Capítulo 52 - A poção da feiticeira

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Olhei para baixo.

- Kire, ainda não me mostras-te o teu novo animal.-aproximou-se do trono e tocou-me numa pata- Onde o arranjaste?

- Os meus guerreiros entraram-na na selva.

- Fêmea? O que achas de um duelo entre animais? A tua tigre contra o meu leopardo.

- Não me parece seguro para ela. E ainda vou treina-la para uma batalha.-eu olhei para a tenda e vi um homem retirar Una e trazê-lo para as oferendas

- Que belo papagaio. É uma oferta?

- Sim. Podes ficar com ele.

No momento em que o rei disse isso, eu avancei e rosnei para o homem que segurava a jaula. Ele ficou com receio e largou a gaiola. Apanhei-a com a boca e trouxe-a para o meu lugar perto do rei.

- Parece-me que ela não tem intenção de o ceder. Talvez possas escolher outra coisa.

- Nesse caso, quero a tigre.-o rei Kire levantou-se de repente do seu trono

- É a única coisa que não posso dar.

- Parece-me que o intuito deste encontro entre tribos era uma cilada. Guerreiros preparem-se!-os guardas do outro rei levantaram as suas lanças e arcos

- Podes tentar matar-me se quiseres, mas nunca conseguirás o trono.-apontou para os guerreiros inimigos- Se começares uma guerra, irás perder.

-apontou para os guerreiros inimigos- Se começares uma guerra, irás perder

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O rei inimigo arrecuou. Retiraram-se sem dizerem mais nada. Vi o último olhar do rei da outra tribo recair sobre mim. Um sorriso perverso na sua cara. Ele tenciona fazer algo. Kire ao vê-los longe ficou mais descansado. Porém as pessoas começaram a murmurar.

- Não se preocupem. Não haverá guerra, Idris sabe que perderá se tentar!

Acariciou-me o pelo e fez-me segui-lo. Entregou Una ao guarda, que o colocou na mesma tenda de antes. Fomos para a tenda verde. Ele colocou-me na jaula e meteu-me as correntes nas patas. Depois disso, Kire foi chamado pela feiticeira e retirou-se. Comecei a sentir novamente fome, contudo ela era justificável depois do que eu passei hoje. Depois de uma hora, Kire entrou na tenda, eu estava a descansar deitada. Numa tigela pequena, ele colocou o que me parecia água, e num prato alguns frutos. Colocou tudo dentro da jaula e eu comecei a comer e a beber. Ele olhava atentamente, até que sorriu ao ver-me comer tudo. Depois de alguns minutos, sentia-me estranha, como se tudo estivesse muito quente, até mesmo o chão. Apetecia-me dançar e sair daquela jaula. Tinha de voltar a transformar-me em humana. Com magia, destransformei-me e fiquei com roupas estilo selva.

 Com magia, destransformei-me e fiquei com roupas estilo selva

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Kire arregalou os olhos. Ainda estava presa pelas correntes. Agarrei-me às barras da jaula.

- Acabe com este calor. Já não posso mais.-disse eu em tom de sofrimento

- A feiticeira deu-me algo para demonstrar o seu verdadeiro eu. Nunca pensei que fosse humana e tão dessa forma.-reparou nas roupas e no tom da sua pele, o que o mais atraiu, branco claro

Continuava aquele calor infindável. Ele tocou-me numa das mãos e senti cessar o calor nessa parte do corpo. Quando afastou a sua mão voltei a sentir o calor. Era horrível, parecia que me queimava. Vi a cortina da tenda mexer-se, porém ignorei devido às dores.

- Tire-me daqui. Estou com demasiado calor.

Kire abriu a jaula e só retirar-me as correntes, o toque da sua pele aliviou a minha dor. Como é possível? Deve ter sido uma poção da feiticeira.

Ele deixou-me sair da jaula e chamou Loiti. Vi o jovem rapaz entrar apressado. Ao ver-me ficou surpreendido.

- Quem ser?

- É uma amiga. Sabes como tirar o efeito de uma poção da feiticeira?

Ele pensou um pouco e acenou com a cabeça de forma negativa.

- Quem ter efeito?-perguntou Loiti, o rei apontou-me- O que sentir?

- Calor. Muito calor.

- Loiti não saber.-disse olhando-me de lado- Sentir muito calor?-tocou no meu braço esquerdo

Apesar do seu toque continuei a sentir calor. Que coisa mais estranha. Tentei resolver com magia, mas não surtia efeito.

- Loiti ter de ir. Poder ir Rei?

- Sim vai. E não fales disto a ninguém! Ouviste?

- Sim.-ele saiu calmo

O rei viu-me a andar de um lado para o outro. Eu já não sabia o que fazer. Sentia calor por todo o corpo. Ele tocou-me no ombro, senti um frio relaxante, parei de andar. Quando ele estava prestes a retirar a mão, ele travei-o.

- O seu toque é a única coisa que alivia o calor. Não tire.-acabei por dizer mais calma, sem tanta dor

- O meu toque? Que estranho, normalmente causa o efeito contrário.-começou a rir-se do seu próprio comentário

Agora, ele havia colocado as duas mãos no meu pescoço. Que alívio. Subiu para a cara. Colocou uma mão na minha cara, e a outra na minha cintura. Comecei a ficar alarmada.

- Pode pedir para eu parar se quiser.-desceu a sua mão até ao meu peito

E mesmo sabendo que estava errado, eu não queria que ele parasse.

Um Amor De outro MundoWhere stories live. Discover now