Último Ano-Capítulo 01

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         Bom! Eu sou aquela típica adolescente de dezesseis anos, que está no último ano escolar, por eu fazer aniversário no final do ano eu sempre acabo sendo a mascote da sala, e esse ano não é diferente, com certeza vou continuar sendo a mascotinha, chaverinho entre outros adjetivos que me chamam, se eu me importo?
  Claro que não, quero mais é que todos vão tomar naquele lugar,(risos)  brincadeirinha, é claro que eu me importo, queria mesmo ser assim como as outras garotas da minha escola, descolada que fala palavrões e que estão pouco se lixando para o que pensam sobre elas, mas eu não,  sempre fui a certinha, a cdf da turma, a que sai da escola e vem direto para casa, "nunca" aprontei nada, e da minha sala eu sou a única virgem, brincadeira, também não é para tanto assim, eu perdi minha virgindade em um matagal no caminho para casa, não foi lá essas coca-cola toda como eu imaginava, e nem deu para o gasto, terminei o namoro e nunca mais quis experimentar do pepino, na verdade desde quando eu estudava a sétima série eu nutria um sentimento diferente pela minha professora de português, e desejava mesmo era chupar uma "laranja" se é que vocês me entendem, mas essa professora tinha que ser justo a de português,  a mais exigente, a mais chata, a que sempre andava de cara fechada, e que cara, aquele rosto levemente quadrado, o furinho no queixo e aqueles cabelos pretos cortado na altura dos ombros dava todo um charma nela, os olhos mais pareciam aboticaba de tão escuros, aqueles óculos a deixava parecendo atriz pornô, Zeus me livre se um dia ela souber disso (risos), vou nem comentar aquele corpo divino, toda empinadinha, nem parece que tem quatro filhos, quase uma creche, (risos).

      Eu venho nutrindo esse sentimento por ela a tantos anos, que as vezes eu acho que ela nota a forma como eu a olho, as vezes acho que é loucura da minha cabeça,  claro, com certeza é loucura da minha cabeça,  se a professora soubesse que eu nutro esses sentimentos por ela, com certeza chamaria os meus pais, que eu tenho, mas não tenho.
  Não entenderam não é?
    
     Eu moro com minha tia materna, minha mãe me teve quando tinha quinze anos, quando eu tinha três anos ela conheceu um rapaz do sul e foi embora com ele, me deixando com  minha tia bem mais velha que ela, eu não acho ruim, a chamo de mãe e ela me tem como filha, já que ela nunca conseguiu engravidar, e eu dou graças aos Zeus, já que dizem que os bastardos sempre ficam de lado quando surge a tão desejada gravidez.

    - Alice, vamos.-

     Passei meu um batom rosa nos lábios,  arrumei minha franjinha, sorri ao olhar aquela porcaria no espelho, porque a gente sempre tem que cagar o que estava bom?

    Meu cabelo estava em um longbob divino, castanho escuro com as pontas loiras, daí a bonita aqui pegou a tesoura e foi para a frente do espelho, separou os cabelos, puxou a parte que iria cortar até a altura da sobrancelha e meteu a tesoura, bem, o resultado não saiu como eu esperei, ao soltar os cabelos a franja subiu e ficou na metada da minha testa. Eu passei uma semana chorando no meu quarto enquanto meus tios-pais riam e mandavam eu fazer novamente.

- Vem Alice, se não você vai de ônibus.-

- Já vou, só estou calçando meu all star.-

     Nem estava tão ansiosa para o primeiro dia de aula, mentira, estava sim, eu passei as ferias toda planejando como eu me declararia para minha professora de português a Eloisa, espero que eu tenha atitude, porque coragem a gente vai criando durante o ano, pelo menos eu tenho um ano ainda para fazer tudo que eu não tive coragem de fazer em todos os anos que passou.

                          ^☆^

    Desci de dentro do carro e parei em frente a escola, não era a das melhores e nem das mais bonitas, na verdade eu achava que a qualquer tempestade aquela escola desabaria, de tão precária que era, mas era a que tinhamos.

     Entrei e de começo foi igual a todos os anos, continuava sendo invisível.
  Respirei fundo ao chegar na porta da minha sala, e dei bom dia aos alunos que já estavam lá, alguns me olharam com estranheza,  nos outros anos eu se quer abria a boca, mas poderia ser por aquela franja ridícula também.

    Procurei um lugar bem na frente, pensando em ser notada pela professora.
  Os outros alunos foram chegando e eu sorria para todos, eu estava me sentindo a última bolacha do pacote, de forma alguma, a última bolacha do pacote sempre vem quebrada e quem comia já estava enjoado, eu estava me sentindo a primeira bolacha do pacote, aquela que a pessoa coloca na boca com desejo e muita vontade, por fim o sinal bateu, senti um frio na boca do estômago, apesar de nem ter certeza de que o primeiro horário séria português.

Último Ano [Professora e aluna]Where stories live. Discover now