Capítulo 31

1.3K 125 32
                                    

Capítulo 31 - Sobre você

"Precisamos do toque de quem amamos tanto quanto precisamos de ar para respirar."

A voz de Kate Perry ressoava alto, mas ficou em segundo plano quando Ana se virou e encarou Christian parado ali na porta.

A garota desceu da mesinha junto de Kate, correndo até o namorado.

_ Amor - ela saldou, logo deixando um beijo em sua bochecha e rindo demais. - Você chegou, eu estava com tanta saudade.

_ Linda, você está...

_ Ana, filhinha, você está bebendo o que? - Carla questionou, ignorando totalmente a forma melosa que a morena sempre se agarra à Christian.

A morena se virou para a mãe, surpreendentemente o sorriso não se desfez como acontecia quando ela desviava o olhar de Christian.

_ É cosmo... cosmopo... hã, Kate, qual é mesmo o nome? - ela se virou para a loira.

Kavannagh pausou a música e o clipe que passava na TV gigante da sala e se virou tímida para os outros.

_ Cosmopolitan - respondeu baixinho.

_ Cosmopolitan. Chique - Ana respondeu de uma forma engraçadinha. - Não tem quase... álcool.

_ Mas tem - Carla vociferou, tirando o copo da mão de Ana com violência, o que fez a garota dar um passo para trás assustada. - Você não pode beber isso, Anastasia! E qual o seu problema, menina? - ela se virou para Kate dessa vez. - Você sabe que não pode tomar álcool e deu isso para ela? Quanta irresponsabilidade!

Ana arregalou os olhos, o sangue com álcool que corria em suas veias já desaparecido enquanto sentia o coração bater muito rápido. Sua mãe estava possessa, e ela nunca a viu daquela forma, parecia prestes a avançar em alguém a qualquer momento, e falava muito alto também.

_ Não fala assim com ela - Ana resmungou. - Eu quis, ela não tem nada a ver com isso, é responsabilidade minha.

_ Não, filhinha, você não tem que ter responsabilidade nenhuma, meu amor - ela falou gentil dessa vez, mesmo que ainda exasperada. - Na verdade, a responsabilidade é toda sua. Deixando ela  sozinha com qualquer um, fazendo o que quer como se ela tivesse capacidade de fazer essas coisas - ralhou com Christian.

_ Sra. Steele, é melhor se acalmar - o psiquiatra falou.

Ana cruzou os braços com força, mirando a mãe com os olhos pegando fogo.

_ Não tenho capacidade? Eu? Você é que não tem, não tem um pingo de capacidade em entender que não preciso de você! Quando eu precisava você não fez nada. E agora quer bancar minha mãe? Você não me conhece, não sabe nada sobre mim, não sabe o que eu posso ou não fazer e não tem o direito de querer escolher sobre isso.

Carla deu um passo para trás, como se Ana tivesse lhe dado um tapa, e realmente ela preferia que tivesse sido. Ela não entendia o que tanto fazia de errado com a menina, só estava tentando cuidar dela. Acatou o pedido absurdo de morar com Christian, indo contra todos os seus instintos, fazia as vontades da morena e estava sempre pronta para segura-la, velava seu sono quando ela dormia a tarde e ao menos ligava quando saía daquele apartamento após Christian chegar, dando privacidade. Mas mesmo assim, no fim do dia, ela era atacada por Ana, ela era a errada e Christian o único que poderia receber beijos e abraços.

50 Tons de Uma SalvaçãoWhere stories live. Discover now