Continuei por uma hora ali com o Seu Jonas me alertando:
—Tome cuidado menina Ane, acho melhor você nem pisar mais onde é o bosque, por um tempo. Ele frisava o tempo todo isso.
—Sim. Pode deixar. Respondi.
Despedi-me dele e fui embora.
➿➿➿➿➿➿➿➿➿➿➿➿➿➿
Na madrugada, acordei com a janela aberta, batendo com tanta ventania que estava lá fora.
Levantei para fechar a janela. Meu quarto dava bem de frente para o bosque.
Decidi então olhar para baixo, pois meu quarto ficava no andar de cima da casa de meus avós.
Aí veio o susto e falei em voz baixa para ninguém ouvir:
—Meu Deus! É ele!
Ele estava no vento, de pé, parado e estático, como sempre faz. A ventania balançava seus cabelos.
Uma coisa fez-me correr para lá!
Parei bem à frente dele, não sei de onde veio uma coragem que nunca tive e proferi:
—Quem é você? Responda! Eu quase que ordenei.
—Oi Ana Elisa. Eu não sou desse mundo.
Ele rapidamente, porém calmo, prontamente respondeu-me.—É claro que já desconfiei disso e você anda me assombrando! Por favor, vá embora.
Eu tentei em vão, afastá-lo de mim.Ele prosseguiu:
—Ana, vou lhe explicar tudo. Peço que me ouça.
—Está bem, ouvirei. Eu acabei cedendo, ainda que me sentisse confusa por dentro.
—Sou do século passado, é que minha família e a vila inteira na época fomos assassinados, e mataram minha esposa sem eu ver, sumiram com ela. E continuou:
—Me disseram uns bons amigos meus; que ela está enterrada nessa terra, desse bosque.
Preciso muito de sua ajuda, por favor, só assim terei o descanso eterno - ele implorava.- Você tem que esquecer tudo isso e ir para a luz, esqueça isso. Vá embora com seus bons amigos. Creio que será melhor para você.
- Não posso. Ele respondeu, quase que estava a chorar.
Ele estava desesperado, porém, era muito calmo e educado e continuou:
- Há anos vaguei aqui, esperando alguém de vocês ter mediunidade. Por favor, Ane,
vamos tentar! com uma pá! Ele me pediu.- Que loucura! Você é tão real para mim!
Te vejo nitidamente, não como um espírito.Eu dizia meio que "petrificada", observando-o da cabeça aos pés.
-Sim, ele prosseguiu.
—Porque você tem esse dom de ver-me materializado.
Há tempos vinha te chamando em pensamento.
A luz já veio me ver por várias vezes.E prosseguiu:
—Ela vem me buscar, mas eu recuso, porque só queria ver, sentir onde minha esposa está.
Já fazem muitos anos que estou preso aqui, nessa dimensão da Terra e nesse local, mas, porque assim eu decidi.
Preciso resolver esse problema e de sua ajuda.
DU LIEST GERADE
O homem de preto
KurzgeschichtenConto. SINOPSE Ana Eliza, descobre que tem mediunidade aos 19 anos, meio que "na marra", contra sua vontade. Inesperadamente, em uma de suas visitas rotineiras à fazenda dos avós na Toscana, começa a ter "visões", de um homem de terno preto a cham...