Distantes

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Acordei bem cedo. Fui andar novamente
pelo nosso bosque. Fazia até um pouco de neblina, naquele horário.

Eis que avistei um homem vestido com um terno preto. Modelo bastante antigo, esse vestuário dele.

Ele estava meio longe de mim, atrás de uma árvore.

Fitava-me intensamente e senti que já fazia um  bom tempo.

Eu estava de férias - cursava a Faculdade de Artes Plásticas em Roma -, e estava na Fazenda dos meus avós maternos, a qual ia desde criança, passar férias lá.

Ficava na região linda da Toscana.

De repente, me veio aquela constante lembrança...

A tragédia que me consumia, todos os dias, desde o ocorrido.

Eu não gostava de contar a ninguém, era um meio que Meu segredo, o "Meu bosque da morte ", chamava-o dessa maneira.

As lembranças do meu ex-noivo, vinham todos os dias; nossa situação complicada, com angústia e me sufocando por dentro.

Envolvia-me numa  profunda confusão em minha mente.

Parecia que eu ficava zonza.Era sempre assim. Vinha uma tontura também.

— Meu Deus! Quase gritei.

Acho que vou desmaiar nesse chão! eu pensei.

Eu caio. Ninguém apareceu.

Meu Deus, pensava, o que farei?

Meu corpo ia esfriando, congelando.
Pois bem cedo, ventava muito aqui no bosque.

Havia se tornado constante, essa minha situação.

Mesmo na na época das aulas, essas últimas semanas, vez ou outra, eu desmaiava em algum canto e sempre alguém me socorria.

Nem meus pais sabem direito, disso tudo.

Mas, hoje, a coisa estava ficando tensa.

Não terá ninguém para me ajudar, pelos menos por um tempo, não saberão que vim no bosque no amanhecer do dia.

—Menina, levante!
—Saia daí!
A tal voz que me perseguia ultimamente.

Veio Ele ( a voz) me visitar de novo...e me falava isso em pensamento, em meus ouvidos, entendem?

Ele, ou a Luz, como quiserem chamar, andava visitando-me, em meio aos meus escombros, do meu psicológico.

Ele disse novamente: (em pensamento)

—Ninguém vale tanto sofrer.
Você precisa sair deste lugar!(situação). Enquanto é tempo! Senão vais definhar!

De novo veio a tal forma ofuscante de Luz.
Um brilho intenso.

Ela andava vindo junto à voz Dele.

Eis que, mesmo em meio à tal luz cintilante; ele, o homem de terno preto, uns metros à frente, ao lado de uma das árvores, ressurgiu, me olhando fixamente.

Eu havia batido a cabeça numa pedra.
Consegui ver o machucado e estava doendo muito.
Fiquei atordoada, não conseguia chamar ninguém, minha voz não saía.

Fiquei ali, caída ao chão e pedras.
E eu ainda enxergava a imagem daquele homem de terno preto, toda embaçada.

O homem de pretoWhere stories live. Discover now