27. New life

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Klaus

Corri até ela, me agachei e toquei a barriga que se agitou desesperadamente, chutes fortes eram dados como se ele quisesse escapar de lá.

- Tenho que tirar ele daí. - olhei para Damon e Mari que me encaravam.

- Desculpe, mas não conte comigo. - Damon disse.

Lancei um olhar raivoso pra ele que no mesmo instante se rendeu.

Puxei a faca do peito de Caroline, e posicionei em sua barriga, olhei pra ela mais uma vez e pedi pra eles ajudarem.

- Andem logo, peguem um pano. - Damon desceu e Mari veio até mim se agachando do meu lado.

- Tem ideia de como fazer isso? - ela perguntou.

- É claro, é só cortar. Sou formado nisso. - ela entendeu o que eu quis dizer e pegou na mão o pano que Damon trouxe.

Posicionei a faca na barriga dela e afundei na sua pele, tomando cuidado pra não ser profundo e machucar a criança. Era estranho estar fazendo isso nela, confesso que depois de um tempo eu desisti de mata-la.

Mas agora não tinha outro jeito. Ela estava morta.

Quanto mais eu cortava, mais a barriga se mexia em busca de liberdade, seu sangue humano escorria junto com o preto.

Eu estava tenso, nunca havia feito um parto. Rasguei sentindo a pele abrir, dando a visão a cabeça da criança bem no fundo.

- Estou vendo. Esta ali. - Damon disse.

Enfiei a mão ouvindo aquele barulho familiar, senti o sangue quente submergir minhas mãos e finalmente a cabeça.

Puxei lentamente e com dificuldade vendo todo corpo aparecer, a minha curiosidade de saber se era menino ou menina era grande, afinal, não sabíamos.

Peguei ele que estava se mexendo devagar e coloquei no pano nas mãos de Mari, ela me olhava assustada e mantinha uma expressão de certo nojo em seu rosto, Damon estava da mesma forma.

Estava suja de sangue humano e demoníaco, mas seus traços eram angelicais. Era lindo.

Era um menino lindo.

Sorri com aquilo, por menos amor que eu tivesse, aquele momento parecia único. Parecia algo surreal que eu não estava preparado.

Ele começou a chorar absurdamente, peguei ele em me colo e tentei acalma-lo mas não adiantou muito já que ele estava inquieto.

Ele era grande e forte, assim como eu.

- Fiquei até comovido. - Damon soltou sarcasticamente.

Eu não dei ouvidos, a única coisa que prendia a minha atenção era nos traços quase indecifráveis da criança. Era um recém nascido, era difícil de se dizer com quem parecia, mas eu podia dizer que ele tinha os olhos dela.

Olhei pra garota pálida e pra criança cheia de vida a minha frente, criaria ela direito pra fazer o que eu faço. Ela será meu braço direto, juntos iremos reinar.

- Seja bem-vindo ao mundo Richard Forbes Mikaelson. - Sorri.

- Você tem ideia de como cuidar de uma criança, Klaus ? - Mari perguntou.

Parei pra pensar no que ela disse e realmente cai em mim, não fazia ideia de como cuidar de um recém nascido.

- Porra, eu não sei. - admiti olhando o pequeno ser em meus braços que agora estava quieto.

- Não vou ser babá de ninguém, estou dando o fora. - Damon comunicou.

- Você fica seu filho da puta, tá me devendo essa. - disse sério.

Ele me encarou com raiva e soltou sua respiração.

- Vou dar um banho nele, preciso limpa-lo.

- O que vai fazer com ela ? - Damon se referiu a garota.

Olhei pra ela alguns segundos, senti todo meu peito se contorcer, na minha mente, se passavam alguns dos nossos momentos juntos e isso me fez odia-la e talvez me odiar.

Sentiria a falta dela.

- Pode enterra-la. - ordenei. - Mas façam isso em lugar distante, de preferência outra cidade. - disse com receio na voz.

Eles me olharam e logo concordaram, não precisaria me preocupar em relação á isso, pois em esconder corpos eles eram bons no que faziam.

Demônios.

Desci as escadas e me apressei em entrar no banheiro, liguei a banheira e deixei na temperatura morna pra coloca-lo lá. Ouvi passos atrás de mim e vi que Mari estava parada observando a minha forma desajeitada de cuidar dessa criança.

- Vou pegar os lençóis pra cobrir o corpo. - ouvi ela dizer.

- Faça o que quiser... Só tire ela daqui logo.

- Tudo bem.

Antes dela sair completamente do banheiro, eu lembrei de avisá-la pra trazer algumas coisas de criança, aqui não tinha nada, e eu tenho certeza que ele iria chorar com fome em breve.

{...}

Depois de ter limpado ele e ter o enrolado em uma manta, Richard dormia feito um anjo, nenhum choro, nenhuma reclamação, até agora estava tudo bem.

Eu realmente não sabia o que pensar sobre Caroline, ela se foi, como eu planejei, mas agora... Parece que algo está diferente, algo está faltando, mesmo tendo tudo que desejei faltava ela.

A garota estúpida e submissa aos meus toques. Bastava apenas um olhar, que ela já era minha, ela já estava entregue a mim sem mesmo eu toca-la.

Ouvi resmungos e quando olhei pro lado da cama, vi os olhos da criança abertos, os grandes olhos de Caroline, olhando pro teto.

Ele começou a chorar e aquilo me deu nos nervos. O que eu iria fazer ?

Peguei ele no colo e comecei a balançar, mas foi em vão, ele continuava gritando como se alguém estivesse o torturando.

- Cala a boca, porra ! - disse alto e nervoso.

Seu choro só aumentava, então decidi ligar pra Mari e fazer ela ser rápida, não aguentava mais isso em meus ouvidos.

Se não fosse precisar dessa criança, essas horas ela já estaria morta.

- Cadê você caralho ? - disse alto para que pudesse me ouvir.

- Estamos voltando, tenha calma. Um trabalho bem feito exige tempo.

- Eu não tenho tempo porra, essa criança tá me tirando do sério. - disse olhando o ser em meu braço direito.

- Estaremos ai logo.

- Tragam algo pra essa criança comer ou eu vou arrancar o coração de vocês. - disse bravo encerrando a ligação.

- Droga garoto, para de chorar. - pedi.

Era insano como um ser tão pequeno fazia um barulho tão grande, capaz até de acabar com a minha audição?

Depois de uns 10 minutos naquela tortura, eu já estava sentado na cama e o bebê do lado chorando, eu não tinha paciência.

Definitivamente ser pai, não era pra mim.

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Confesso que pra escolher o nome do bebê levou HORAS, pelo simples fato que eu queria um que tivesse um significado forte.

Richard = Príncipe e herdeiro corajoso.

O que acham do "pai do ano"? Hahahahhaha

The devil in I // Klaroline AdaptationOnde as histórias ganham vida. Descobre agora