Capítulo 27

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"Quando você encontra a pessoa certa, você sabe. Não consegue parar de pensar nela. É sua melhor amiga e sua alma gêmea. Mal pode esperar para passar o resto da vida vida com ela. Ninguém nem nada se compara." (How I Met Your Mother)

As comemorações não iriam acontecer na casa dos meus pais, pois o espaço era pequeno demais para a quantidade de pessoas que estariam lá. Minha tia avó possuía uma fazenda, com acomodações o suficiente para todos, então todas as festas familiares aconteciam lá. O lugar era lindo, rodeado por árvores, flores, tinha até uma trilha para a cachoeira da cidade.

O caminho até a fazenda já fazia tudo valer a pena. A estrada de barro era cercada por um tapete de flores silvestres amarelas. Fiquei com os olhos vidrados na janela, absorvida pela música, pela paisagem, pelo cheiro de casa que aquela terrinha tinha, todos os problemas pareciam se dissolver, eu deixei de pensar em William, ou em Noah, só pensei em mim, na minha família, nos anos que passaram, nos dias de verão em que eu e meus amigos recolhemos aquelas flores para enfeitar as mesas. Só sentimentos bons rondavam minha mente.

Ver os portões de madeira escura, as cercas e plantas que pareciam infinitas em sua frente, fez meu coração acelerar anda mais, aquilo era casa, era família, não percebi o quanto sentia falta deles. Quando chegamos até eles, foi uma bagunça, os meninos não paravam de buzinar, gritavam o nome da minha mãe "Dona Looooourdeees!". Os portões se abriram e meu paidrasto que estava nos esperando.

"Passa cambada", ele gritou.

"Seu Anselmo, tá pronto pra pelada?" Léo gritou, se pendurando na janela do carro.

"Preparado pra ganhar de vocês? Sempre." Ele respondeu rindo.

A partida de futebol era um clássico, realmente legendárias, novinhos contra coroas, como eles chamavam, todos participavam. Eu e João preferimos atividades em que a bola não corra o risco de voar nas nossas faces, então somos da equipe de torcida, meu rosto fica bem mais bonito quando está inteiro. Mas as meninas faziam questão de jogar, eram as grandes atrações, Patty acabava com todos eles, era algo bonito e se ver.

Entramos na xácara, e o rosto de Noah se iluminou com a paisagem, essa era uma das melhores partes de trazer pessoas novas aqui, ver sua primeira reação à beleza daquele lugar. Flores e árvores por todos os lugares, parecia um bosque encantando. Fomos indo pela pequena estrada, que dava até o lugar de guardar os carros.

Assim que chegamos, desci correndo do carro e Anselmo me deu um abraço bem apertado.

"Menos de um mês fora e já me fez sentir saudade, você quebrou um recorde pequena.", meu paidrasto era doce, gentil e engraçado. Eu agradeço a todos os deuses de todas as religiões e culturas por ele e minha mãe terem se encontrado.

"Pai, esse é Noah.", apontei para o meu menino assustado escondido atrás de mim.

"Bem vindo Noah, espero que Clair não tenha te obrigado a tomar aquela limonada horrível.", falou puxando Noah para um abraço.

"Ela é capaz de coisas terríveis." Noah respondeu sorrindo timidamente.

A galera foi saindo dos carros e tirando as malas, todos cumprimentaram meu paidrasto e o apresentei os novatos.

"Para onde levamos as malas?" Rodrigo perguntou.

"As carroças estão vindo, vocês colocam nelas, e depois sobem, vou esperar vocês na casa." Disse subindo no cavalo e saiu.

"Carroças??" Nina quase pulava, não sei se de empolgação ou medo, talvez algo entre os dois.

"Yep, aqui é old school" Léo respondeu.

Depois do verão passadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora