DIANA: enquanto você estiver comigo

CAPÍTULO VINTE E QUATRO

— Como você está querida ? - um par de olhos me observam assim que abro os meus, os mesmos me estudam com preocupação. O sol latente escapa pela persiana atrás de Miranda, já é outro dia? quanto tempo será que dormi?

Apoio meu braço direito no colchão macio e me sento para observá-la melhor. Vendo-a assim de perto e em um ambiente totalmente diferente, consigo perceber melhor a semelhança entre Miranda e Zack, mesmo não sendo tão aparente, basta estudar seus traços para reparar, ele conseguiu tirá-la de lá também.

— Estou bem - Tirando a dormência no braço — E como você está?

— Fora das mãos de Maicon e perto do filho que eu achei nunca ver novamente... não achei que fosse possível, apenas isso basta para me deixar feliz - Sorri.

— Estou feliz que tenha conseguido e que esteja bem - Digo sincera. — E onde está meu irmão e os outros ?

— Bem...

O barulho de algo quebrando no andar de baixo tiram nossas atenções, em seguida mais um estrondo alto o suficiente para me fazer saltar de susto. Olho para Miranda assustada, porém ela não está com a mesma afeição que eu, um suspiro exausto escapa de seus lábios antes de se pronunciar:

— James, Kevin e Felipe estão tentando fazer com que uma guerra não comece lá embaixo - Franzo a testa confusa.

— O que está acontecendo? - Miranda tem seus olhos atentos em mim quando fecha o livro que está em suas mãos, parece pensar bem antes de me responder.

— Leonardo e Zack tiveram um desentendimento ontem a noite, mas se resolveram - suspira — Só que hoje quando acordaram o assunto surgiu novamente e voltaram a se desentender - a preocupação é nítida na sua voz.

— Não deveria está lá embaixo? - é uma pergunta óbvia e retórica.

— Não acho que Zack me ouvirá neste momento, não enquanto estiver com a raiva nas veias - sua mão alcança uma mecha de seu cabelo que está em seu rosto e a coloca atrás de sua orelha, mesmo longe de Maicon e Joshua, Miranda tem seus olhos vazios.

— Você é a mãe dele, sei que a ouvirá - tento encorajá-la.

— Não querida... não posso, eu vi nos olhos dele quando estávamos naquela casa... vi também assim que ele viu Leonardo te carregando. - como assim?

— Viu o que ? - ela não me encara, parece ter medo.

— Ele é um Ducken - um sorriso vago pende no canto de seus lábios.

Caminho rapidamente pelos corredores sem me importar em está usando apenas uma camisola de seda em meu corpo. A voz de Mirando ecoa em minha mente, uma parte de mim repreende, enquanto a outra tenta juntar peças para afirmar o que ela disse. É a segunda pessoa que diz algo contra Zack, luto contra os meus sentimentos enquanto caminho até a escada, não quero acreditar que ele seja igual ao irmão, ou o tio, mas Miranda o conhece melhor que eu. A medida que meus passos apressados descem pelos degraus, consigo ouvir os timbres das vozes tão conhecidas por mim.

— Eu vi o modo como a olhou porra - A voz grave de Zack ralha com uma raiva quase palpável.

— Não seja imbecil - Dispara Leonardo.

Talvez tenha sido um erro ter vindo até aqui.

Ignoro a voz reclamona em minha mente que me ordena a dar meia volta. Atravesso o hall de entrada e sigo até a enorme porta de correr transluzente, respiro fundo e deslizo a porta devagar. O lugar atrás da porta está bem pior do que eu achei que estaria, há buracos nas janelas de vidro, os objetos de decoração estão no chão, assim como uma estante que antes guardava uma coleção de taças. Levo meus olhos para os dois homens sendo separados por quatro seguranças. Zack tem seu olhar fixo em Leonardo e não parece se importar com o nariz sangrando. Já Leonardo está com o lado direito do rosto com uma enorme marca roxa e um sangramento no supercílio.