Capítulo 18

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Pov. William

Depois da pouco animada conversa com o senhor Chávez, formas de volta para fazenda. Não sei qual foi a razão para Alice querer montar grudada em mim, mas eu gostei. Sei que ela não está dormindo e que pode ver a ampla vegetação do lugar. Em várias ocasiões eu escutei suspirar. Ela se remexe um pouco, mas depois volta a apoiar a sua mão minhas costas.

Depois de uma hora de montaria chegamos na fazenda. Quando descemos de Conde, Alice se queixa que suas pernas doem muito e me diz que vai para o seu quarto descansar um pouco.

Quando ela vê as escadas ela fica pálida, mas não diz nada. Ela sobe devagar e quando chega no último degrau, ela suspira e segue o seu caminho para o seu quarto.

- "Lara, onde está o suco?"

- "Está na geladeira."

- "Você fez alguma coisa pra comer?"

- "Patrão, assim você me ofende."

- "Porque?" - digo enquanto me sirvo de um pouco de suco, que por sinal está bastante gelado.

- "Porque sempre tenho a comida pronta. Me ofende sabe."

- "Sinto muito. Eu voltei para casa um pouco irritado."

- "Porque? Por acaso foi mal nos negócios?" - Lara pergunta me olhando.

- "Os negócios vão bem."

- "Então?"

- "Um dia meus clientes colocou os olhos em Alice. E o pior foi quando ele disse que o casamento não era um impedimento. Que para isso existe o divórcio. Você pode acreditar nisso?" - eu grunhi.

- "Não, mas eu imagino. E a patroa?"

- "Está no quarto. Não resistiu ter montado por tanto tempo. Acho que suas pernas estão doendo."

- "Patrão, você é mal."

- "Porque?"

- "Porque você sabia que a patroa não tinha o costume de montar a cavalo, que de fato, ela não tem um. Aí você a leva para fazer negócios sabendo que isso dura no mínimo 4 horas de cavalgada." - Lara diz rindo.

- "Eu realmente não pensei nisso, eu só queria que ela me acompanhasse."

- "Vou deixar um pouco de comida para a coitada. Com certeza não passou bem com essa declaração tão descarada."

- "Pode ser." - vejo ela servir a comida em um prato e colocar em uma bandeja e sai da cozinha. - "E minha co...?" - não consigo terminar de falar ja que praticamente saiu correndo da cozinha. - "Fui deixado de lado...maravilhoso!" - eu digo para mim mesmo.

5 minutos depois Lara aparece com um sorriso e serve a minha comida. Termino de comer e digo que estarei no escritório para ver quais são os negócios que devo fechar amanhã. E assim eu passo toda tarde eu tenho que chegar a hora do jantar.

Lara me informa que o jantar já está pronto e que Alice já está na cozinha. Deixo tudo o que tem nas mãos em cima da mesa e vou para a cozinha.

Quando entra na cozinha vejo Alice descascando ervilhas, é um saco para dizer a verdade. Ao lado dele a mais cinco sacos: um com feijões, um com vagens verdes, outro com batatas, um com cenouras, um com cebolas e outro com abobrinhas d'água. O que aconteceu aqui? Um pelotão vai vir comer?

- "O que está acontecendo aqui?"

- "Sabe patrão, tudo bem que precisávamos de mais verduras, mas você não acha que mandar trazer sacos de legumes, não é muito?" - Lara pergunta.

- "O que?"

- "Faz alguns minutos que Edward chegou com esses sacos dizendo que você havia mandado trazer alguns legumes pra cá. Patrão isso é muito para mim sozinha. Vai levar muito tempo para descascar e picar tudo isso." - ela disse irritada.

- "Acho que Edward levou ao pé da letra as minhas indicações. Eu disse que precisava de bastantes legumes para fazer a comida. Segundo você teria que usar o freezer e que alguns sacos a encheria. Eu disse isso a Edward e ele trouxe."

- "Patrão, as vezes você é um gênio e em outras..." - ela deixa a frase sem terminar.

- "Se quiser posso te ajudar. Ainda é oito da noite. Podemos trabalhar até às onze e amanhã continuamos. Aliás, isso nós daria chance de conversar e nos conhecer melhor." - Alice se oferece pra ajudar.

- "Posso ajudar também." - eu digo.

- "Por mim, tudo bem." - Lara diz sorrindo.

- "Então, mãos à obra!"

[...]

Por volta das dez da noite estamos exaustos, conseguimos terminar pelo menos três sacos mas ainda fala a metade. No total já temos quase 24 bolsas com grãos que já foram descascados. Alice se despede de nós e diz que vai ir dormir.

Ela sobe as escadas devagar, me despeço de Lara e vou atrás de Alice. A alcanço antes dela entrar em seu quarto.

- "Boa noite." - eu digo.

- "Boa noite William." - ela me diz com um sorriso que me derrete.

Alice entra no seu quarto e fecha a porta e eu vou para o meu quarto. Tomo um banho e troco de roupa. Deito em minha cama, mas depois de uma hora rolando de um lado para o outro, não há maneiras de que eu consiga dormir.

Saio da cama, dou uma olhada no céu e vejo que o céu está estrelado. Vejo as estrelas e a enorme lua que ilumina o meu quarto.

Depois de alguns minutos saiu em direção ao quarto de Alice, abro a porta lentamente, vejo um vulto coberto, seu corpo parece tranquilo e sua respiração é calma e pausada. Seu peito sobe e desce devagar. Me aproximo dela. A luz da lua acaricia as suas feições. Suas bochechas tem um leve rubor, seus lábios estão entreabertos onde escapa o ar de seus pulmões. Seu cabelo está espalhado pelo travesseiro. Ela é linda, um anjo, uma deusa.

Vejo ela se mexer e muito lentamente abre os seus olhos, esses olhos com um tom de azul fascinante, o azul mais bonito que eu já vi. Ao me ver, ela se surpreende, mas depois esboça um sorriso.

- "O que aconteceu?" - ela me pergunta.

- "Nada."

- "Então, o que faz aqui?"

- "Não consigo dormir. Sinto sua falta." - digo e ela se ruboriza.

- "Mas Temos apenas três dias de casados e temos passado por tantas coisas." - ela diz.

- "Realmente é."

Alice morde o seu lábio fazendo com que meu amigo desperte. Como um simples gesto provoca coisas tão fortes em mim?

- "Não morda o lábio." - eu digo enquanto libero o seu lábio com a minha mão.

- "Sinto muito."

- "Não sinta, só que eu também quero morder." - eu digo.

- "E o que te impede?" - ela diz.

Fico surpreso com sua pergunta, mas não penso duas vezes. Colo os meus lábios nos seus. Santa merda. Isso está cada vez melhor. Um leve gemido escapa dos seus lábios e aproveite a oportunidade para introduzir a minha língua. Nossas línguas dançam como se sempre tivessem dançado antes, é como se conhecessem.

Quando termina o beijo, pego o seu lábio inferior com os dentes e o mordo. Oh Deus, isso é melhor do que eu pensei. Nós nos deparamos e posso ver um brilho especial em seus olhos.

- "Posso dormir com você?"

- "Claro." - ela se arrasta para o lado e me cede um espaço.

Deito na cama e a abraço por trás. Ficamos de conchinha, uma mecha do seu cabelo ficou perto do meu nariz, seu perfume é embriagador e me relaxa de maneira rápida. Sem dizer nada o sono chega a mim, mas mesmo meio adormecido me pergunto.

Que merda Alice está fazendo comigo?

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Where stories live. Discover now