-me adormecer lentamente. Encostei-me numa árvore e deslizei até que me sentei. Era um som quase hipnótico, como o canto das sereias. Adormeci a pensar na bela música.

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Desta vez decidi trazer um pequeno poema. Espero que tenham gostado do capítulo 😉.

 Espero que tenham gostado do capítulo 😉

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Um Amor De outro MundoWhere stories live. Discover now