Capítulo 13 - Um gesto de respeito

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Senti o impacto ao bater na água. Vi-me bem fundo e subi até á superfície encarando Kaim.

- Eu vou encontrá-la! E vou fazer com que sejam meus os desejos!

Nadei de volta para o Chebec e subi por uma corda. Hassan estava no leme e assim que me viu abriu mais os olhos.

- O que aconteceu?

- Bem o maldito feitiço da verdade fez com que eu revelasse a Kaim que sou o seu gênio. Agarrou-me quis ver o meu cabelo e para fugir tive de saltar por uma janela! De resto nada aconteceu!

- A ideia foi sua. Não atire as culpas para cima de mim! O seu plano funcionou não nos importonarão?

- Acredito que não. Agora que Kaim sabe que tem um gênio não quer uma guerra consigo.

Hassan sorriu e puxou-me para perto dele agarrando o meu braço.

- Está toda molhada e nota-se tudo.

Olhei-me e rapidamente tapei-me com os braços. Hassan começou a rir. Fui até o corredor e entrei no camarote principal. Fechei a porta e deitei-me no sofá. Hassan havia dito que estaríamos perto do seu país. Estou ansiosa para ver a antiga Pérsia! Ah Hassan denominara o seu país Pérsia mas pelos habitantes é chamada de Irã. Parecido com Irão. Os gregos é que chamavam Pérsia! Porque chamaria ele Pérsia ao seu país? Vi Hassan entrar pela porta e procurar por mim. Foi então que olhou o sofá e sorriu.

- Veio secar-se? Ou esconder-se de mim?-perguntou divertido

- Vim secar-se! E não olhe!-voltei a tapar-me com as mãos

- Se soubesse que ficaria com vergonha não lhe teria dito nada.

Sentou-se no sofá e tocou-me no cabelo.

- Está todo molhado. Eu acho que tenho uns tecidos por aqui.-foi até á porta que estava fechada e abriu-a, saindo com um pano branco aproximando-se de mim

- Obrigada. Sukran ( árabe tradução: obrigada)

Hassan sorriu e sentou-se de novo no sofá. Quando eu ia tirar o pano das suas mãos.

- Eu faço isso.-disse ele passando o pano nos meus cabelos

Secou o meu cabelo por algum tempo e quando deixou de pingar aproximou o tecido da minha cara e limpou as minhas bochechas. Quando chegou aos lábios parou e tocou-os com o dedo. Não aguentando mordi o lábio inferior. Como se estivesse a sofrer ele segurou o meu queixo com desespero.

- Eu não vou aguentar. Vou ter de provar os seus lábios.-resmungou baixo

Eu sorri e não fugi. Beijou-me suavemente e segurou a minha cintura. Eu pus as minhas mãos á volta do seu pescoço disfrutando do momento. Paramos e olhamo-nos.

- Eu não deveria afeiçoar-me a ninguém. Está a começar a tornar-se um perigo.-beijou-me de leve e sorriu

- Parece que nenhum califa governou muito tempo. Todos foram assassinados.

Ele saiu do sofá e dirigiu o seu olhar para o retrato.

- É isso mesmo. Nenhum dura mais que 30 anos e às vezes nem isso. Meu pai começou a reinar quando tinha vinte anos. Ele tem cinquenta.

- Isso quer dizer que pode estar em perigo.

- Sim. Preciso de assumir o trono o quanto antes. Contudo não acredito estar preparado para governar um povo.

- Porque acha isso? Eu vejo em si um grande califa! E acredito que será dos mais justos! Como o rei Musa I. Ele foi o homem mais rico de todos os tempos! E ele dava tanto ouro ao povo que na época perdeu o seu valor! Irá ser um califa justo tenho a certeza!

Sem eu esperar Hassan agarrou a minha mão e beijou-a.

- Os europeus tem este hábito

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- Os europeus tem este hábito. Vi numa das minhas variadas viagens. Obrigada pela fé que deposita em mim. Faz-me acreditar que posso cumprir o meu dever.

O dia passou rapidamente e chegou a noite. Depois de termos comido algo e de termos ido ver o mar decidimos ir para a cama. Com magia fiz com que a cama voltasse ao normal sem divisão ou cortina e fiz aparecer os pijamas da noite passada. Deitei-me e olhei para o teto.

- Posso fazer-lhe uma pergunta?

- Sim.-respondeu deitando-se a meu lado

- Esta pintura representa um Harém isso tenho a certeza. Mas quem é o homem que está no meio?

- Meu pai. Está a ver para onde olha?-apontou-me a mulher pintada com cores mais claras- A minha mãe.

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