Capítulo 12

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Pov. Alice

Porque ele quer dormir comigo? O que ele ganha? Depois do ataque de histeria e soltar tudo o que eu tinha guardado por anos, ele está se comportando melhor mas ainda não confio completamente nele.

- "E porque você nunca teve com nenhum homem antes?" - ele me pergunta.

- "Pois...eu não sei. Suponho que ninguém me atraí. Ou melhor não existe candidatos. Todos os homens só olhavam para Aline. Ela não tem todos os problemas que eu. O único homem que existe em minha vida é o meu pai." - eu respondo o mais sincera que posso ser.

- "Nunca pensei em conhecer uma mulher que chegasse pura até o casamento e ainda continuasse sendo depois da noite do casamento."

Mas que cara idiota que eu tenho como marido. Não tem nenhum filtro na hora de dizer as coisas.

- "Eu acho que sou a única virgem que se casa com um homem que conhece no mesmo dia." - digo de maneira amarga.

- "Eu sinto muito por isso." - ele diz envergonhado.

- "Não se preocupe." - eu digo.

- "Você vai dormir comigo?"

- "Porque você quer que eu faça isso?"

- "Embora você não acredite, eu quero te ter por perto. É que o seu cheiro e sua presença me traz tranquilidade, coisa que como você pode ter dado conta, com uma fazenda tão grande como essa é quase impossível de conseguir."

- "Você não me mostrou nada da fazenda, nem sequer a casa." - eu digo.

- "Eu juro que amanhã te mostro a maior parte da casa e um pouco da fazenda."

- "Tudo bem, espero que você não me decepcione."

- "Eu vou tentar. Acredite em mim, depois de te ver chorar tanto por minha culpa, não me sinto a melhor pessoa do mundo. De fato, nunca em minha vida, me senti tão mal ao tratar alguém da forma que eu fiz com você. Evan tem razão do que disse sobre você. Você é muito diferente de Aline." - ele diz envergonhado.

- "Você está se desculpando?" - eu pergunto.

- "Não, mas sei que tenho que pedir desculpas e farei de uma maneira adequada." - ele disse cravando os seus lindos olhos cinzas nos meus.

- "Se você quer que eu durma com você, tenho que ir buscar o meu pijama." - eu digo.

- "Pois vai buscá-lo. Quer que eu te espere ou quer que eu vá com você?"

- "Acho que é melhor dormirmos separados." - eu disse de golpe.

- "Porque?"

- "Porque eu não me sinto confortável, por favor me entenda, isso tudo é novo para mim. Ontem eu era uma mulher solteira sem nenhum compromisso e hoje eu sou uma mulher casada que deve cuidar do seu marido." - eu digo.

- "Eu sei que é difícil. Eu compreendo." - eu o vejo duvidar por uns segundos. - "Está bem, te darei tempo. Vem, eu te levarei até o seu quarto."

- "Obrigada." - eu sorrio.

William me leva por uns corredores até o quarto. Ele se despede de mim me dando um beijo na bochecha e me desejando uma boa noite. Esse simples contato de pele com pele, fez o meu corpo tremer. Ele sorri, se vira e se vai caminhando pelos corredores.

Entro no quarto, arrumo o forro de cama que Lara deixou, troco minha roupa e quando tudo está pronto, me deito para dormir.

Pov. William

Estou na minha cama e não consigo dormir. Não sei quantas vezes eu me virei procurando uma posição para que o sono chegue, mas nada.

Me levanto da cama e observo o céu pela janela. Esta escuro, muito escuro. Está chegando uma tempestade. Bom, aqui é normal que se formem tempestades de uma hora para outra, mas não no povoado. A fazenda fica a uma distância de três horas até chegar o povoado  e uma chuva aqui fazenda, são umas simples gotas no povoado.

Continuo observando o céu, quando ronca um trovão faz com que os vidros da janela balancem e uns segundos depois vem o raio. Alguns minutos depois cai uma forte chuva do céu, é como se estivesse jogando água com um balde. Volto para a cama, essas coisas para mim são normais, assim como as pessoas da fazenda. Como estará Alice?

Escuto um som, é como se algo tivesse quebrado e acaba me tirando dos meus pensamentos. Novamente me levanto da cama e me aproximo da porta.

Abro a porta e vejo uma sombra que se move erráticamente e pelo o que vejo, está info en direção da cozinha. Um aroma muito peculiar chega até as minhas fossas nasais, o reconheço imediatamente, é o perfume de Alice. Sigo a sombra e quando estou a poucos centímetros, coloco a mão em seu ombro fazendo com que ela grite de susto. Seu corpo estremeceu e fica parada, como se estivesse tentando se acalmar.

- "Alice, sinto muito. Não era a minha intenção te assustar dessa maneira." - eu digo.

Nunca pensei sei que ela se assustaria dessa maneira. Justamente quando ela vai responder, um som ensurdecedor ecoa pelo lugar a fazendo saltar e correr para mim. Seu corpo se chocar contra o meu. Noto que o seu coração está batendo muito rápido e forte ao mesmo tempo, o seu corpo treme. Não sei se é por causa do trovão ou se foi pelo susto que eu lhe dei.

- "Você está bem?" - ela nega com a cabeça. - "Você tem medo de trovões?"

- "Eu não gosto das tempestades." - ela disse em um sussurro.

- "Desde quando?"

- "Desde sempre. Quando eu era criança e isso acontecia, o meu pai ia dormir comigo, mas quando eu já estava grande, ele colocava música para que eu não escutasse." - ela diz se agarrando ainda mais em mim.

- "Você quer que eu te acompanhe até o seu quarto ou podemos ir para o meu e dormir lá?"

- "Você não gosta do meu quarto?" - ela pergunta.

- "Na verdade não. O colchão é muito duro. Minhas costas ainda estão doendo por ter dormido lá ontem a noite." - eu digo.

- "Está bem, mas não se aproveita de mim."

- "Isso nunca."

Nós fomos para o meu quarto. Em nenhum momento ela se soltou de mim e quando escutei mais um trovão ou um raio, ela me aperta mais. Entramos no meu quarto, digo para ela se deitar enquanto vou buscar um copo de água.

Quando volto para o quarto, vejo ela abraçando os seus joelhos. Quando ela me vê, sorri. Não sejam que momento ela acendeu as velas, mas eu a agradeço. Deixo o copo de água na mesinha de cabeceira do seu lado, dou a volta e subo na cama. Ela me olha e posso ver que ela está aterrorizada.

- "Vem aqui." - eu digo.

Alice se aproxima devagar. Deita do meu lado e se acomoda em meus braços. Entrelaçados as nossas pernas, uma de suas mãos fica em minha cintura e a outra eu não tenho nem ideia. Sua respiração pouco a pouco começa a se tranqüilizar, assim como as batidas do seu coração. Em poucos minutos ela adormeceu.

Fico a observando, ela é realmente bela, seus lábios carnudos são uma tentação. Me aproximo e sem pedir permissão, eu a beijo.

Oh santo Deus. Eles são deliciosos e muito suaves. Sorrio pra mim mesmo. Roubo outro beijo sem que ela de conta.

Me acomodo com Alice em meus braços, apago as velas e durmo. E sonho com a linda mulher de olhos azuis e lábios carnudos.

Livro 1: Olhares de Amor (COMPLETO)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang