Capítulo 4

1.7K 174 26
                                    

Capítulo 4 - Expire e Inspire

A maioria dos dias é comum. Eles começam e terminam, sem nenhuma memória durável nesse tempo. A maioria dos dias não tem impacto no decorrer da vida. A maioria deles...

- Autor Desconhecido

***

Ana havia acabado de acordar, sua cabeça estava girando com tudo o que aconteceu nos últimos... Minutos? Horas? Dias? Ela não sabia dizer quanto tempo havia se passado, mas parecia ter sido o suficiente para a trocarem de lugar. Ela não se importava com a mudança de cenário, afinal, todos os quartos pareciam ser iguais.

Então ela apenas ficou deitada na cama, olhando para o teto. De repente ela sorriu, porque o silêncio era muito legal, confortável.

Doce.

Do lado de fora do quarto, Christian colocou a mão na maçaneta da última porta do corredor, e a girou. O quarto cinco.

A Ala Z era a especialidade da Clínica Priory, mas nem mesmo aquele hospício conseguiria se manter de pé e seguro com mais do que cinco pacientes diagnosticados como "caso perdido".

_ Anastasia - falou, quando viu que a garota estava acordada, olhando para cima.

A menina virou a cabeça devagar na direção do médico.

_ Quem é você? - ela perguntou.

_ Christian Grey.

Ironicamente, uma coisa que Ana se orgulhava de ter era a boa memória. Ela conseguia se lembrar de coisas, de detalhes que nem mesmo eram importantes. Ela se lembrava da cor da roupa que sua mãe usara no seu primeiro dia de aula, no jardim de infancia, se lembrava do gosto do sorvete com calda de morango que tomou quando foi ao parque de diversoes quando tinha seis anos. E, é claro que ela se lembrava do sobrenome Grey, ela se lembrava de todos os integrantes da família Grey.

Ela sabia quem era Christian Grey. Nunca havia o visto, muito menos conversado com o mesmo. Porém, sua mãe, Grace Grey, já a furou muitas vezes.

Foi bem no começo, quando tudo era desesperador e assustador. Seus pais eram amigos de longa data dos Grey, mesmo que quando fizera seus oito anos, Ana ja nao os visitava mais. Porem, quando as coisas começaram a piorar, quando tudo foi acima do limite porque Ana, aparentemente, começara até mesmo apontar facas para os funcionarios de casa que a irritavam, Grace Grey fora quem sugeriu uma clínica psiquiátrica. Mesmo que nunca realmente tivera Grace como sua medica, a mulher ja a teve de segurar em muitos surtos.

_ Médico - completou o outro.

A garota semicerrou os olhos.

- Psiquiatra - ele se corrigiu.

Ana não gostava de médicos/psiquiatras. Eles geralmente eram maus. Ana odiava pessoas más. Não importava se ela soubesse quem era.

A garota se levantou devagar, olhando ao redor, calmamente colocou as pernas para fora da cama e se pôs de pé no chão.

O psiquiatra a olhou desconfiado, dando um passo para trás, esperando pelo o que a garota iria fazer. Quase não ficou surpreso quando ela avançou para cima. Quase. Pois a menina não tentou derrubá-lo e sim enforcá-lo, colocando as duas mãos envolta de seu pescoço.

Ele retirou as mãos dela com força e a imprensou na parede.

- Me solta! - ela gritou.

- Se acalma - ele pediu, calmamente.

50 Tons de Uma SalvaçãoWhere stories live. Discover now