Capítulo 3

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Capítulo 3

- Tommy? – Felicity chamou entrando em casa e trancando a porta.

- Oi! – Tommy respondeu saindo da área da cozinha pra sala, aparecendo no campo de visão dela. – Como tá indo a reforma?

- Devagar... – Felicity respondeu deixando sua bolsa no sofá e tirando os sapatos. – Quando só se tem os Sábados e Domingos pra de fato fazer alguma coisa, tudo é muito mais devagar. E caro! – Felicity fez uma pausa e olhou sério pro Tommy. – Claro que se você estivesse lá durante a semana, facilitaria muito pra mim. – Tommy suspirou, preparando-se mais uma vez para essa mesma conversa. – Tommy, já tem 3 semanas que você veio parar nessa casa. Mais de um mês que você morreu! E apesar de você ser bem-vindo pra ficar aqui o quanto quiser e/ou precisar, eu tô de fato preocupada com a sua saúde mental! Ficar confinado dentro de casa não vai te fazer bem.

- Eu tenho saído pra correr! – Tommy argumentou coçando com as duas mãos a barba que estava crescendo. – Não posso deixar esse monte de porcaria que você chama de comida afetar meu físico... – Tommy desceu uma das mãos até a barriga e ergueu a camiseta pra mostrar a sua barriga.

- Sim, Tommy, eu estou vendo o seu abdômen. Não precisa mais ficar se exibindo. – Felicity passou por ele e baixou a camiseta, o que o fez rir. – E se você quer saber, eu estou imune depois do tanto que eu já vi o Oliver e o Diggle sem camisa... Nada mais me afeta. – Tommy fez um biquinho que tirou um sorriso da Felicity.

- Você me machuca assim, Smoaky! Como uma viga no meu peito. – Felicity olhou séria pra ele sem nenhum humor. – Cedo demais pra uma piadinha de humor negro? – Sem obter resposta da Felicity, ele continuou. – Ok... Plateia exigente!

- Mas voltando ao assunto, - Tommy revirou os olhos ainda seguindo Felicity em direção ao quarto dela. – até quando você acha que pode se esconder? Eu sei que é difícil encarar a cidade depois de tudo. Moira Queen está na cadeia, seu pai sumido, seu melhor amigo sumido... Mas o Verdant tá lá, e quem tá reformando sou eu! Não tenho como fazer só o porão sem levantar suspeitas. Você teria um motivo legítimo pra estar lá... – Felicity abriu o armário pra pegar um pijama enquanto Tommy se jogava na cama dela sem cerimônia nenhuma. – A não ser que você queira sumir mesmo e recomeçar. E como eu já te disse antes, se é isso que você quer, eu consigo uma nova identidade pra você num instante, e você pode dar uma de Oliver e cair no mundo. – Felicity pausou o que estava fazendo pra olhar nos olhos de Tommy. – Agora, se você quer retomar a sua vida, o Verdant e a Laurel... – Felicity deu uma pausa e Tommy desviou o olhar. – Acho que então já está na hora de a gente desfazer a sua morte legalmente falando... Eu não tenho como fazer minha mágica com isso, porque você é tãooooooo famoso... – Felicity revirou os olhos e Tommy sorriu. – Mas se o Oliver conseguiu, você consegue! Vocês dois são mais parecidos do que pensam!

- Sim, nós dois somos irresistíveis pra você! – Tommy riu com gosto da carranca que a Felicity fez. – Você não pode ver um playboy milionário, que quer reabilitar, não é mesmo?

- Nem começa, Tommy! – Felicity continuou sua tarefa de separar sua roupa que colocaria depois do banho.

- Fora que meu tanquinho é quase igual ao dele. – Tommy mais uma vez ergueu a camiseta.

- Nos seus sonhos, Tommy! – Felicity entrou no banheiro (o único da antiga e modesta casa que ela morava) e bateu a porta ouvindo as risadas do amigo.

***

Depois que jantaram, Felicity e Tommy estavam na sala. Felicity estava colocando em dia Doctor Who, enquanto Tommy estava pensativo no outro sofá. Volta e meia ele olhava pro pôster do Robin Hood na parede e lembrava das vezes que havia tirado sarro da lourinha por aquilo. Ela dizia que já tinha o pôster antes de conhecer o Oliver, mas ele tinha certeza que não. Pelas conversas que os dois já tiveram, Tommy tinha certeza que Felicity tinha mais do que uma quedinha pelo seu melhor amigo, mas ela insistia em usar a palavra "platônico" pra descrever os dois, o que deixava Tommy ainda mais curioso pra saber como o Oliver reagia a esse sentimento dela. Felicity *definitivamente* não fazia o tipo do Ollie que ele conhecia e estava acostumado. Ollie Queen, playboy de Star City só saía com mulheres altas de pernas longas, e quase sempre morenas. Meio babaca, Tommy conseguia admitir agora que estava se aproximando dos 30, mas na juventude eles fizeram muuuuuuuitas coisas babacas. Juntos e separados. E mesmo depois que o Oliver havia voltado da ilha, Tommy o viu com três mulheres, e as três eram morenas altas. Três mulheres confiantes, seguras de si... e morenas! Tommy sorriu olhando pra Felicity. Ela não era nada disso. Felicity não tinha muita segurança em si própria. Ela era muito mais inteligente e capacitada do que o cargo atual dela exigia, e apesar de ter confiança em seu trabalho, sempre se sentia inadequada, e isso refletia nas gafes que cometia. Tommy achava... adorável, e ele estava certo que o Oliver também devia achar, porque não a manteria por perto por tanto tempo se isso o incomodasse. E ela definitivamente não era morena. Ou pelo menos ele não achava que fosse. E não era alta. Não mesmo. Sem os saltos, Felicity era um coisinha minúscula que não parava de falar, mas que não tinha como não sorrir perto dela. Será que o Oliver se importava tanto assim com aparências pra não ter dado em cima dela ainda? Tommy não acreditava nisso, porque o Ollie Queen mulherengo havia morrido naquela ilha. Seu amigo dizia que virava noites com mulheres, mas Tommy, depois de descobrir sobre o Capuz, entendeu que era tudo mentira. Que aliás, Oliver havia namorado até que pouco desde que voltou. Pensar nisso o fez lembrar da imagem da Laurel nos braços de seu melhor amigo... Tommy não queria admitir, mas Laurel era ainda o grande motivo de ele estar se escondendo. Numa situação de emergência, terremoto, e prédio desabando, ele havia falado que a amava. Laurel não respondeu. Agora, sem a adrenalina correndo em seu corpo e o enchendo de coragem, ele tinha medo... Medo de encarar a verdade. Medo de ouvir que – de novo – Laurel Lance e Oliver Queen voltaram um pro outro. Uma vida inteira desse vai e vem. Ele já deveria estar acostumado. Desde a adolescência, cada vez que o Tommy achava que teria uma chance com a Laurel, eles davam um jeito de voltar. Precisou o Oliver morrer pro Tommy acreditar que teria uma chance... E nem assim teve. Laurel mais uma vez preferiu o Oliver. E coitada da Felicity... Tommy olhou mais uma vez pra ela. Felicity ia pelo mesmo caminho doloroso que ele havia passado com esses dois. Será que ele falava ou não pra mais nova amiga que Oliver e Laurel sempre acabavam juntos?

Starling City 2013Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum