lembrando

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      Eu me acordei lentamente e esfreguei meus olhos. Abri os olhos e vi Jeff. Merda, agora eu lembrei de tudo. Tenho que sair daqui antes que ele acorde. Mas não acho minhas roupas... Tenho que pegar minha mala, ela estava ao lado da porta. Saí da cama na ponta dos pés e abri o mais silenciosamente possível a mala. Coloquei a primeira roupa que encontrei. Coloquei a minha roupa íntima, Um moletom e um short.

     Eu estava prestes a sair do quarto quando um barulho alto veio do lado de fora, um raio

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     Eu estava prestes a sair do quarto quando um barulho alto veio do lado de fora, um raio. Eu não tenho medo de tempestades, mas eu lembro que quando eu era criança eu tinha. Eu ia até a cama de meus pais, minha mãe estava sempre viajando, então só havia meu pai lá. Ele me deixava dormir com ele para eu me sentir segura. Uma lágrima começou a escorrer meu rosto.

      —Pai... —Eu sussurrei enquanto limpava as poucas lágrimas que começaram a surgir.

       —Parece que você é só uma garota que sente falta do pai, não é? —Disse Jeff sentado na cama me olhando

      —Não é isso. Não estou sentindo falta dele. Só me lembrei de uma coisa, nada demais. —Disse me virando para ele. —Eu... Tenho que ir. —Eu disse e outro raio fez um barulho enorme. Trovões, vento, chuva. Eu não gosto muito disso, não quando eu estou presa aqui, em uma cela e passando frio. Eu fui para a cela e me deitei no colchão frio. Passei algumas horas ali, pensando e notando coisas que eu tentei esconder de mim mesma por toda minha vida. Eu nunca perdi o meu medo de tempestades, eu o reprimi, outras crianças tinham medo do monstro que viviam em seu armário, ou do escuro. Eu tenho medo de tempestades, isso que estou com dezoito anos. Fui ao quarto de Jeff e me deitei ao seu lado.

      —Você mudou de idéia? —Ele disse irônico

      —Não gosto de tempestades. —Sussurrei.

Jeff narrando:

      Eu não sei de onde veio esse sentimento ou porque, mas eu sinto vontade de abraçar, Lua, Acariciar sua cabeça. Ela tem medo de algo tão infantil e ridículo, mas tem certa graça nessa infantilidade. Mas outra parte minha quer cortar seu corpo, assim como ontem a noite. Fazer cortes e fazê-la gritar de prazer e excitação. Para mim, sentir isso é totalmente novo. Um puta assassino, tendo sentimentos por uma garota qualquer. Isso é interessante e também parece um clichê. Eu sinto como se ela me preenchesse, assim quando está com medo, indefesa deitada ao meu lado. Eu não sei o que é isso, mas me causa um conforto e um calor confortável dentro de minha alma.

      —Não precisa ter medo da tempestade. Ela vai passar. —Eu disse a abraçando. Eu consigo sentir o calor do seu corpo, colado ao meu. Consigo sentir seu coração bater, e consigo notar que ela se sente segura assim. Mesmo eu sendo quem sou, ela se sente segura enquanto me abraça. Acariciei seus cabelos e em poucos segundos ela dormiu profundamente. Parece uma criança. Merda, eu estou começando a achar que eu realmente gosto dessa garota. Olhei seu rosto adormecido, estava vermelho, sua boca estava aberta, de um jeito que definitivamente faz ela parecer sexy, mesmo de um jeito inocente. O jeito que ela tentava esconder que tinha medo disso antes, o jeito com o qual veio a minha cama para dormir comigo e se sentir segura. São interessantes. Que tipo de garota se sentiria segura comigo?

      —Não... Por favor... Me deixa ir... Para... —Ela disse franzindo o cenho. Está tendo um pesadelo.

      —Com o que será que você está sonhando? —Pensei alto. Lua, acordou agitada e olhou para mim, como se buscasse algum apoio, algum lugar para se sentir segura e firme em meio de uma tempestade.

      —Eu tive um pesadelo... Eu falei alguma coisa dormindo? Eu geralmente faço isso. Eu te acordei? —Ela disse esfregando os olhos

      —Você não me acordou... Você não falou nada enquanto dormia. Qual foi o pesadelo? Fiquei curioso.

      —Er... Eu só fiquei caindo sem parar, com medo. Só isso, mal da pra chamar de pesadelo.

      —E por que você diria "Não... Por favor... Me deixa ir...Para" se estivesse caindo?

      —Eu não vou falar disso. —Ela se virou e tentou sair da cama. Mas eu puxei sua cintura

      —Eu não quero sua opinião.  Me conta. —Me sentei, ficando atrás dela e encostei a cabeça no seu ombro. —Não vai piorar você me contar. Não tem mais ninguém além de mim para conviver agora.  — Sussurrei em sua orelha. Ela estremeceu, não de medo, de vergonha.  Coloquei minhas mãos por dentro do moletom e abracei sua cintura.

      —Não foi nada demais. Eu não quero ter que lembrar ainda mais disso. Mas, como você não vai parar, vou contar.  Um dia, quando meus pais e eu viajamos, ficamos um mês em uma cidade próxima. Isso foi quando eu tinha 13, um garoto que morava perto... Ele tinha uns 16 eu acho. —Ela disse com um olhar triste, entre alguns suspiros — Dave, esse era seu nome. Nós estávamos conversando bobagens. Até que um homem, com um bastão de beisebol correu até nós, ele bateu na cabeça do Dave até esmagá-la. Eu lembro que tentei correr, mas minhas pernas não se mexiam. Quando consegui correr, ele acertou minha barriga e me derrubou. Depois ele bateu com o taco duas vezes na minha cabeça. Meu pai correu até ele e deu um soco forte demais, e ele acabou desmaiando. Eu só resisti o suficiente acordada para ver isso. Eu sonhei que, Dave estava me prendendo. Com o seu crânio esmagado, aquela última imagem que tive dele antes de desmaiar. Ele me prendeu e fez um corte vertical em meu torço. E eu morri, depois ficou se repetindo várias vezes.

      —foi meio pesado, até.

      —Ele nunca foi preso. Eu lembro do seu rosto, o do assassino. Eu comecei a imaginar que o matava, meu pai comprou os remédios ainda mais fortes depois de me mandar em uma psiquiatra. Eu sou muito violenta, desde criança.

      —Eu percebi. Minhas costas sangraram. —Ele disse debochado.

      —É... Da pra evitar falar do que aconteceu?

      —Se arrependeu? Ou tá com vergonha?

      —Vergonha de ter feito isso, sério você me sequestrou, me torturou e eu fiz sexo com você. Qual meu problema?

      —Não sei, mas você gostou, não é? —Falei convencido. Eu percebi que ela gostou, tanto na hora, quanto pelo jeito que corou antes.

      —Eu não vou falar disso. —Ela disse desviando o olhar

Dance With Devil -Jeff The killerOnde histórias criam vida. Descubra agora